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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Lichias, responsáveis pela morte de centenas de crianças na Índia

Fruta está por trás da enigmática doença que a cada verão matava crianças no Estado indiano de Bihar. Uma pesquisa sistemática permitiu encontrar a toxina responsável.

Muitos as conhecerão unicamente por vê-las nos menus de sobremesas dos restaurantes chineses, com a banana frita e limões e laranjas gelados. As lichias, essas polpas esbranquiçadas que lembram as uvas, doces ainda que por vezes com um toque ácido, são uma fruta subtropical muito popular em certas regiões da China, Índia e Austrália, os principais países produtores. Mas são também, de acordo com um estudo publicado recentemente, a causa da misteriosa doença que no começo de cada verão vitimava centenas de crianças no distrito de Muzafarpur, nordeste da Índia.
O enigmático surto se repetia, desde 1995, em meados de maio, quando as temperaturas disparam nessa região coberta por plantações de lichias. Crianças da região aparentemente saudáveis acordavam chorando muito, com alterações sensoriais e convulsões. Ao chegar aos hospitais dessa parte do Estado de Bihar (o de menor PIB per capita de todo o país), muitos – sempre menores de 15 anos – entravam em coma. E entre três e quatro de cada 10, morriam. Semanas depois, em julho, chegavam as monções e a epidemia desaparecia novamente.

Entre as teorias mais ou menos fundamentadas que pesquisadores e especialistas haviam criado nesses anos para explicar as mortes apareciam diferentes infecções do encéfalo, a ingestão de metais pesados e a exposição a pesticidas usados nas plantações. Mas há tempos que muitos suspeitavam que as lichias – a região lidera com folga a produção na Índia – tinham um papel importante no quebra-cabeças.
Finalmente, em 2013 o centro nacional de controle de doenças indiano iniciou uma pesquisa em colaboração com seu equivalente norte-americano, cujos resultados foram publicados agora pela prestigiosa revista médica britânica The Lancet. Não foi encontrado nas crianças indianas doentes nenhum indício de infecção, tese reforçada pelo fato de que os casos não se concentravam geograficamente: cada um parecia ser praticamente um fato isolado em sua própria comunidade. Além disso, o laboratório revelou que muitos pacientes afetados eram internados nos hospitais com níveis baixos de glicose no sangue, e que a mortalidade se dava em função desses níveis. Então, os especialistas focaram na busca de uma toxina que estivesse presente no ambiente dos doentes e que pudesse causar os baixos níveis de açúcar e as subsequentes convulsões e encefalopatia.
Foi aí que voltaram a colocar a lupa nas lichias, onipresentes na vida diária de uma região em que oito de cada 10 habitantes se dedicam à agricultura e muitos deles vivem da produção dessa fruta, rica em vitamina C, cuja casca avermelhada é retirada para se comer a polpa branca que recobre a semente. Estudos anteriores sobre outra fruta conhecida como ackee (da mesma família da lichia) já haviam demonstrado que a toxina hipoglicina A, presente na ackee, era a causadora da mortal doença do vômito jamaicana ou síndrome hipoglicêmica tóxica. “Estabelecer essa relação foi essencial para se avançar”, lembra Padmini Srikantiah, uma das autoras do estudo. A pista quase definitiva.

SÃO COMESTÍVEIS?

As lichias são uma grande fonte de vitamina C e, como quase todas as frutas tropicais, têm um ato teor de potássio. “Mas quando são consumidas frescas. As enlatadas e em calda não servem”, diz Ana Islas Ramos, especialista em nutrição da FAO (agência da ONU para a alimentação).

A especialista ressalta que as mortes registradas em Muzafarpur e outros lugares são “casos particulares” que ocorreram em um contexto e condições bem específicas, e não acredita que devam alarmar os consumidores de lichias de outros países.

Os autores do estudo também afirmam que as recomendações de minimizar o consumo dessas frutas e se assegurar de comer após esse consumo são dirigidas “especificamente às crianças das áreas afetadas pelo surto”.

