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segunda-feira, 5 de março de 2018

Tudo sobre as vacinas

 Tudo sobre o desenvolvimento de vacinas: o que são, quais os tipos e como são feitas.


 O que são vacinas?

 

As vacinas são algumas das substâncias mais importantes da sociedade, pois elas atuam diretamente na prevenção de doenças. Sendo assim, são formas de evitar epidemias ou sofrimento pessoal com doenças e tratamentos. As vacinas agem contra vírus e bactérias que geram diferentes patologias ao corpo humano.
Além disso, a vacina pode chegar a erradicar doenças de uma sociedade. Afinal, ao ter pessoas imunes, a doença para de ser transmitida. Um caso muito famoso na história é a erradicação da varíola, em 1977.
As vacinas ajudam o organismo humano a ficar protegido de vírus e bactérias causadores de doenças. Talvez algumas pessoas não saibam, mas há certos tipos de vacina que são administradas por via oral, além das famosas injeções que são aplicadas no braço, ou em outras regiões do corpo.
Os laboratórios produzem a vacina a partir dos próprios organismos causadores das doenças, mas enfraquecidos, mortos ou com algum derivado deles. Primeiro, os vírus são injetados em células animais, como as de um ovo de galinha. Depois que se proliferam, passam por um processo de enfraquecimento, ou seja, não irão mais causar a doença. Entretanto, continuam fazendo com que o organismo desenvolva anticorpos.
Ao ser aplicada a vacina no ser humano, o organismo começa a se defender daquele vírus ou daquela bactéria (mas que não possui “força” para causar a doença). Assim, a pessoa produz anticorpos antes mesmo de ter a doença, se tornando imune a ela.
Algumas pessoas podem apresentar reações adversas às vacinas, que podem variar de acordo com o tipo de medicamento aplicado. Entre os principais sintomas da vacina, podem se destacar: dor e inchaço no local da injeção, além de uma vermelhidão; coceira; dor de cabeça; febre; fadiga. Em caso de reação, um profissional de saúde competente deve ser procurado imediatamente.
Fonte: https://ibapcursos.com.br/tudo-sobre-vacinas-o-que-sao-quais-os-tipos-e-como-sao-feitas/

Mitos sobre as vacinas

1. Uma melhor higiene e saneamento farão as doenças desaparecerem 
Vacinas não são necessárias. Uma melhor higiene, lavagem das mãos e uso de água limpa ajudam a proteger as pessoas contra as doenças, entretanto, as doenças preveníveis por vacinas podem se espalhar independente dessas outras medidas de prevenção. Se as pessoas não forem vacinadas, doenças que já não existem no território brasileiro, como a poliomielite e o sarampo, por exemplo, podem reaparecer rapidamente. Os programas de imunização tem contribuído para a qualidade de vida da população prevenindo e reduzindo complicações por essas doenças. 
2. As vacinas têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos
A vacinação pode ser até fatal. As vacinas são seguras e traz benefícios contra as doenças, no entanto, como qualquer outro medicamento, pode causar reações adversas. Essas reações, de forma geral, são leves e temporárias, como dor no local da administração da vacina ou febre baixa. Eventos graves de saúde são raros e cuidadosamente acompanhados e investigados. É muito mais provável que uma pessoa adoeça gravemente por uma enfermidade evitável pela vacina do que pela própria vacina. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia; o sarampo pode causar encefalite e cegueira; e algumas doenças preveníveis por meio da vacinação podem até resultar em morte como pneumonias. Embora qualquer lesão grave ou morte causada por vacinas seja muito relevante, os benefícios da imunização superam em muito o risco, considerando que muitas outras lesões e mortes ocorreriam sem ela.

3. A vacina combinada contra a difteria, tétano e coqueluche e a vacina contra a hepatite causam a síndrome da morte súbita infantil. 
Não há relação causal entre a administração de vacinas e a síndrome da morte súbita infantil (SMSI), também conhecida como síndrome da morte súbita do lactente. No entanto, essas vacinas são administradas em um momento em que os bebês podem sofrer com essa síndrome. Em outras palavras, as mortes por SMSI são coincidentes à vacinação e teriam ocorrido mesmo se nenhuma vacina tivesse sido aplicada. É importante lembrar que essas quatro doenças podem levar os bebês não vacinados contra elas a complicações e até mesmo a morte. São doenças sérias e a vacinação é uma das medidas de prevenção mais importantes.

4. As doenças evitáveis ​​por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar. Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar barreiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Em 2017, por exemplo, na Europa ocorrem surtos de sarampo em populações não vacinadas (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido). Dessa forma, as duas principais razões para a vacinação são proteger a nós mesmos e também as pessoas que estão à nossa volta. Programas de vacinação bem-sucedidos, assim como as sociedades bem-sucedidas, dependem da cooperação de cada indivíduo para assegurar o bem de todos. Não devemos apenas confiar nas pessoas ao nosso redor para impedir a propagação da doença; nós também somos responsáveis pela saúde da nossa família e comunidade.

