Bactérias podem ajudar no controle da infecção e da transmissão do zika vírus
O Aedes aegypti é o mosquito transmissor do zika vírus. Este inseto, facilmente encontrado em zonas urbanas, pode produzir até cinco ninhadas de 200 ovos ao longo de sua vida. Para o bom desenvolvimento dos ovos, as fêmeas necessitam de uma proteína que encontram, preferencialmente, no sangue humano. Para acessar essa proteína utilizam uma estratégia curiosa: em vez de sugarem todo o sangue necessário de uma só vez, as fêmeas desferem múltiplas picadas em diferentes pessoas, e sugam apenas pequenas quantidades em cada uma delas. Isso faz com que o número de pessoas que um único mosquito que contenha o zika vírus pode infectar seja bem grande.
Na ausência de vacinas, as poucas opções atuais de controle da zika se limitam à redução das populações do mosquito transmissor. No entanto, as estratégias conhecidas, tais como a utilização de inseticidas e o controle das larvas, não têm sido eficazes. Há, portanto, uma necessidade urgente de abordagens mais eficientes para o controle do vetor. Uma bactéria que vive no interior do Aedes aegypti tem sido apontada como um novo caminho de combate à doença.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja52whbjuKl-N5TNNv6x4QSuPP1Ta0b9jghxjLcC7BQIWLS51OvMYTt1rPLzn7Rq51Q-WN45VhPAee0YqPjHPjI01HuH5dFY-HW3ClqPtMBbgTgYOVksTJmaoOnlemeRbnbq4-gaWY2i8/s400/infograficomosquito.jpg)
Sabendo disso, pesquisadores da Fiocruz testaram a habilidade de bactérias Wolbachia de minimizar a infecção e a transmissão do zika vírus pelo Aedes aegypti. No experimento, os cientistas utilizaram mosquitos com e sem bactérias Wolbachia em seus organismos e os infectaram com dois tipos de zika vírus. Após 14 dias da infecção, coletaram saliva de todos os mosquitos e injetaram em dois grupos de mosquitos sadios, um que abrigava Wolbachia e outro que não abrigava. O resultado foi que, após 14 dias da infecção, vetores contendo bactérias Wolbachia apresentaram redução de até 90% dos vírus em sua cabeça/tórax, de até 68% em seus abdomens e de 55% em sua saliva.
Para testar se os vírus encontrados nos mosquitos com e sem a bactéria podiam vir a desencadear a zika, os pesquisadores injetaram saliva dos dois tipos de mosquitos em um terceiro grupo de Aedes aegypti que não continha essas bactérias em seu organismo. E o que observaram foi que a infecção não foi detectada quando a saliva foi proveniente dos que continham Wolbachia. Fonte: http://www.curtamicro.com.br/bacterias-contra-zika.html
Doenças transmitidas por mosquitos é o tema do Ciência Aberta
Pesquisadores debatem os desafios enfrentados em estudos e na prevenção de doenças como zika, dengue, chikungunya e febre amarela.
Zika vírus pode aumentar o risco de aborto espontâneo, diz novo estudo
O resultado, visto em primatas, indica a presença da relação mesmo que a gestante não apresente sintomas da infecção. Entenda o que já se sabe sobre o tema!
Em testes com primatas, cientistas norte-americanos observaram que até 26% das mulheres infectadas pelo zika vírus no início da gravidez podem sofrer abortos ou dar à luz filhos natimortos. A descoberta foi divulgada no periódico Nature e, apesar de ser fruto de análises em animais, fortalece suspeitas antigas dos pesquisadores sobre o efeito do vírus nas gestações humanas para além da microcefalia.
Os dados, analisados posteriormente por diversas universidades, foram colhidos em 6 Centros Nacionais de Pesquisas de Primatas dos Estados Unidos. Os macacos também contraem o zika e, em um ambiente controlado, os acadêmicos conseguem observar a infecção e seu avanço de maneira mais precisa do que nos estudos com humanos.
“Há limitações nos trabalhos com mulheres grávidas, pois eles acabam incluindo, na maioria das vezes, só as que tiveram sintomas da infecção, mas mais da metade das pessoas com zika praticamente não apresenta sinais da presença do vírus no organismo”, apontou Dawn Dudley, autora do estudo e pesquisadora da Universidade de Wisconsin-Madison, em um comunicado à imprensa.
Fonte: https://bebe.abril.com.br/gravidez/zika-virus-pode-aumentar-risco-de-aborto-espontaneo/