As análises feitas pelos pesquisadores nos dois hospitais de referência no distrito de Muzafarpur trouxeram mais pistas. Entre 26 de maio e 17 de julho de 2014, 72% das crianças que chegaram afetadas por essa doença sazonal tinham entre um e cinco anos. E oito em cada 10 apresentavam diferentes graus de desnutrição e atrasos no crescimento causados pela falta de alimento suficiente. “O estado nutricional deve estar relacionado”, diz Srikantiah, uma epidemiologista do centro de controle de doenças norte-americano.
Os pais e responsáveis que os levavam aos hospitais afirmavam, em 94% dos casos, que as crianças pareciam saudáveis e que os sintomas (vômitos, convulsões, inconsciência...) haviam aparecido em menos de 24 horas. Nesse período de 2014, morreram 122 dos 386 jovens que chegaram aos hospitais.
Depois foram cruzadas as atividades de 104 afetados nas 24 horas anteriores à internação, com as de outros tantos pacientes das mesmas idades que tinham outras doenças. Os resultados demonstraram que comer lichia em casa (ou ter estado em uma plantação onde as frutas poderiam ter sido comidas) era o principal fator de risco. Dos que haviam ingerido as frutas, existiam mais doentes entre os que as comeram verdes e imaturas, podres e do chão. Mas sobretudo, as probabilidades de se ficar doente aumentava entre os que, tendo comido lichias, não haviam jantado nada na noite anterior.
A pesquisa, segundo seus autores, é a primeira evidência científica de que a doença que assola Muzafarpur no começo de cada verão é condicionada ´pelo consumo dessas frutas e a toxicidade da hipoglicina A (e seu composto metilenociclopropilglicino, MCPG). Nessa época do ano, de acordo com os pais da região, as crianças costumam passar os dias nos campos comendo lichias, e muitas chegam em casa sem fome. A combinação de se ingerir as frutas e não jantar nada acarreta, em alguns casos, uma hipoglicemia noturna que desencadeia a encefalopatia na manhã seguinte.
Mesmo com a publicação de recomendações seguindo essa teoria, em junho de 2015 e 2016 ainda foram registrados pequenos surtos dessa encefalopatia infantil na região. O Governo de Bihar recomendou que, em casos como esses, os níveis de glicose sejam medidos e corrigidos imediatamente. “Também foram distribuídos panfletos pela região conscientizando os pais da necessidade de que seus filhos jantem”, diz Srikantiah. A desnutrição, comum na população infantil da região, também aumenta as opções de se cair nessa armadilha mortal em formato de fruta doce.

SEM RECURSOS PARA PESQUISAR



“Surtos como o de Muzafarpur mostram como as ameaças à saúde pública a priori inexplicáveis em lugares com poucos recursos costumam ser deixadas de lado sem pesquisa”, diz a doutora Padmini Srikantiah, epidemiologista e uma das autoras do estudo. Desde as mortes que dispararam o alarme, em 1995, até o início do estudo graças à colaboração indo-norte-americana em 2013, se passaram quase 18 anos, nos quais diversas teses e pesquisas não chegaram a uma solução.
“A pesquisa de doenças sem explicação apresenta muitos desafios nesse tipo de ambiente. Somente um enfoque sistemático, contando com médicos, epidemiologistas, cientistas, toxicologistas... pode conseguir os dados necessários para se obter conclusões úteis”, diz Srikantiah.


Fonte:http://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/02/internacional/1486047108_040648.html



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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Produção recorde de vacinas contra a febre amarela



A Fundação Oswaldo Cruz bateu o recorde de produção de vacinas contra a febre amarela por causa do surto que atinge principalmente Minas Gerais. Mas o Ministério da Saúde diz que não há necessidade de corrida aos postos nas áreas onde não há aumento de casos da doença.
Olhos vigilantes e o aplicativo de celular da Fundação Oswaldo Cruz (clique aqui) são ferramentas que a população pode usar no combate à febre amarela. Qualquer um pode mandar fotos, comunicar a morte suspeita de animais e evitar que a febre amarela se espalhe.

“O vírus circula entre o mosquito, os primatas e as pessoas, quanto mais próximo os mosquitos e os macacos estiverem da gente, maior a possibilidade desse surto. Então animais dentro da floresta e pessoas que vão à floresta se protejam dos mosquitos. E alimentar animais, jamais”, recomenda Márcia Chame, bióloga da Fundação Oswaldo Cruz.
O Brasil está enfrentando o maior surto de febre amarela silvestre da história. Os 107 casos da doença confirmados desde dezembro de 2016 se concentram na Região Sudeste, a maioria em Minas Gerais, estado que também registrou o maior número de mortes.
O esforço para evitar novas áreas de contágio envolve profissionais do Brasil inteiro, que nesta terça-feira (31) se reuniram no Rio.

Neste momento, o Ministério da Saúde recomenda vacinação nos seguintes casos: pessoas que moram nas áreas atingidas pela doença; pessoas que moram em regiões próximas a essas áreas atingidas; e pessoas que vão viajar para as regiões atingidas ou próximas.
Nestes casos estão Oeste do Espírito Santo, Noroeste do Rio de Janeiro, Oeste da Bahia, e Leste de Minas Gerais.

Além desses lugares, a vacinação já é uma rotina em áreas de 19 estados há muito tempo porque são, historicamente, locais de circulação do vírus. 

E quem vive nessas regiões desses estados que aparecem em cinza no mapa já tinha antes do surto a recomendação de tomar duas doses da vacina ao longo da vida com um intervalo de dez anos. Isso continua valendo.

Quem mora em outras regiões do país não precisa tomar a vacina.
O ministério também avisa que não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que há doses suficientes para atender as regiões com recomendação de vacinação.