5. Doenças infantis evitáveis ​​por vacinas são apenas infelizes fatos da vida. As doenças evitáveis ​​por vacinas não têm que ser "fatos da vida". A vacinação é uma medida que vem sendo adotada pelos países há muitos anos e tem sido responsável pelo controle, eliminação e erradicação de várias enfermidades como sarampo, poliomielite, varíola e rubéola. Essas doenças podem levar a complicações graves em crianças e adultos, incluindo pneumonia, paralisia, encefalite, cegueira, diarreia, infecções de ouvido, síndrome da rubéola congênita (caso uma mulher seja infectada com rubéola no início da gravidez) e, por fim, à morte. O sofrimento que elas causam podem ser prevenidos com vacinas. O fato de não vacinar as crianças faz com que elas fiquem desprotegidas e expostas ao risco de adoecer.

6. Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma pessoa pode aumentar o risco de eventos adversos prejudiciais, que podem sobrecarregar seu sistema imunológico. Evidências científicas mostram que administrar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos e não sobrecarrega o sistema imunológico. As pessoas estão expostas a diversas substâncias, que possibilitam o desenvolvimento de resposta imune todos os dias. O simples ato de se alimentar introduz novos antígenos no corpo, levando a produção de resposta e proteção contra doenças. As principais vantagens de aplicar várias vacinas ao mesmo tempo são: redução do número de visitas a sala de vacinação, economizando tempo e dinheiro, uma maior probabilidade de que o calendário vacinal seja completado e a pessoa fique protegida. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações vem buscando oferecer vacinas combinada, a exemplo, a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), a fim de reduzir o número de injeções.

7. A influenza é apenas um incômodo e a vacina para a doença não é muito eficaz. A influenza é muito mais que um incômodo. É uma doença grave que mata de 300 mil a 500 mil pessoas a cada ano em todo o mundo. Mulheres grávidas, crianças pequenas, pessoas idosas com pouco acesso à saúde e qualquer um que possua uma condição crônica, como asma ou doença cardíaca, estão em risco mais elevado para uma infecção severa, que pode levar à morte. A vacinação de gestantes tem o benefício adicional de proteger seus recém-nascidos (não há atualmente nenhuma vacina contra a influenza para bebês menores de seis meses). A maioria das vacinas contra a influenza oferece imunidade às três cepas mais prevalentes, que circulam em qualquer estação. É a melhor maneira de reduzir as chances de adquirir influenza grave e de espalhá-la para outras pessoas. Evitar a doença significa evitar custos com cuidados médicos extras e perda de renda por faltas no trabalho ou na escola. A vacina influenza tem alcançado o objetivo anual da campanha de vacinação que é o de reduzir as complicações e mortes pela doença.

8. É melhor ser imunizado por meio da doença do que por meio de vacinas. As vacinas interagem com o sistema imunológico para produzir uma resposta imunológica semelhante àquela produzida pela infecção natural, mas não causam a doença ou colocam a pessoa imunizada em risco de possíveis complicações. Em contraste, há um preço a ser pago pela imunidade adquirida apenas por meio de uma infecção natural: deficiência intelectual oriunda do Haemophilus influenzae tipo b (Hib), defeitos congênitos da rubéola, câncer hepático provocado pelo vírus da hepatite B ou morte por sarampo.

9. As vacinas contêm mercúrio, que é perigoso. 
O mercúrio é utilizado em algumas vacinas como conservante em quantidades mínimas e não existe evidências de que sejam prejudiciais à saúde, sendo seu uso liberado pelo órgão regulador nacional, a Anvisa. É o conservante mais utilizado para vacinas que são fornecidas em frascos multidose.

10. Vacinas causam autismo. 
Não há nenhuma evidência científica de relação entre as vacinas e o autismo/transtornos autistas. O estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre essa possível relação, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou, e seu autor foi impossibilitado de exercer a medicina. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação, expondo a população a subsequentes surtos de sarampo. 
Fonte: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/vacinareproteger/

Campanha de vacinação do Ministério da Saúde

 


domingo, 4 de fevereiro de 2018

Impacto Ambiental - oque a escola está ensinando para os nossos alunos.

Olá pessoal, estamos de volta!
Um ótimo ano de 2018, com muito conhecimento novo e novas expectativas de sucesso para todos.
Gostaria de iniciar 2018 com esse tema de relevância incontestável;"Impacto Ambiental". 

Segundo a resolução Conama Nº001 de janeiro de 1986, o impacto ambiental é definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.

Analisando essa resolução, percebemos que qualquer atividade que o homem exerça no meio ambiente provocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, pode ser positivo ou não. Infelizmente, na grande maioria das vezes, os impactos são negativos, acarretando degradação e poluição do ambiente. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/impactos-ambientais.htm

Qual a diferença entre desastre ambiental e catástrofe da natureza?

