A Fundação Oswaldo Cruz bateu o recorde de produção de vacinas contra a febre amarela por causa do surto que atinge principalmente Minas Gerais. Mas o Ministério da Saúde diz que não há necessidade de corrida aos postos nas áreas onde não há aumento de casos da doença.
Olhos vigilantes e o aplicativo de celular da Fundação Oswaldo Cruz (clique aqui) são ferramentas que a população pode usar no combate à febre amarela. Qualquer um pode mandar fotos, comunicar a morte suspeita de animais e evitar que a febre amarela se espalhe.
“O vírus circula entre o mosquito, os primatas e as pessoas, quanto mais próximo os mosquitos e os macacos estiverem da gente, maior a possibilidade desse surto. Então animais dentro da floresta e pessoas que vão à floresta se protejam dos mosquitos. E alimentar animais, jamais”, recomenda Márcia Chame, bióloga da Fundação Oswaldo Cruz.
O Brasil está enfrentando o maior surto de febre amarela silvestre da história. Os 107 casos da doença confirmados desde dezembro de 2016 se concentram na Região Sudeste, a maioria em Minas Gerais, estado que também registrou o maior número de mortes.
O esforço para evitar novas áreas de contágio envolve profissionais do Brasil inteiro, que nesta terça-feira (31) se reuniram no Rio.
Neste momento, o Ministério da Saúde recomenda vacinação nos seguintes casos: pessoas que moram nas áreas atingidas pela doença; pessoas que moram em regiões próximas a essas áreas atingidas; e pessoas que vão viajar para as regiões atingidas ou próximas.
Nestes casos estão Oeste do Espírito Santo, Noroeste do Rio de Janeiro, Oeste da Bahia, e Leste de Minas Gerais.
Além desses lugares, a vacinação já é uma rotina em áreas de 19 estados há muito tempo porque são, historicamente, locais de circulação do vírus.
E quem vive nessas regiões desses estados que aparecem em cinza no mapa já tinha antes do surto a recomendação de tomar duas doses da vacina ao longo da vida com um intervalo de dez anos. Isso continua valendo.
Quem mora em outras regiões do país não precisa tomar a vacina.
O ministério também avisa que não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que há doses suficientes para atender as regiões com recomendação de vacinação.
O importante é seguir as orientações das autoridades.
“É o esclarecimento da população, no caso específico da febre amarela, que é uma doença que nós temos uma vacina que é eficaz, que é segura, para não gerar pânico e, dentro da orientação que temos trabalhado com o Ministério da Saúde, de uma vacinação que é nas áreas de risco”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
O laboratório da Fundação Oswaldo Cruz é o maior fabricante de vacinas contra a febre amarela do mundo e está batendo um recorde de produção. Em janeiro deve chegar ao máximo da sua capacidade: nove milhões de doses. Isso em um só mês.
“Nós produzimos a vacina há quase 80 anos e temos condição de atender à demanda, é lógico que obedecendo um planejamento e uma racionalidade da imunização”, explicou Marcos Freire, vice-diretor de Bio-Manguinhos.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/01/fiocruz-bate-recorde-de-producao-de-vacinas-contra-febre-amarela.html
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VACINA FEBRE AMARELA
Por Dra. Mônica Levi
1. O que é febre amarela?
É uma doença febril aguda, potencialmente grave, causada por um vírus da família dos Flavivírus, o vírus da febre amarela.
Os sintomas clássicos da doença incluem: febre alta, mal estar, dor de cabeça, dores musculares, prostração, náuseas e vômitos. Após três a quatro dias, remissão da febre e melhora dos sintomas evoluindo para cura em cercas de 85% dos casos.
Já nas formas graves (cerca de 15% dos casos) dá-se início uma segunda fase com icterícia, instalação de insuficiência hepática e renal, podendo ocorrer acometimento neurológico e coma. A mortalidade é elevada para os que evoluem para essa segunda fase, chegando até 50%.
Alguns países fazem exigência do certificado de vacinação para entrada no país (CIVP), de viajantes provenientes de regiões endêmicas, como o Brasil. Nesses casos, viajantes também deverão receber a vacina por exigência governamental do país de destino.