O importante é seguir as orientações das autoridades.

“É o esclarecimento da população, no caso específico da febre amarela, que é uma doença que nós temos uma vacina que é eficaz, que é segura, para não gerar pânico e, dentro da orientação que temos trabalhado com o Ministério da Saúde, de uma vacinação que é nas áreas de risco”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.

O laboratório da Fundação Oswaldo Cruz é o maior fabricante de vacinas contra a febre amarela do mundo e está batendo um recorde de produção. Em janeiro deve chegar ao máximo da sua capacidade: nove milhões de doses. Isso em um só mês.

“Nós produzimos a vacina há quase 80 anos e temos condição de atender à demanda, é lógico que obedecendo um planejamento e uma racionalidade da imunização”, explicou Marcos Freire, vice-diretor de Bio-Manguinhos.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/01/fiocruz-bate-recorde-de-producao-de-vacinas-contra-febre-amarela.html


Aprenda mais...

VACINA FEBRE AMARELA

Por Dra. Mônica Levi
1.  O que é febre amarela?
É uma doença febril aguda, potencialmente grave, causada por um vírus da família dos Flavivírus, o vírus da febre amarela.

2.  Como se adquire a doença?

O vírus é transmitido pela picada de um mosquito infectado, do gênero Aedes, o mesmo que transmite a dengue.

3.  Quais são os sintomas da doença?

Os sintomas variam desde formas assintomáticas ou pouco sintomáticas, similares a um quadro gripal, até formas graves, potencialmente fatais.
Os sintomas clássicos da doença incluem: febre alta, mal estar, dor de cabeça, dores musculares, prostração, náuseas e vômitos. Após três a quatro dias, remissão da febre e melhora dos sintomas evoluindo para cura em cercas de 85%  dos casos.
Já nas formas graves (cerca de 15% dos casos) dá-se início uma segunda fase com icterícia, instalação de insuficiência hepática e renal, podendo ocorrer acometimento neurológico e coma. A mortalidade é elevada para os que evoluem para essa segunda fase, chegando até 50%.

4.  Quem deve ser vacinado?

Recomenda-se vacinar toda a população brasileira residente em áreas de risco a partir dos nove meses de vida e aqueles que viajarem para regiões de risco dentro ou fora do Brasil.
Alguns países fazem exigência do certificado de vacinação para entrada no país (CIVP), de viajantes provenientes de regiões endêmicas, como o Brasil. Nesses casos, viajantes também deverão receber a vacina por exigência governamental do país de destino.

5.  Quais são as regiões de risco?

São várias, e obedecem a critérios epidemiológicos dinâmicos. Você pode se informar a esse respeito através dos órgãos públicos (sites do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais), ou nos vários serviços públicos e privados de Medicina do Viajante.

6.  O que é a vacina febre amarela?

É uma vacina constituída de vírus vivo atenuado. Apresenta eficácia acima de 95% e a proteção persiste por 10 anos ou mais.
A vacina é aplicada em dose única de 0,5ml subcutânea.
O Ministério da saúde recomenda revacinação a cada dez anos.

7.  Quais os eventos adversos após a vacinação?

Os eventos adversos comuns ocorrem em 2% a 5% dos vacinados entre cinco e 10 dias após vacinação e geralmente são leves: dor de cabeça, dor muscular, febre.
Reações alérgicas leves são ocasionais e relacionadas com reação à proteína do ovo. Reações anafiláticas são muito raras ( 1: 350.000 doses aplicadas) e afetam principalmente pessoas com alergia intensa a ovo.
Os eventos adversos  graves, como acometimento do sistema nervoso ou disseminação do vírus vacinal pelo organismo, felizmente são raros ( 1:250.000 – 1:1.000.000 de pessoas vacinadas)  e parecem ocorrer com frequência maior em pessoas com idade acima de 60 anos, que recebem a vacina pela primeira vez.

8.  Quem não pode ser vacinado?

As contraindicações para vacinação contra febre amarela são:
·      Idade menor que seis meses
·      Hipersensibilidade a algum dos componentes da vacina
·      Portadores de imunodeficiências
         Existem situações de precaução, nas quais a indicação da vacinação deve ser ponderada entre risco e benefício:
·     Idade entre seis e oito meses
·     Idade ≥ 60 anos
·     Infectados pelo vírus HIV
·     Gestantes
·     Mulheres amamentando crianças menores de seis meses

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Febre Amarela coloca Brasil em alerta

Febre amarela: sintomas, transmissão e prevenção


Sintomas


A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

Transmissão

Mosquito Haemagogus
Futebol X 120x600A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Mosquito Aedes aegypti



Prevenção

Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d'água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do "fumacê”. Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.













































Fonte: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao

Mortes por febre amarela põem Brasil em alerta

Qualquer pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata deve se imunizar contra febre amarela