Muitas pessoas fazem confusão com esses dois conceitos que, apesar de estarem vinculados, são diferentes entre si. 

Um exemplo clássico de catástrofe natural é o caso de uma erupção vulcânica,  como ilustrado na imagem ao lado que, além de causar uma série de tremores e abalos provocados por uma força gigantesca oriunda do núcleo terrestre, expele uma quantidade avassaladora de rochas liquefeitas, denominado magma, com uma temperatura que pode chegar aos 2000°C, formando imensos rios e lagos que, por onde passam destroem tudo. Esse é um exemplo clássico de catástrofe natural.

Para ilustras, vamos disponibilizar esse trecho de uma notícia de 2010.

Terremoto e tsunami mataram 311, enquanto erupção do vulcão Monte Merapi provocou mais 30 vítimas

Desastres naturais já causaram pelo menos 341 mortes em diferentes regiões da Indonésia, que na terça-feira foi atingida por um terremoto seguido de tsunami, mesmo dia em que o vulcão Monte Merapi entrou em erupção.

O terremoto de 7,7 graus de magnitude atingiu a região das ilhas Mentawai, ao oeste de Sumatra. O tremor, que provocou um tsunami com ondas de até três metros, deixou 311 mortos e mais de 400 desaparecidos. Dez vilarejos foram parcial ou totalmente destruídos.


Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/desastres-naturais-deixam-341-mortos-na-indonesia/n1237812851400.html


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sirius - o super acelerador de partículas brasileiro.

A APOSTA DO SUPERACELERADOR

Em meio a cortes drásticos de recursos para as pesquisas, o Brasil constrói seu mais ambicioso equipamento científico

POR BERNARDO ESTEVES

14 DE AGOSTO DE 2017 15:54


Quando pesquisadores apontam novos instrumentos científicos para objetos familiares, às vezes se deparam com um mundo povoado por criaturas de cuja existência eles sequer suspeitavam. Foi assim quando Galileu Galilei apontou seu telescópio para Júpiter, no começo do século XVII, e constatou que o planeta também tinha luas. Com isso ele desencadeou uma nova percepção do Sistema Solar e de todo o cosmo. Também naquele século, o holandês Antonie van Leeuwenhoek observou uma gota d’água ao microscópio e, pela primeira vez, viu microrganismos vivos, que ele chamou de animálculos (a observação é considerada um marco simbólico do início da microbiologia).

A história tem outros casos que mostram como o aprimoramento das técnicas permitiu aos cientistas grandes saltos em sua compreensão do mundo em que vivemos. Está em construção em Campinas um grande acelerador de partículas que nasce com uma expectativa parecida de desbravar terrenos desconhecidos. Trata-se do Sirius, o mais grandioso e mais sofisticado equipamento científico já construído no Brasil e uma das melhores máquinas do mundo em seu gênero. Equipado de instrumentos científicos desenhados para explorar novas propriedades dos materiais, o Sirius tem o potencial de capacitar cientistas brasileiros a realizar experimentos na fronteira do conhecimento.

Orçado em 1,8 bilhão de reais e bancado pelo governo federal, o Sirius começou a ser construído no início de 2015 e deve começar a funcionar no ano que vem – desde que os recursos prometidos para a conclusão da obra sejam liberados em tempo. Para chegar a um bom fim, o projeto depende de verbas suplementares de aproximadamente 1,2 bilhões de reais até 2020.

Sua peça central é um anel circular de 518 metros de circunferência nos quais elétrons serão impulsionados a uma velocidade praticamente igual à da luz, da ordem de 300 mil quilômetros por segundo.
A radiação emitida pelos elétrons acelerados permitirá “enxergar” em escala molecular e atômica materiais de todo tipo – proteínas, ligas metálicas, semicondutores, polímeros, fibras ópticas, fósseis. O Sirius vai atuar como se fosse um microscópio superpoderoso, com a vantagem de ter configurações muito superiores às dos equipamentos disponíveis na maioria dos laboratórios.
O físico paulista Antônio Roque da Silva, o responsável por coordenar a construção do acelerador, aposta que o Sirius colocará noutro patamar a qualidade da produção dos pesquisadores do país. “O Brasil pode assumir a liderança na nova ciência que pode sair desse salto de qualidade inclusive com coisas que podemos ser os primeiros a fazer.” Ele espera que a máquina atraia alguns dos melhores grupos do mundo que trabalham nesse tipo de aceleradores. “Será o vetor de internacionalização mais marcante da ciência brasileira”, vaticinou.