A vacina é aplicada em dose única de 0,5ml subcutânea.
O Ministério da saúde recomenda revacinação a cada dez anos.
Reações alérgicas leves são ocasionais e relacionadas com reação à proteína do ovo. Reações anafiláticas são muito raras ( 1: 350.000 doses aplicadas) e afetam principalmente pessoas com alergia intensa a ovo.
Os eventos adversos graves, como acometimento do sistema nervoso ou disseminação do vírus vacinal pelo organismo, felizmente são raros ( 1:250.000 – 1:1.000.000 de pessoas vacinadas) e parecem ocorrer com frequência maior em pessoas com idade acima de 60 anos, que recebem a vacina pela primeira vez.
1. O que é febre amarela?
É uma doença febril aguda, potencialmente grave, causada por um vírus da família dos Flavivírus, o vírus da febre amarela.
2. Como se adquire a doença?
O vírus é transmitido pela picada de um mosquito infectado, do gênero Aedes, o mesmo que transmite a dengue.3. Quais são os sintomas da doença?
Os sintomas variam desde formas assintomáticas ou pouco sintomáticas, similares a um quadro gripal, até formas graves, potencialmente fatais.Os sintomas clássicos da doença incluem: febre alta, mal estar, dor de cabeça, dores musculares, prostração, náuseas e vômitos. Após três a quatro dias, remissão da febre e melhora dos sintomas evoluindo para cura em cercas de 85% dos casos.
Já nas formas graves (cerca de 15% dos casos) dá-se início uma segunda fase com icterícia, instalação de insuficiência hepática e renal, podendo ocorrer acometimento neurológico e coma. A mortalidade é elevada para os que evoluem para essa segunda fase, chegando até 50%.
4. Quem deve ser vacinado?
Recomenda-se vacinar toda a população brasileira residente em áreas de risco a partir dos nove meses de vida e aqueles que viajarem para regiões de risco dentro ou fora do Brasil.Alguns países fazem exigência do certificado de vacinação para entrada no país (CIVP), de viajantes provenientes de regiões endêmicas, como o Brasil. Nesses casos, viajantes também deverão receber a vacina por exigência governamental do país de destino.
5. Quais são as regiões de risco?
São várias, e obedecem a critérios epidemiológicos dinâmicos. Você pode se informar a esse respeito através dos órgãos públicos (sites do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais), ou nos vários serviços públicos e privados de Medicina do Viajante.6. O que é a vacina febre amarela?
É uma vacina constituída de vírus vivo atenuado. Apresenta eficácia acima de 95% e a proteção persiste por 10 anos ou mais.A vacina é aplicada em dose única de 0,5ml subcutânea.
O Ministério da saúde recomenda revacinação a cada dez anos.
7. Quais os eventos adversos após a vacinação?
Os eventos adversos comuns ocorrem em 2% a 5% dos vacinados entre cinco e 10 dias após vacinação e geralmente são leves: dor de cabeça, dor muscular, febre.Reações alérgicas leves são ocasionais e relacionadas com reação à proteína do ovo. Reações anafiláticas são muito raras ( 1: 350.000 doses aplicadas) e afetam principalmente pessoas com alergia intensa a ovo.
Os eventos adversos graves, como acometimento do sistema nervoso ou disseminação do vírus vacinal pelo organismo, felizmente são raros ( 1:250.000 – 1:1.000.000 de pessoas vacinadas) e parecem ocorrer com frequência maior em pessoas com idade acima de 60 anos, que recebem a vacina pela primeira vez.
8. Quem não pode ser vacinado?
As contraindicações para vacinação contra febre amarela são:
· Idade menor que seis meses
· Hipersensibilidade a algum dos componentes da vacina
· Portadores de imunodeficiências
Existem situações de precaução, nas quais a indicação da vacinação deve ser ponderada entre risco e benefício:
· Idade entre seis e oito meses
· Idade ≥ 60 anos
· Infectados pelo vírus HIV
· Gestantes
· Mulheres amamentando crianças menores de seis meses
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