As mortes de duas pessoas e de vários macacos contaminados pela febre amarela puseram o país em alerta e fizeram o Ministério da Saúde reforçar a orientação sobre a importância da vacinação. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser dada a qualquer pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata.
São Paulo
Em terminais rodoviários e locais de grande aglomeração, cartazes avisam sobre o risco e recomendam que as pessoas tomem a vacina contra a doença. Nos postos de Rio Preto e Ribeirão, a vacinação foi antecipada para crianças. Antes, elas eram vacinadas aos 9 meses. Agora, elas recebem a vacina aos seis meses e aos 9 tomam uma dose de reforço.
Em Ribeirão Preto, um homem de 52 anos morreu no dia 26 de dezembro com sintomas e a febre amarela foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz na semana passada. Em abril de 2016, outro paciente de 38 anos morreu em Bady Bassit, região de Rio Preto, também contaminado pelo vírus. Nos dois casos, as vítimas estiveram em áreas de matas com presença de macacos e pegaram a forma silvestre da doença.
A Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto aumentou o estoque de vacinas em 38 postos de vacinação na cidade. “O chamamento à população continua, tendo em vista a importância da imunização, que está abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde”, informou. O índice está em torno de 75%, quando o ideal é chegar a 100% do público-alvo. Entre as crianças com até cinco anos, a cobertura chega a 95%. A dona de casa Vitória Dieber levou os filhos de 6 e 3 anos para receber a vacina. “Eu e meu marido já estamos vacinados, mas agora é preciso proteger as crianças”, disse.
Em 11 cidades dessas regiões, desde o ano passado, foram recolhidos 17 primatas mortos e os exames confirmaram a contaminação pela febre amarela na maioria deles. Alguns não foram examinados porque estavam decompostos. Na semana passada, foram confirmados óbitos de macacos em Catiguá, Ribeirão Preto e Novo Horizonte. A Secretaria de Saúde de Catiguá informou que todos os moradores da zona rural foram vacinados. Na área rural, a doença é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Nas áreas urbanas, pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, zika e chikungunya, mas ainda não houve registro dessa transmissão.

Minas Gerais



O número de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais avança rapidamente. Até a manhã desta segunda-feira, foram contabilizados 23 casos prováveis da doença, com 14 óbitos em investigação. Diante do aumento do avanço dos registros, o Estado deve pedir ajuda da força nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para melhorar a assistência aos pacientes.

Até a última sexta-feira, haviam sido contabilizados 12 casos suspeitos, com cinco mortes. Os registros ocorreram nas cidades de Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga e Imbé de Minas, todas localizadas em uma região considerada de risco para febre amarela. Nesta segunda, no entanto, o número de municípios com casos suspeitos também aumentou. O Ministério da Saúde ainda não tem informações sobre o histórico dos pacientes, se eles tinham relação entre si. Na manhã desta segunda uma reunião foi realizada para discutir o avanço de casos suspeitos. É a segunda discussão em menos de uma semana. Os casos por enquanto estão sendo considerados como de transmissão silvestre. 

A febre amarela



A febre amarela é provocada por um vírus, transmitido pela picada de mosquitos infectados. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. A maior preocupação das autoridades sanitárias é evitar o retorno da forma urbana da doença, feita por meio da transmissão do Aedes aegypti, cujo número de criadouros no País é considerado alto. O último caso registrado de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre, em 1942.

A infecção se instala quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado.


sexta-feira, 22 de abril de 2016

Brasil tem 1.168 casos de microcefalia confirmados

Dos 7.150 notificações feitas até o momento ao Ministério da Saúde, 3.741 continuam em investigação e 2.241 foram descartados

O novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (20), mostra que até o dia 16 de abril 1.168 casos foram confirmados e 2.241 outros casos foram descartados para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita. Ao todo, foram notificados 7.150 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, sendo que 3.741 permanecem em investigação. Os dados do informe são enviados semanalmente pelas secretarias estaduais de saúde.
Os 1.168 casos confirmados ocorreram em 428 municípios, localizados em 22 Unidades da Federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Os 2.241 casos descartados foram classificados por apresentarem exames normais ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infecciosas.
Do total de casos de microcefalia confirmados, 192 tiveram resultado positivo para o zika por critério laboratorial específico para o vírus. No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Ou seja, a pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Óbitos
Até o dia 16 de abril, foram registrados 240 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 51 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 165 continuam em investigação e 30 foram descartados.
A região Nordeste concentra 77,2% dos casos notificados, com 5.520 registrados até o momento. O Estado de Pernambuco continua sendo a Unidade da Federação com maior número em investigação (760), seguido da Bahia (647), Paraíba (389), Rio Grande do Norte (297), Rio de Janeiro (294) e Ceará (254).
Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde investiga todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos Estados, e a possível relação entre o zika vírus e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, outros agentes infecciosos, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
O Ministério da Saúde orienta às gestantes que adotem medidas para reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, como a eliminação de criadouros e proteção contra a exposição de mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, uso de calça e camisa de manga comprida, além de repelentes permitidos para gestantes.
Cooperação
Na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos anunciou a confirmação da relação entre o zika e a ocorrência de microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus. O estudo realizou uma revisão rigorosa das evidências já existentes e concluiu que o zika é a causa da microcefalia e outros danos cerebrais identificados em fetos.
Para embasar o estudo norte-americano, foram analisadas pesquisas da comunidade médica e científica de diversos países, entre eles o Brasil, que é pioneiro no estudo do zika vírus associado à microcefalia. O CDC é parceiro do Brasil nas investigações, como parte do esforço mundial para as descobertas relacionadas ao tema.
A relação entre o zika e a microcefalia já havia sido reconhecida e anunciada pelo governo brasileiro em novembro de 2015, quando o vírus foi identificado em amostras de sangue e tecidos de um bebê com microcefalia e também no líquido amniótico de duas gestantes. Desde então, diversas outras evidências foram encontradas, como vermelhidão na pele durante o primeiro trimestre da gravidez – que é um dos sintomas da zika - em grande parte das mulheres que tiveram bebês com microcefalia nos Estados da Bahia, Paraíba e Pernambuco.
Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 16 de abril de 2016 (clique aqui para ver tabela)


Dengue cai 81% em São Paulo, mas chikungunya e zika preocupam



Dengue cai 81% em São Paulo, mas chikungunya e zika preocupam.


Foram notificados 224 registros suspeitos de zika no município em 2016, comparados com 76 casos em todo o ano anterior

O número de casos confirmados de dengue na cidade de São Paulo caiu 81% em relação ao mesmo período de 2015, mostram dados divulgados na sexta-feira (8) pela Secretaria Municipal da Saúde. De 1 de janeiro a 26 de março, foram 6.096 pessoas infectadas pela doença na capital, ante 32.128 nos três primeiros meses de 2015.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha a tendência é que a incidência da doença continue caindo em comparação com 2015, quando a capital registrou recorde de casos com 100 mil pessoas infectadas.
"Percebemos que houve acerto na escolha do tratamento dos terrenos e imóveis com larvicida", disse Padilha, referindo-se a uma estratégia adotada neste ano pela Prefeitura de usar produto específico para eliminar larvas do mosquito Aedes aegypti em imóveis com acúmulo de objetos que podem servir de criadouros, como pátios de carros.
A queda nos registros da doença fez a secretaria determinar na sexta-feira (8) a desativação das duas tendas montadas em unidades de saúde da zona leste para atender pacientes com suspeita da doença. A região é a mais afetada pela dengue neste ano. "Os profissionais contratados para trabalhar nas tendas vão permanecer nas unidades de saúde reforçando a assistência para o surto de H1N1", disse o secretário.
Chikungunya e zika
Embora a dengue venha perdendo força na capital, o número de casos de chikungunya e de zika, doenças também transmitidas pelo Aedes, vem crescendo.

De acordo com a secretaria, foi confirmado o segundo caso autóctone (de transmissão interna) do zika na cidade, em uma gestante do bairro da Água Rasa, na zona leste. A mulher já deu à luz e não foi diagnosticada nenhuma má-formação no bebê. Além dos dois casos confirmados, foram notificados ainda 224 registros suspeitos de zika no Município. Durante todo o ano de 2015, foram 76 notificações.





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Em alerta, governo dos Estados Unidos destina US$ 590 milhões em combate ao zika


A Casa Branca informou nesta quarta-feira que irá redirecionar 589 milhões de dólares, equivalente a R$ 2,2 bilhões  reais, em fundos para preparação e resposta ao zika vírus antes que o mosquito transmissor, Aedes aegypti, surja na costa dos Estados Unidos.
Mas o diretor de orçamento da Casa Branca, Shaun Donovan, disse que a ação é uma solução temporária para o Zika, acrescentando que algumas medidas teriam que ser atrasadas, contidas ou paralisadas, a não ser que o Congresso dos Estados Unidos aprove um pedido de fundos de emergência de mais de 1,8 bilhão de dólares, feito anteriormente neste ano.
O vírus, relacionado a diversos casos de microcefalia no Brasil, se espalha rapidamente pela América Latina e Caribe e segue para o norte, à medida que o clima esquenta.
A secretária de Saúde e Serviços Humanos, Sylvia Mathews Burwell, disse que sem o fundo de emergência solicitado, rejeitado por alguns importantes parlamentares republicanos, os EUA arriscam sua habilidade de responder ao Zika vírus.
Burwell disse que o controle do mosquito e vigilância pode ter que ser atrasado ou paralisado, desenvolvimento de vacinas podem ser prejudicados e o desenvolvimento de testes de diagnósticos mais rápidos pode ser comprometido.
"Não iremos brincar com fogo aqui", disse Donovan a repórteres em teleconferência.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Sobe para sete o número de mortes por chikungunya no Recife

20/04/2016 06h15 - Atualizado em 20/04/2016 06h25

Informação está no boletim divulgado pelo município na terça-feira (19).
Exames confirmaram os dois novos óbitos, de um idoso e de uma menina.