Roque, como é chamado por seus colegas, explicou numa entrevista em seu gabinete que as configurações do Sirius foram definidas em função das perguntas que os cientistas gostariam de responder com aquela máquina. O projeto do acelerador prevê a instalação de equipamentos científicos que permitirão atacar questões estratégicas para a ciência brasileira – temas ligados ao agronegócio, às ciências da saúde ou às energias alternativas, por exemplo.
“Quero melhores baterias, os carros elétricos do futuro, os materiais leves e resistentes dos próximos aviões e carros, mas quero também entender a recuperação de solo, os problemas de meio ambiente e poluição, a dessalinização de água”, enumerou Roque. “Esse é o tipo de perguntas que esse tipo de acelerador tem ajudado a responder, e é isso que o Sirius vai permitir fazer.”




Oplano de construir um acelerador de elétrons de ponta é discutido pelo menos desde 2008, mas foi em 2009, no segundo mandato de Lula, que o Ministério da Ciência e Tecnologia embarcou na ideia, liberando os primeiros 2 milhões de reais para o desenvolvimento do projeto. Sopravam outros ventos políticos e econômicos naquele momento. Os cientistas também se beneficiaram das condições favoráveis dos anos 2000, a década em que o Brasil descobriu o pré-sal, e o Cristo Redentor decolou como um foguete na capa da Economist. O período foi marcado por um aumento notável de recursos para a ciência, pela criação de novas universidades e por uma fartura de bolsas de pesquisa e editais de financiamento.

O investimento se traduziu no incremento da produção científica. Entre 1993 e 2013, o número de artigos publicados por pesquisadores brasileiros aumentou quase oito vezes, fazendo com que o Brasil saltasse de 24º a 13º país com mais artigos publicados, segundo um levantamento da Thomson Reuters, gigante da informação científica. Com quase 43 mil artigos publicados em 2013, o Brasil respondia então por 2,5% da produção científica mundial – percentual próximo aos 2,37% da parcela do pib brasileiro na economia global.

Os repasses do governo federal para o Sirius aumentaram ano a ano desde que o governo federal decidiu bancar o projeto, em 2009. Três anos depois, já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, o projeto ganhou rubrica própria no orçamento da União e os recursos se avultaram. “O total repassado até 2016 foi de 612,3 milhões de reais”, disse Antônio Roque da Silva.
Não há dúvida de que o Sirius é um projeto extraordinário no panorama da ciência brasileira – do ponto de vista orçamentário, inclusive. Enquanto os recursos para o acelerador só fizeram aumentar desde 2009, o mesmo não se pode dizer do orçamento do Ministério da Ciência, em queda franca há quatro anos.
A lei orçamentária anual previu 5,049 bilhões de reais para a área em 2017 – praticamente a metade do valor anunciado para 2013. Já era o pior orçamento da pasta em quase uma década, mesmo sem se levar em conta a depreciação pela inflação – isso antes de o ministro da Fazenda Henrique Meirelles anunciar, no fim de março, o bloqueio de 42 bilhões do orçamento da União para 2017. Os cortes foram especialmente severos para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Informações e Comunicações, que teve 44% dos recursos contingenciados. Seu orçamento acabou ficando ainda mais parco, chegando a 2,83 bilhões de reais.
Desde o ano passado, quando a construção do Sirius foi incorporada ao Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC, os recursos para o projeto já não estão mais atrelados ao orçamento do ministério. O PAC também teve quase 42% de seus recursos contingenciados por Meirelles, mas a parcela destinada à continuidade das obras do Sirius foi assegurada. “O contingenciamento não irá comprometer o andamento da construção do Sirius”, afirmou o Ministério da Ciência em nota enviada à piauí no fim de junho.




Três dias antes da publicação do decreto que reduziu o orçamento do Ministério, preocupados com os rumores de contingenciamento que se espalhavam por Brasília, os presidentes das duas mais importantes associações de cientistas brasileiros enviaram ao ministro Meirelles um apelo para que não cortasse recursos para a área. Helena Nader, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (cujo mandato se encerrou no fim de julho), e Luiz Davidovich, da Academia Brasileira de Ciências, argumentaram que o Ministério da Ciência respondia por apenas 0,32% do orçamento global (em 2010 a participação era de 0,58%), e que os cortes prejudicariam o país. “A experiência internacional mostra que os investimentos em ciência e inovação tecnológica produzem retornos muitas vezes superiores aos recursos aplicados, contribuindo para o aumento do pib e o protagonismo internacional do país”, escreveram.

O gesto de Nader e Davidovich anda se banalizando. Desde que Michel Temer assumiu a Presidência, não foram poucas as vezes em que as associações dirigidas por ambos vieram conjuntamente a público protestar contra medidas que reduziam os recursos para a ciência e a tecnologia.

