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quinta-feira, 15 de junho de 2017

Surto de Chikungunya alerta autoridades no Norte e Nordeste do Brasil


Casos confirmados de chikungunya em RR crescem 2.325% em 2017, diz Sesau

Dados do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) foram divulgados nesta segunda (15). Saúde diz que aumento indica surto da doença no estado.

Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) divulgou nesta segunda-feira (15) dados do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) que apontam um crescimento de 2.325% nos casos confirmados de chikungunya de janeiro a 24 abril de 2017, comparado com o mesmo período do ano passado.
Conforme a Sesau, em 2016 foram confirmados quatro casos da doença transmitida pelo Aedes aegypti. Já neste ano foram 95. Por isso, o governo considera que os números já indicam um surto epidemiológico da doença.
Os dados do LIRAa também mostram um aumento significativo nos casos de Zika. Em Boa Vista houve um crescimento de 222% nos casos notificados e de 50% nos confirmados.
Com relação a dengue, houve um aumento nos casos notificados, mas uma diminuição de casos confirmados. De janeiro a abril de 2016 foram confirmados 81 casos de dengue em todo o estado. Em 2017, o número caiu para 21.

População deve colaborar

Os meses de abril a setembro são marcados por chuvas o que torna o período ideal para a proliferação do mosquito, conforme a Sesau. A atenção para a limpeza dos ambientes deve ser redobrada para que os focos não apareçam.
"A ação mais efetiva para combater o mosquito ainda é eliminando os focos", afirmou a diretora estadual da vigilância epidemiológica, Luciana Grisoto.
A recomendação da Sesau é que a população faça sempre uma vistoria detalhada para eliminar todos os recipientes que possam acumular água parada e servir como criadouro. O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso é importante repetir este processo pelo menos uma vez por semana.

Com surto de Chikungunya, prefeitura de Fortaleza libera R$ 500 mil para pesquisas sobre a doença.

O prefeito Roberto Cláudio anunciou, na noite desta quarta-feira (10), a liberação de pelo menos R$ 500 mil para desenvolvimento de pesquisas sobre Chikungunya. O anúncio foi feito durante reunião com especialistas da área da saúde e membros da comunidade acadêmica para buscar soluções práticas no tocante ao aprofundamento dos conhecimentos sobre a patologia. As ações objetivam promover melhorias no manejo clínico diante das ocorrências. Os recursos serão liberados por meio de critérios previamente estabelecidos.
Com 6.349 casos confirmados da doença neste ano, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, Fortaleza concentra mais da metade dos casos de chikungunya no Ceará. O estado tem 10.592 casos confirmados de febre neste ano.
De 2016 para 2017, o Ceará também passou por crescimento nos números de casos registrados, indo de 4.294 possíveis casos para 17.012 este ano. Uma pessoa morreu em consequência da doença.
Para o médico infectologista Anastácio Queiroz, a continuidade da manifestação das arboviroses – como a chikungunya e a dengue - tem causas complexas e difíceis de serem combatidas. De acordo com o especialista, questões como habitação, abastecimento de água e a própria educação das pessoas não melhoraram de forma suficiente a conseguir amenizar o problema.
"As pessoas, principalmente na periferia, habitam mal, moram mal e acumulam mal a água. Em determinados bairros, falta o abastecimento de água. Mas não existe um povo totalmente desordenado com um governo totalmente ordenado. Eles caminham juntos. Pelo conhecimento que temos, a maioria dos focos está nas casas das pessoas, mas o poder público tem o desafio de convencer a população de que tem que cuidar."

Reunião

Durante a reunião promovida pela Prefeitura de Fortaleza, médicos de diversas especialidades, ao lado de representantes da Vigilância Epidemiológica e Ambiental, foram divididos em grupos específicos que vão atuar em várias diretrizes, como a gestão de dados epidemiológicos, capacitação profissional, rede de assistência e busca por uma comunicação eficiente.
“Os maiores especialistas da nossa cidade na área da Infectologia estão comprometidos nesta iniciativa. Também neurologistas, reumatologistas, biólogos e pesquisadores. Uma equipe de altíssimo nível técnico que, a partir de agora, vai nos ajudar a dar um maior manejo a essa doença tão desafiadora”, pontuou a médica pediatra e secretária Municipal da Saúde, Joana Maciel.
Também foram mencionadas estratégias implantadas pelo Ministério da Saúde, oferecendo suporte às condutas que serão adotadas a nível municipal. “Nós precisamos adaptar um Manual de Conduta, já existente no âmbito Federal, à nossa realidade. Será estabelecido um fluxograma de como o paciente vai ser atendido no primeiro momento, como identificar o risco do paciente e a quem referir esse paciente”, disse o preito Roberto Cláudio.
Após a formalização e a padronização do Manual de Conduta, a Prefeitura publicará cartilhas e facilitará a promoção de cursos on-line para profissionais dos equipamentos de saúde públicos e privados.
Serão adotados protocolos especiais para oferecer atendimento adequado, principalmente, aos grupos considerados de maior risco, compostos por crianças, idosos, hipertensos, diabéticos e cardiopatas, além de outros pacientes crônicos. O objetivo das ações é atendê-los no tempo correto, promovendo atenção humanizada, estabelecendo ações cujos resultados se apresentem em curto prazo, tendo em vista a gravidade epidêmica da situação.
“A partir disso, o paciente vai poder saber, dependendo de qual sintoma ele esteja apresentando, qual local da Rede ele vai procurar, se é Posto de Saúde, se é UPA, se é hospital. Caso ele apresente complicações, como, por exemplo, neurológicas, será orientado sobre qual unidade o atenderá”, esclareceu a titular da Secretaria de Saúde. Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/com-surto-de-chikungunya-prefeitura-de-fortaleza-libera-r-500-mil-para-pesquisas-sobre-a-doenca.ghtml