O mais novo boletim sobre arboviroses, divulgado na terça-feira (19) pela Secretaria Municipal de Saúde, revelou o aumento do número de mortes provocadas pela chikungunya no Recife.  Agora, são sete casos confirmados. No relatório anterior, lançado há duas semanas, cinco óbitos tinham sido apontados.
O boletim revelou que um homem de 94 anos, residente em Cajueiro, na Zona Norte, e uma garotinha de 1 ano, de Caxangá, na Zona Oeste, são as duas vítimas mais recentes.  O idoso faleceu em 5 de fevereiro deste ano, tendo a morte confirmada por meio de teste de sorologia. A menina faleceu em 13 de março.
O boletim informou, ainda, que outros 40 óbitos por de arbovisroses em investigação na cidade. Em relação aos  dados de registros de pessoas doentes, a Secretaria Municipal de Saúde revelou: entre 3 de janeiro e 2 de abril,  houve 5.570 notificações de dengue (2.218 confirmadas), 4.625 de chikungunya (610 confirmadas) e 2.772 de zika (uma confirmada) na Capital.
A soma é 8,1% maior que o total de casos de arboviroses no mesmo período de 2015. Entre os bairros com maior risco de adoecimento por dez mil habitantes aparecem Santo Antônio, Recife, Mangabeira, Pau Ferro, Cidade Universitária, Paissandu, Totó, Bomba do Hemetério, Alto do Mandu e Vasco da Gama.
Microcefalia
Até o último dia 9, foram notificados 1.849 casos de microcefalia relacionada à infecção pelo zika em Pernambuco, sendo 316 em recém-nascidos residentes do Recife. Destes, 116 são considerados prováveis. Até agora, 56 foram confirmados por exame de neuroimagem, 105 foram descartados e 155 seguem em investigação.


terça-feira, 29 de março de 2016

Como se prevenir da gripe A (H1N1)?


Perguntas e respostas sobre Influenza A (H1N1) - atualizadas em 16/07/2009



1. Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil?
Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o surgimento da nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da Influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho. Esse caso nos dá a primeira evidência de que o novo vírus está em circulação em território nacional. Todas as estratégias que o MS deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A atualização constante de nossas ações contra a nova gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde esteja integrada para manter e reforçar as medidas de atenção à população.

2. Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas, procure seu médico ou vá a um posto de saúde. É importante frisar que, na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%.

3. Quando eu devo procurar um médico?
Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como já se faz com a gripe comum.

4. O que fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento adequado. Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência.

5. Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos suspeitos?
Essa mudança ocorreu porque um percentual significativo — mais de 70% — das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes.

6. Se o exame não é realizado em todas as pessoas, isso significa que o número de casos registrados será subnotificado?
É importante ficar claro que vários países estão adotando a mesma prática, por recomendação da Organização Mundial da Saúde. Vamos continuar a registrar o número de casos. Como já ocorre com surtos de gripe comum, vamos confirmar uma amostra de casos e todos os outros que tiverem os mesmos sintomas e no mesmo ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho, na igreja ou no clube, serão confirmados por vínculo epidemiológico. Além disso, temos no Brasil 62 unidades de “Rede Sentinela” em todos os estados, com a função de monitorar a circulação do vírus influenza e ocorrência de surtos. Essa rede permite que as autoridades sanitárias monitorem a ocorrência de surtos devido ao vírus da gripe comum — e, agora, do novo vírus — por meio da coleta sistemática de amostras e envio aos laboratórios de referência. É importante ficar claro que, a partir de agora, o objetivo não é saber se todos os que têm gripe foram infectados por vírus da influenza sazonal ou pelo novo vírus. Com o aumento no número de casos, passamos agora a trabalhar com o diagnóstico coletivo, exceto para aqueles que podem desenvolver a forma grave da doença, seja gripe comum ou gripe A.

7. Quais os critérios de utilização para o Tamiflu?
Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicados com o Tamiflu. Os demais terão os sintomas tratados, de acordo com indicação médica. O objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, assim como já foi registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar, também, que todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com o Tamiflu. Esse grupo de risco é composto por: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para AIDS), e também pessoas com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme.

8. O medicamento está em falta?
Não. O Ministério da Saúde possui estoque suficiente de medicamento para tratamento dos casos indicados. Além de comprimidos para uso imediato, temos matéria-prima para produzir mais nove milhões de tratamentos.

9. Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a Influenza A (H1N1)?
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus. Nestas unidades, existem 900 leitos com isolamento adequado para atender aos casos que necessitem de internação. Todos os outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de gripe.