Antes mesmo da posse, Temer provocou calafrios nos cientistas ao aventar o nome do pastor Marcos Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal e adepto do criacionismo, para o Ministério da Ciência. Tirado o bode da sala, veio um novo sobressalto quando o presidente anunciou, no âmbito de sua reforma ministerial, que fundiria a pasta da Ciência, Tecnologia e Inovações com a das Comunicações. Para a comunidade científica o movimento pareceu pouco justificado e sintomático do desdém do governo federal pela área.
Mas esse não foi o ponto baixo da política científica de Temer na avaliação de Luiz Davidovich. O golpe mais duro, para ele, foi a proposta de emenda constitucional aprovada pelo Congresso que limitou o aumento dos gastos públicos nos próximos vinte anos, atrelando-o à inflação – a chamada “PEC do Teto” (ou “do Fim do Mundo”, como os cientistas se referiam a ela, à época). A medida tende a aguçar as disputas por recursos entre diferentes áreas da administração federal. Qualquer aumento significativo no orçamento para a ciência e tecnologia terá necessariamente como contrapartida uma redução de investimentos noutra seara – na educação, saúde ou previdência, por exemplo.Para Davidovich, trata-se de um tiro no pé. “Essa PEC considera que os recursos para a ciência e tecnologia são gastos, e não investimentos.”
O presidente da Academia Brasileira de Ciências recebeu a piauí para uma entrevista na sede da entidade, no Centro do Rio. Seu gabinete é decorado por um quadro que mostra Arquimedes em sua banheira no momento do “Eureka!” e um retrato de Copérnico, nome central da Revolução Científica que teve início no século XVI. Davidovich defendeu que, na história dos países industrializados, os investimentos em ciência e tecnologia tiveram papel fundamental para o desenvolvimento deles.
O caso da Coreia do Sul é emblemático: no espaço de quinze anos entre 2000 e 2014, a fração do pib que o país reserva para investimentos de ciência e tecnologia saltou de 2,19% para 4,29% – proporcionalmente mais que Israel, Japão, Estados Unidos China e União Europeia. A quantidade de publicações dos pesquisadores coreanos dobrou entre 2005 e 2014, e o país é líder mundial em pedidos de patentes.
No fim das contas, disse Davidovich, nem é preciso buscar em países estrangeiros os exemplos que evidenciam o papel da ciência e tecnologia no desenvolvimento econômico. “Johanna Döbereiner, trabalhando na Universidade Federal Rural do Rio, descobriu um processo de fixação de nitrogênio no solo que multiplicou a produtividade da soja em quatro vezes”, lembrou o físico – as pesquisas que a agrônoma conduziu a partir dos anos 60 renderam ao país uma economia anual de mais de 2 bilhões de dólares com adubos nitrogenados, segundo dados da Embrapa, e fizeram do Brasil o segundo maior produtor mundial de soja. “A colaboração de cientistas brasileiros de várias áreas – matemáticos, químicos, biofísicos e muitos outros – resultou no aperfeiçoamento da tecnologia de perfuração de poços de petróleo em águas profundas”, continuou Davidovich. “Não é possível que o pessoal desconheça esses exemplos.”

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Surto de Chikungunya alerta autoridades no Norte e Nordeste do Brasil


Casos confirmados de chikungunya em RR crescem 2.325% em 2017, diz Sesau

Dados do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) foram divulgados nesta segunda (15). Saúde diz que aumento indica surto da doença no estado.

Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) divulgou nesta segunda-feira (15) dados do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) que apontam um crescimento de 2.325% nos casos confirmados de chikungunya de janeiro a 24 abril de 2017, comparado com o mesmo período do ano passado.
Conforme a Sesau, em 2016 foram confirmados quatro casos da doença transmitida pelo Aedes aegypti. Já neste ano foram 95. Por isso, o governo considera que os números já indicam um surto epidemiológico da doença.
Os dados do LIRAa também mostram um aumento significativo nos casos de Zika. Em Boa Vista houve um crescimento de 222% nos casos notificados e de 50% nos confirmados.
Com relação a dengue, houve um aumento nos casos notificados, mas uma diminuição de casos confirmados. De janeiro a abril de 2016 foram confirmados 81 casos de dengue em todo o estado. Em 2017, o número caiu para 21.

População deve colaborar

Os meses de abril a setembro são marcados por chuvas o que torna o período ideal para a proliferação do mosquito, conforme a Sesau. A atenção para a limpeza dos ambientes deve ser redobrada para que os focos não apareçam.
"A ação mais efetiva para combater o mosquito ainda é eliminando os focos", afirmou a diretora estadual da vigilância epidemiológica, Luciana Grisoto.
A recomendação da Sesau é que a população faça sempre uma vistoria detalhada para eliminar todos os recipientes que possam acumular água parada e servir como criadouro. O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso é importante repetir este processo pelo menos uma vez por semana.

Com surto de Chikungunya, prefeitura de Fortaleza libera R$ 500 mil para pesquisas sobre a doença.

