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sexta-feira, 31 de março de 2017

Febre Amarela: o Brasil registrou até agora 2.104 casos suspeitos

Brasil registra 2.104 casos suspeitos de febre amarela

Entenda a doença, seus fatores de risco e tratamentos


Segundo o Ministério da Saúde, do total, 1.101 permanecem em investigação, 492 foram confirmados e 511 descartados. Até o momento, 162 mortes foram confirmadas, 95 permanecem em investigação e 20 foram descartadas.
Minas Gerais é o estado com o maior número de casos, com 375 já confirmados, seguido pelo Espírito Santo, com 109.

A doença
Em meio ao surto de febre amarela, o site Coração & Vida faz um alerta para a doença e dá dicas de prevenção.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por vetores artrópodes, que possui dois ciclos epidemiológicos distintos de transmissão: silvestre e urbano. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.
No entanto, é importante entender a diferença entre a febre amarela urbana e a terrestre. Do ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico, a doença é a mesma nos dois ciclos.
No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina.

Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. Por isso, a população não deve descuidar dos criadouros dos mosquitos. A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.
Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.

Fatores de risco
Pessoas que nunca entraram em contato com a febre amarela ou nunca se vacinaram correm o risco de contrair a doença ao viajarem a locais em que a doença é ativa, mesmo que não haja casos recentes reportados.
O risco é maior para as pessoas com mais de 60 anos de idade e qualquer pessoa com imunodeficiência grave. Muitas pessoas não apresentam sintomas e quando os apresentam, os mais comuns são:
– Febre
– Dores musculares no corpo, principalmente nas costas
– Dor de Cabeça
– Perda de apetite
– Náuseas e vômito
– Olhos, face ou língua avermelhada
– Fotofobia
– Fadiga e fraqueza
Os sintomas nesta fase da doença costumam durar entre três e quatro dias e passam sozinhos.
No entanto, algumas pessoas podem desenvolver sintomas mais graves cerca de 24 horas após a recuperação dos sintomas mais simples. Nesta fase, chamada de tóxica, o vírus pode atingir diversos órgãos e sistemas, mas principalmente o fígado e rins.
Os sintomas dessa fase são:
– Retorno da febre alta
– Icterícia, devido ao dano que o vírus causa no fígado
– Urina escura
– Dores abdominais
– Sangramentos na boca, nariz, olhos ou estômago
Em casos ainda ais graves, o paciente pode apresentar delírios, convulsões e até entrar em coma.

Tratamento
O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas que moram ou têm viagem planejada para áreas silvestres, rurais ou de mata verifiquem se estão vacinadas contra a febre amarela. Em geral, a vacina passa a fazer efeito após um período de dez dias.
O risco de que moradores de áreas endêmicas e até ecoturistas contraiam o vírus e o levem para cidades maiores é a principal preocupação dos especialistas.

Confira abaixo algumas dúvidas sobre a doença:

Qual é a diferença entre a febre amarela silvestre (FAS) e a febre amarela urbana (FAU)?
A diferença entre elas é o vetor: na cidade a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Na mata, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção. Desde 1942, o Brasil não registra casos de febre amarela urbana.

O que é a febre amarela silvestre (FAS)?
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. A doença é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

Como a doença é transmitida?
A febre amarela silvestre é transmitida através da picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.

Como a doença pode ser evitada?
A única forma de evitar FAS é através da vacinação. A vacina está disponível durante todo o ano nas unidades de cuidados de saúde de forma gratuita e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. A vacina pode ser administrada após seis meses de idade e é válida por dez anos.

Quem não pode se vacinar?
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.

Que lugares constituem áreas de risco?
Locais que têm matas e rios onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente são identificadas como áreas de risco.

Que época do ano a doença é mais comumente registrada?
Estudos têm demonstrado que a doença ocorre com maior frequência nos meses de dezembro a maio. Esta é a estação das chuvas, quando há um aumento das populações de mosquitos, favorecendo a circulação do vírus.

Qualquer pessoa está em risco de contrair febre amarela silvestre?
Sim. Qualquer pessoa, independentemente da idade ou sexo, que vive nas áreas endêmicas ou que visitam áreas endêmicas sem ter sido vacinada, pode ter a doença.

Quanto tempo leva para que a doença se tornar aparente?
De três a seis dias após ter sido infectada, a pessoa apresenta os sintomas iniciais.

Quais os sintomas da doença?
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.



O que você deve fazer se apresentar os sintomas?
Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou a morte de macacos próxima aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

Como a febre amarela silvestre é tratada?
Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.

A febre amarela silvestre é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.


Fonte:
http://coracaoevida.com.br/brasil-registra-2-104-casos-suspeitos-de-febre-amarela/


Para saber mais sobre o Tratamento da febre amarela



Não existe tratamento específico para febre amarela. Não há um medicamento que cure a doença, o que torna a vacinação ainda mais importante.
Nos casos grave o paciente é internado para controle das complicações e monitorização das hemorragias. Alguns pacientes que apresentam falência dos rins precisam de hemodiálise (leia: HEMODIÁLISE| Como funciona, cateter e fístulas). Nos casos de insuficiência respiratória a ventilação mecânica pode ser necessária.

A falsa epidemia de febre amarela em 2008

Durante o ano de 2008 o Ministério da Saúde detectou um aumento dos casos de febre amarela entre primatas nas florestas de algumas regiões endêmicas, o que poderia aumentar os casos de febre amarela silvestre. Adequadamente, o governo expediu ordem para aumentar a vigilância e reforçar a vacinação contra a doença em viajantes e moradores de áreas endêmicas que pudessem estar há mais de dez anos sem o reforço.
Entretanto, de forma completamente irracional, parte da imprensa das regiões não endêmicas, nomeadamente Rio e São Paulo, deturparam este fato e passaram a noticiar uma suposta epidemia de febre amarela com risco de transmissão urbana, levando pânico à população, que correu para os postos de saúde em busca de vacinação. O episódio foi tão irresponsável que alguns colunistas instruíram a população a não confiarem no discurso oficial do governo que garantia não haver sinais de epidemia. Somente o jornal Folha de São Paulo publicou mais de 100 matérias sensacionalistas sobre a suposta epidemia entre Dezembro de 2007 e Fevereiro de 2008.


Adulto BR 2

O fato é que durante o ano todo de 2008 foram identificados apenas cerca de 40 casos de febre amarela silvestre em todo o país. Entretanto, a corrida aos postos de saúde fez com que mais de 13 milhões de doses de vacina fossem aplicadas (a média é de menos de 3 milhões por ano). Essa insana vacinação gerou mais de 50 casos de reação à vacina, sendo 23 pessoas internadas por complicações e 8 mortes! Uma das pessoas mortas apresentava contraindicações a vacina, mas assustada com o noticiário, vacinou-se duas vezes em um intervalo de apenas uma semana.
Este fato só reforça a necessidade da população se conscientizar que informações sobre saúde devem ser obtidas apenas por fontes confiáveis. Nunca tome medicações ou vacinas sem orientação médica.
Fonte:

http://www.mdsaude.com/2012/01/febre-amarela-vacina.html