10. Como eu posso me prevenir da doença?
Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

Fonte: Ministério da Saúde

Mapa de países infectados pela epidemia da gripe A (H1N1) de 2009.    mortes confirmadas    infecções confirmadas    infecções não confirmadas Este mapa pode mudar muito rapidamente, pois trata-se dum acontecimento atual.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OMS defende teste com mosquito modificado e bactéria contra zika

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou apoio nesta terça-feira (16) a testes com mosquitos geneticamente modificados e uma bactéria que infecta insetos como possíveis armas importantes para combater o vírus da zika.

"Diante da magnitude da crise de zika, a OMS encoraja os países afetados e seus parceiros a aumentar o uso tanto de antigas como de novas formas de controle de mosquito como a mais imediata linha de defesa", disse a OMS em comunicado.

A entidade também destacou o potencial da liberação no ambiente de mosquitos machos estéreis por irradiação.

Uma das técnicas incentivadas pela OMS já testada no Brasil é a introdução da bactéria Wolbachia (lê-se voubáquia) em ovos do Aedes aegypti. Essa bactéria torna o mosquito incapaz de transmitir os vírus da dengue, da febre amarela, da chikungunya e da zika.

Outra técnica com experiências efetuadas no país utiliza o mosquito transgênico, um variação genética do Aedes aegypti produzida pela empresa britânica Oxitec. O mosquito é modificado para, solto no meio ambiente, levar à redução drástica da população local do inseto. Depois de fecundar fêmeas Aedes aegypti selvagens, a maior parte das suas crias morre.

O uso de radiação nuclear para combater o Aedes aegypti está em estudo pelo Brasil. A técnica consiste em expor mosquitos machos à radiação nuclear, tornando-os inférteis. Uma vez de volta no meio ambiente, esses mosquitos não conseguiriam se reproduzir e a população geral teria queda.
Bactéria é principal aposta brasileira

A inoculação da bactéria no mosquito transmissor da zika é uma das principais apostas científica do Brasil no controle dos surtos para os próximos anos, porque, ao contrário do polêmico mosquito transgênico infértil da Oxitec usado em algumas cidades brasileiras, este é capaz de substituir a população existente sem nenhum prejuízo ao equilíbrio do meio ambiente.

A técnica também não envolve modificação genética ou procedimento com produtos tóxicos --a Wolbachia já existe em mais da metade dos insetos do mundo, inclusive no pernilongo, e não causa danos à saúde humana. "É uma bactéria restrita a animais invertebrados", explica a Fiocruz.

O procedimento, desenvolvida na Austrália, usa microinjeção para inserir a bactéria, originária da mosca-das-frutas (a Drosophila melanogaster), nos mosquitos. A bactéria bloqueia o vírus e impede a transmissão de doenças, além de reduzir a longevidade do Aedes.

Os estudos nacionais são aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

'Melhor prevenção à microcefalia é evitar engravidar', afirma obstetra

'Melhor prevenção à microcefalia é evitar engravidar', afirma obstetra.



A melhor forma de prevenir os casos de microcefalia associados ao vírus zika é evitar que as mulheres engravidem neste momento.
É o que defende o ginecologista e obstetra Thomaz Gollop, 68, professor livre-docente de genética da USP e especialista em medicina fetal.
"A melhor forma de prevenir a microcefalia é não ter feto na barriga", afirma. "É radical? Pode ser. Mas pode evitar um desastre maior."
Mas isso não vai criar um pânico na população? "Pânico é dizer que tem alguém do Estado Islâmico na portaria do seu prédio", diz ele.
A seguir trechos da entrevista concedida à Folha.


Folha - O que o sr. recomenda para as mulheres que estão pensando em engravidar?

Thomaz Gollop - Que não engravidem. A infecção por zika pode afetar o feto em qualquer período da gravidez [a hipótese é que o maior perigo seja no primeiro trimestre de gestação, mas não há estudos que garantam segurança no restante da gravidez].
Estamos entrando no verão, não temos controle adequado do mosquito Aedes aegypti. É melhor esperar até que tenhamos uma dimensão real dessa epidemia.


Mas todas as mulheres do país, inclusive as paulistas?
Todas elas. É radical? Pode ser. Mas pode evitar um desastre maior. Se eu tivesse uma filha, seria o conselho que daria. Não é o momento para engravidar, independentemente do lugar onde mora no país. Há risco em potencial em toda a gravidez.
Não temos vacina para prevenir, não existe tratamento para essas crianças, só terapias de suporte. Depois, não adianta ficar fazendo um monte de ultrassom. Isso não muda nada. As sequelas nas crianças são para a vida toda.


E as mulheres que têm urgência em engravidar devido à idade, por exemplo?
Não existe gravidez de urgência. A mulher que está tentando engravidar agora pode muito bem esperar até abril para ter uma noção mais clara da situação. Adiar uma gestação não é uma tragédia.