O prefeito Roberto Cláudio anunciou, na noite desta quarta-feira (10), a liberação de pelo menos R$ 500 mil para desenvolvimento de pesquisas sobre Chikungunya. O anúncio foi feito durante reunião com especialistas da área da saúde e membros da comunidade acadêmica para buscar soluções práticas no tocante ao aprofundamento dos conhecimentos sobre a patologia. As ações objetivam promover melhorias no manejo clínico diante das ocorrências. Os recursos serão liberados por meio de critérios previamente estabelecidos.
Com 6.349 casos confirmados da doença neste ano, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, Fortaleza concentra mais da metade dos casos de chikungunya no Ceará. O estado tem 10.592 casos confirmados de febre neste ano.
De 2016 para 2017, o Ceará também passou por crescimento nos números de casos registrados, indo de 4.294 possíveis casos para 17.012 este ano. Uma pessoa morreu em consequência da doença.
Para o médico infectologista Anastácio Queiroz, a continuidade da manifestação das arboviroses – como a chikungunya e a dengue - tem causas complexas e difíceis de serem combatidas. De acordo com o especialista, questões como habitação, abastecimento de água e a própria educação das pessoas não melhoraram de forma suficiente a conseguir amenizar o problema.
"As pessoas, principalmente na periferia, habitam mal, moram mal e acumulam mal a água. Em determinados bairros, falta o abastecimento de água. Mas não existe um povo totalmente desordenado com um governo totalmente ordenado. Eles caminham juntos. Pelo conhecimento que temos, a maioria dos focos está nas casas das pessoas, mas o poder público tem o desafio de convencer a população de que tem que cuidar."

Reunião

Durante a reunião promovida pela Prefeitura de Fortaleza, médicos de diversas especialidades, ao lado de representantes da Vigilância Epidemiológica e Ambiental, foram divididos em grupos específicos que vão atuar em várias diretrizes, como a gestão de dados epidemiológicos, capacitação profissional, rede de assistência e busca por uma comunicação eficiente.
“Os maiores especialistas da nossa cidade na área da Infectologia estão comprometidos nesta iniciativa. Também neurologistas, reumatologistas, biólogos e pesquisadores. Uma equipe de altíssimo nível técnico que, a partir de agora, vai nos ajudar a dar um maior manejo a essa doença tão desafiadora”, pontuou a médica pediatra e secretária Municipal da Saúde, Joana Maciel.
Também foram mencionadas estratégias implantadas pelo Ministério da Saúde, oferecendo suporte às condutas que serão adotadas a nível municipal. “Nós precisamos adaptar um Manual de Conduta, já existente no âmbito Federal, à nossa realidade. Será estabelecido um fluxograma de como o paciente vai ser atendido no primeiro momento, como identificar o risco do paciente e a quem referir esse paciente”, disse o preito Roberto Cláudio.
Após a formalização e a padronização do Manual de Conduta, a Prefeitura publicará cartilhas e facilitará a promoção de cursos on-line para profissionais dos equipamentos de saúde públicos e privados.
Serão adotados protocolos especiais para oferecer atendimento adequado, principalmente, aos grupos considerados de maior risco, compostos por crianças, idosos, hipertensos, diabéticos e cardiopatas, além de outros pacientes crônicos. O objetivo das ações é atendê-los no tempo correto, promovendo atenção humanizada, estabelecendo ações cujos resultados se apresentem em curto prazo, tendo em vista a gravidade epidêmica da situação.
“A partir disso, o paciente vai poder saber, dependendo de qual sintoma ele esteja apresentando, qual local da Rede ele vai procurar, se é Posto de Saúde, se é UPA, se é hospital. Caso ele apresente complicações, como, por exemplo, neurológicas, será orientado sobre qual unidade o atenderá”, esclareceu a titular da Secretaria de Saúde. Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/com-surto-de-chikungunya-prefeitura-de-fortaleza-libera-r-500-mil-para-pesquisas-sobre-a-doenca.ghtml

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Brasil lança primeiro foguete nacional movido a combustível líquido

Brasil lança com sucesso satélite que será usado para comunicações e defesa

Lançamento aconteceu nesta quinta-feira (4). Equipamento será utilizado para comunicações estratégicas do governo e para levar banda larga a regiões remotas no país.


O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi lançado nesta quinta-feira (4) com sucesso, por volta das 19 h do horário de Brasília a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Trata-se do primeiro satélite geoestacionário 100% brasileiro de uso civil e militar dedicado exclusivamente a transmissão de dados.

A decolagem foi considerada perfeita pelo centro de controles da Arianespace na Guiana Francesa.

Após o lançamento do foguete que leva o equipamento ao espaço, haverá um tempo de 28 minutos até a separação do satélite, que levará cerca de 10 dias para chegar à sua posição final. Depois disso, serão feitos testes por 30 dias. Em meados de junho, o controle operacional do satélite já poderá ser feito pelas Forças Armadas. A banda utilizada para comunicações poderá ser usada a partir de setembro. Além do satélite brasileiro, foi lançado para o espaço hoje um satélite da Coréia do Sul, também pela empresa lançadora de satélites Arianespace.