Medidas preventivas como repelente, camisas com manga comprida e calças não funcionam nesses casos?

É muito difícil. Repelente, para ser eficaz, precisa ser passado a cada quatro horas. Quem faz isso todos os dias? Estamos entrando no verão. Como dizer para as pessoas do Norte, do Nordeste e até aqui do Sudeste para usarem roupas com mangas compridas? Acreditar na eficácia dessas medidas é o mesmo que acreditar em Papai Noel.


E as mulheres que já estão grávidas. O que devem fazer?
Eliminar todos os criadouros do mosquito, e, sim, usar repelente e cobrir todo o corpo. E, principalmente, evitar viajar para as zonas de maior risco. É o que dá para fazer.


Isso não vai criar pânico na população?
Pânico é dizer que tem alguém do Estado Islâmico na portaria do seu prédio, não isso. A melhor forma de prevenir a microcefalia é não ter feto na barriga.


O senhor. acha possível que se autorize o aborto nessas situações, a exemplo do que existe hoje na anencefalia?
Não pode. Normalmente, as anomalias na microcefalia são bem graves, mas não incompatíveis com a vida, como no caso da anencefalia [Em 2012, o Supremo Tribunal Federal autorizou o aborto de fetos anencéfalos].
Ainda mais nesse momento em que direitos já garantidos de interrupção de gravidez [estupro e risco à vida da mãe] estão sob risco. Governo nenhum vai assumir isso num momento de crise política como esse que estamos vivendo hoje.


Teremos uma geração de crianças com microcefalia?
É o que tudo indica, infelizmente. E não é só o tamanho do crânio que importa nesses casos. O vírus zika provoca um processo inflamatório que leva a calcificações no sistema nervoso da criança, causando danos como retardo neuropsicomotor. Não sabemos ainda a real extensão dessas anomalias, isso precisa ser estudado.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1713277-melhor-prevencao-a-microcefalia-e-evitar-engravidar-afirma-obstetra.shtml

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O 1º caso de chikungunya em Pernambuco

PE tem 1º caso de doença que paralisa os músculos associada a chikungunya




O Hospital da Restauração, no Recife, divulgou o primeiro caso de miosite aguda causado pelo vírus da chikungunya. Segundo a equipe médica da unidade, apenas na Índia, entre 2013 e 2014, há registro de quatro pacientes que tiveram a doença provocada pela arbovirose transmitida pelo Aedes aegypti.

A miosite acomete os músculos do paciente e pode causar além de fortes dores, convulsões, paralisia de partes do corpo como o rosto, braços e pernas, por exemplo, e do aparelho respiratório, provocando infecção grave.

A enfermidade pode ser provocada por outras infecções, como a vasculite, que é a inflamação dos vasos sanguíneos, e também por doenças musculares. Se não for tratada no início, a doença pode levar à morte.

Segundo a equipe médica, Danielle Marques de Santana, 17, de Pesqueira (PE), morreu no último dia 6 de janeiro em decorrência da miosite. Em todo o mundo, agora são três os casos de óbito.

"Fizemos todos os exames e foi confirmado que a chikungunya levou ao quadro de miosite, que por sua vez provocou uma infecção generalizada, levando Danielle a óbito. É um caso inédito no país que acende mais uma luz vermelha", afirmou Lúcia Brito, chefe do setor de Neurologia do Hospital da Restauração.

Com sintomas semelhantes à síndrome de Guillain-Barré, que pode ser causada pelo vírus da zika, a miosite se diferencia pela alta taxa de enzimas nos músculos. "Não podemos falar ainda em grupos de riscos. Mas, acredita-se em uma predisposição genética e uma baixa imunidade do paciente", disse Lúcia Brito.

Segundo a médica, o caso foi comunicado à Vigilância Epidemiológica de Pernambuco e deve ser notificado ao Ministério da Saúde. "Exigirá dos profissionais de saúde mais atenção aos sintomas dessas arboviroses. São complicações sérias que podem ser curadas, mas, mesmo assim, deixar sequelas", afirmou a neurologista.

Em parceria com a Fiocruz Pernambuco, Lúcia coordena uma pesquisa que identifica a relação das arboviroses com complicações neurológicas, em especial, a Síndrome de Guillain-Barré. Em 2015, o Estado confirmou 55 casos da doença, quatro provocados pelo vírus da zika e dez mortes.

Este ano, só nos primeiros 15 dias de janeiro, a Secretaria de Saúde de Pernambuco registrou 701 casos suspeitos de chikungunya, em 69 municípios. Desses, 36 foram confirmados.

Procurado, o Ministério da Saúde disse que ainda não foi notificado e que, por isso, não iria se pronunciar.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/01/1734951-pe-tem-1-caso-de-doenca-que-paralisa-os-musculos-associada-ao-chikungunya.shtml