O projeto é uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e envolve investimentos de R$ 2,7 bilhões. Adquirido pela Telebras, o equipamento será utilizado para comunicações estratégicas do governo e para ampliar a oferta de banda larga no país, especialmente em áreas remotas. O satélite também fornecerá um meio seguro para transferência de informações civis e militares que envolvam a segurança nacional. Até então, o governo alugava o sinal de satélites privados.
Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o satélite ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. Sua capacidade de operação é de 18 anos.
Inicialmente, o lançamento do Satélite Geoestacionário brasileiro estava previsto para o dia 21 de março, mas foi adiado por causa de uma greve geral na Guiana Francesa.
*Com informações da Agência Brasil


Há muitos anos, o Brasil prometeu lançar um satélite que levaria banda larga a áreas remotas. Na noite desta quinta-feira (4), após uma sucessão de atrasos, ele enfim chegou ao espaço.

O SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) custou R$ 2,784 bilhões e terá uso civil e militar. Ele vai operar em banda Ka, fornecendo banda larga a provedores em cidades remotas; e também em banda X, para comunicações militares.
O lançamento foi realizado pela Arianespace na base de Kourou, na Guiana Francesa. O satélite foi montado pela franco-italiana Thales Alenia Space sob a supervisão da Visiona (parceria entre Telebras e Embraer).
O acordo com a Thales Alenia também envolve transferência de tecnologia: 50 profissionais brasileiros foram enviados à França para acompanhar a fabricação do satélite, e para aprender a operá-lo. Eles vão trabalhar nas duas estações de controle, uma em Brasília e outra no Rio de Janeiro.
O SGDC ficará em órbita geoestacionária a 36 mil km da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e transmitindo dados a até 54 gigabits por segundo. O uso militar começará em junho; a oferta de banda larga só deve começar em setembro. A vida útil prevista para o satélite é de 18 anos.


Atrasos
O projeto do SGDC foi inicialmente anunciado em 2012. O processo de licitação foi realizado em 2013, com previsão de lançamento do satélite para o ano seguinte — o que não aconteceu. Ele faria parte do Programa Nacional de Banda Larga.
No ano passado, a então presidente Dilma Rousseff prometeu que o satélite será lançado ainda em 2016, mas esse prazo também não foi cumprido. O lançamento ficou para março deste ano, e acabou atrasando de novo porque a Guiana Francesa estava em greve geral.



sexta-feira, 31 de março de 2017

Febre Amarela: o Brasil registrou até agora 2.104 casos suspeitos

Brasil registra 2.104 casos suspeitos de febre amarela

Entenda a doença, seus fatores de risco e tratamentos


Segundo o Ministério da Saúde, do total, 1.101 permanecem em investigação, 492 foram confirmados e 511 descartados. Até o momento, 162 mortes foram confirmadas, 95 permanecem em investigação e 20 foram descartadas.
Minas Gerais é o estado com o maior número de casos, com 375 já confirmados, seguido pelo Espírito Santo, com 109.

A doença
Em meio ao surto de febre amarela, o site Coração & Vida faz um alerta para a doença e dá dicas de prevenção.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por vetores artrópodes, que possui dois ciclos epidemiológicos distintos de transmissão: silvestre e urbano. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.
No entanto, é importante entender a diferença entre a febre amarela urbana e a terrestre. Do ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico, a doença é a mesma nos dois ciclos.
No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina.

Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. Por isso, a população não deve descuidar dos criadouros dos mosquitos. A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.
Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.

Fatores de risco
Pessoas que nunca entraram em contato com a febre amarela ou nunca se vacinaram correm o risco de contrair a doença ao viajarem a locais em que a doença é ativa, mesmo que não haja casos recentes reportados.
O risco é maior para as pessoas com mais de 60 anos de idade e qualquer pessoa com imunodeficiência grave. Muitas pessoas não apresentam sintomas e quando os apresentam, os mais comuns são:
– Febre
– Dores musculares no corpo, principalmente nas costas
– Dor de Cabeça
– Perda de apetite
– Náuseas e vômito
– Olhos, face ou língua avermelhada
– Fotofobia
– Fadiga e fraqueza
Os sintomas nesta fase da doença costumam durar entre três e quatro dias e passam sozinhos.
No entanto, algumas pessoas podem desenvolver sintomas mais graves cerca de 24 horas após a recuperação dos sintomas mais simples. Nesta fase, chamada de tóxica, o vírus pode atingir diversos órgãos e sistemas, mas principalmente o fígado e rins.
Os sintomas dessa fase são:
– Retorno da febre alta
– Icterícia, devido ao dano que o vírus causa no fígado
– Urina escura
– Dores abdominais
– Sangramentos na boca, nariz, olhos ou estômago
Em casos ainda ais graves, o paciente pode apresentar delírios, convulsões e até entrar em coma.

Tratamento
O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas que moram ou têm viagem planejada para áreas silvestres, rurais ou de mata verifiquem se estão vacinadas contra a febre amarela. Em geral, a vacina passa a fazer efeito após um período de dez dias.
O risco de que moradores de áreas endêmicas e até ecoturistas contraiam o vírus e o levem para cidades maiores é a principal preocupação dos especialistas.

Confira abaixo algumas dúvidas sobre a doença:

Qual é a diferença entre a febre amarela silvestre (FAS) e a febre amarela urbana (FAU)?
A diferença entre elas é o vetor: na cidade a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Na mata, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção. Desde 1942, o Brasil não registra casos de febre amarela urbana.

O que é a febre amarela silvestre (FAS)?
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. A doença é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

Como a doença é transmitida?
A febre amarela silvestre é transmitida através da picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.

Como a doença pode ser evitada?
A única forma de evitar FAS é através da vacinação. A vacina está disponível durante todo o ano nas unidades de cuidados de saúde de forma gratuita e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. A vacina pode ser administrada após seis meses de idade e é válida por dez anos.

Quem não pode se vacinar?
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.

Que lugares constituem áreas de risco?
Locais que têm matas e rios onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente são identificadas como áreas de risco.

Que época do ano a doença é mais comumente registrada?
Estudos têm demonstrado que a doença ocorre com maior frequência nos meses de dezembro a maio. Esta é a estação das chuvas, quando há um aumento das populações de mosquitos, favorecendo a circulação do vírus.

Qualquer pessoa está em risco de contrair febre amarela silvestre?
Sim. Qualquer pessoa, independentemente da idade ou sexo, que vive nas áreas endêmicas ou que visitam áreas endêmicas sem ter sido vacinada, pode ter a doença.

Quanto tempo leva para que a doença se tornar aparente?
De três a seis dias após ter sido infectada, a pessoa apresenta os sintomas iniciais.

Quais os sintomas da doença?
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.



O que você deve fazer se apresentar os sintomas?
Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou a morte de macacos próxima aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

Como a febre amarela silvestre é tratada?
Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.

A febre amarela silvestre é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.


Fonte:
http://coracaoevida.com.br/brasil-registra-2-104-casos-suspeitos-de-febre-amarela/


Para saber mais sobre o Tratamento da febre amarela



Não existe tratamento específico para febre amarela. Não há um medicamento que cure a doença, o que torna a vacinação ainda mais importante.
Nos casos grave o paciente é internado para controle das complicações e monitorização das hemorragias. Alguns pacientes que apresentam falência dos rins precisam de hemodiálise (leia: HEMODIÁLISE| Como funciona, cateter e fístulas). Nos casos de insuficiência respiratória a ventilação mecânica pode ser necessária.

A falsa epidemia de febre amarela em 2008

Durante o ano de 2008 o Ministério da Saúde detectou um aumento dos casos de febre amarela entre primatas nas florestas de algumas regiões endêmicas, o que poderia aumentar os casos de febre amarela silvestre. Adequadamente, o governo expediu ordem para aumentar a vigilância e reforçar a vacinação contra a doença em viajantes e moradores de áreas endêmicas que pudessem estar há mais de dez anos sem o reforço.
Entretanto, de forma completamente irracional, parte da imprensa das regiões não endêmicas, nomeadamente Rio e São Paulo, deturparam este fato e passaram a noticiar uma suposta epidemia de febre amarela com risco de transmissão urbana, levando pânico à população, que correu para os postos de saúde em busca de vacinação. O episódio foi tão irresponsável que alguns colunistas instruíram a população a não confiarem no discurso oficial do governo que garantia não haver sinais de epidemia. Somente o jornal Folha de São Paulo publicou mais de 100 matérias sensacionalistas sobre a suposta epidemia entre Dezembro de 2007 e Fevereiro de 2008.


Adulto BR 2

O fato é que durante o ano todo de 2008 foram identificados apenas cerca de 40 casos de febre amarela silvestre em todo o país. Entretanto, a corrida aos postos de saúde fez com que mais de 13 milhões de doses de vacina fossem aplicadas (a média é de menos de 3 milhões por ano). Essa insana vacinação gerou mais de 50 casos de reação à vacina, sendo 23 pessoas internadas por complicações e 8 mortes! Uma das pessoas mortas apresentava contraindicações a vacina, mas assustada com o noticiário, vacinou-se duas vezes em um intervalo de apenas uma semana.
Este fato só reforça a necessidade da população se conscientizar que informações sobre saúde devem ser obtidas apenas por fontes confiáveis. Nunca tome medicações ou vacinas sem orientação médica.
Fonte:

http://www.mdsaude.com/2012/01/febre-amarela-vacina.html