Automático

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Brasil tem 1.168 casos de microcefalia confirmados

Dos 7.150 notificações feitas até o momento ao Ministério da Saúde, 3.741 continuam em investigação e 2.241 foram descartados

O novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (20), mostra que até o dia 16 de abril 1.168 casos foram confirmados e 2.241 outros casos foram descartados para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita. Ao todo, foram notificados 7.150 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, sendo que 3.741 permanecem em investigação. Os dados do informe são enviados semanalmente pelas secretarias estaduais de saúde.
Os 1.168 casos confirmados ocorreram em 428 municípios, localizados em 22 Unidades da Federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Os 2.241 casos descartados foram classificados por apresentarem exames normais ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infecciosas.
Do total de casos de microcefalia confirmados, 192 tiveram resultado positivo para o zika por critério laboratorial específico para o vírus. No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Ou seja, a pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Óbitos
Até o dia 16 de abril, foram registrados 240 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 51 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 165 continuam em investigação e 30 foram descartados.
A região Nordeste concentra 77,2% dos casos notificados, com 5.520 registrados até o momento. O Estado de Pernambuco continua sendo a Unidade da Federação com maior número em investigação (760), seguido da Bahia (647), Paraíba (389), Rio Grande do Norte (297), Rio de Janeiro (294) e Ceará (254).
Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde investiga todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos Estados, e a possível relação entre o zika vírus e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, outros agentes infecciosos, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
O Ministério da Saúde orienta às gestantes que adotem medidas para reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, como a eliminação de criadouros e proteção contra a exposição de mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, uso de calça e camisa de manga comprida, além de repelentes permitidos para gestantes.
Cooperação
Na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos anunciou a confirmação da relação entre o zika e a ocorrência de microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus. O estudo realizou uma revisão rigorosa das evidências já existentes e concluiu que o zika é a causa da microcefalia e outros danos cerebrais identificados em fetos.
Para embasar o estudo norte-americano, foram analisadas pesquisas da comunidade médica e científica de diversos países, entre eles o Brasil, que é pioneiro no estudo do zika vírus associado à microcefalia. O CDC é parceiro do Brasil nas investigações, como parte do esforço mundial para as descobertas relacionadas ao tema.
A relação entre o zika e a microcefalia já havia sido reconhecida e anunciada pelo governo brasileiro em novembro de 2015, quando o vírus foi identificado em amostras de sangue e tecidos de um bebê com microcefalia e também no líquido amniótico de duas gestantes. Desde então, diversas outras evidências foram encontradas, como vermelhidão na pele durante o primeiro trimestre da gravidez – que é um dos sintomas da zika - em grande parte das mulheres que tiveram bebês com microcefalia nos Estados da Bahia, Paraíba e Pernambuco.
Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 16 de abril de 2016 (clique aqui para ver tabela)


Dengue cai 81% em São Paulo, mas chikungunya e zika preocupam



Dengue cai 81% em São Paulo, mas chikungunya e zika preocupam.


Foram notificados 224 registros suspeitos de zika no município em 2016, comparados com 76 casos em todo o ano anterior

O número de casos confirmados de dengue na cidade de São Paulo caiu 81% em relação ao mesmo período de 2015, mostram dados divulgados na sexta-feira (8) pela Secretaria Municipal da Saúde. De 1 de janeiro a 26 de março, foram 6.096 pessoas infectadas pela doença na capital, ante 32.128 nos três primeiros meses de 2015.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha a tendência é que a incidência da doença continue caindo em comparação com 2015, quando a capital registrou recorde de casos com 100 mil pessoas infectadas.
"Percebemos que houve acerto na escolha do tratamento dos terrenos e imóveis com larvicida", disse Padilha, referindo-se a uma estratégia adotada neste ano pela Prefeitura de usar produto específico para eliminar larvas do mosquito Aedes aegypti em imóveis com acúmulo de objetos que podem servir de criadouros, como pátios de carros.
A queda nos registros da doença fez a secretaria determinar na sexta-feira (8) a desativação das duas tendas montadas em unidades de saúde da zona leste para atender pacientes com suspeita da doença. A região é a mais afetada pela dengue neste ano. "Os profissionais contratados para trabalhar nas tendas vão permanecer nas unidades de saúde reforçando a assistência para o surto de H1N1", disse o secretário.
Chikungunya e zika
Embora a dengue venha perdendo força na capital, o número de casos de chikungunya e de zika, doenças também transmitidas pelo Aedes, vem crescendo.

De acordo com a secretaria, foi confirmado o segundo caso autóctone (de transmissão interna) do zika na cidade, em uma gestante do bairro da Água Rasa, na zona leste. A mulher já deu à luz e não foi diagnosticada nenhuma má-formação no bebê. Além dos dois casos confirmados, foram notificados ainda 224 registros suspeitos de zika no Município. Durante todo o ano de 2015, foram 76 notificações.





Ano Novo Preço Velho | Portal Educação

Congelamos os Preços de 2016


2017 já começou com tudo: novo ano, mudanças, objetivos e perspectivas de crescimento. E aqui no Portal Educação não foi diferente, porém, com uma vantagem: congelamos os preços de 2016! Isso mesmo, aqui o ano é novo, mas o preço é velho!
Agora você não tem mais desculpa para adiar aquele projeto de ampliar os seus conhecimentos e fazer a tão desejada Pós-Graduação que irá alavancar de vez a sua carreira.
Aproveite e conheça as opções oferecidas pelo Portal Educação em diversas áreas! Lembrando que todas as nossas Pós-Graduações online são reconhecidas pelo MEC e possuem certificado impresso.
Matricule-se Já!



Em alerta, governo dos Estados Unidos destina US$ 590 milhões em combate ao zika


A Casa Branca informou nesta quarta-feira que irá redirecionar 589 milhões de dólares, equivalente a R$ 2,2 bilhões  reais, em fundos para preparação e resposta ao zika vírus antes que o mosquito transmissor, Aedes aegypti, surja na costa dos Estados Unidos.
Mas o diretor de orçamento da Casa Branca, Shaun Donovan, disse que a ação é uma solução temporária para o Zika, acrescentando que algumas medidas teriam que ser atrasadas, contidas ou paralisadas, a não ser que o Congresso dos Estados Unidos aprove um pedido de fundos de emergência de mais de 1,8 bilhão de dólares, feito anteriormente neste ano.
O vírus, relacionado a diversos casos de microcefalia no Brasil, se espalha rapidamente pela América Latina e Caribe e segue para o norte, à medida que o clima esquenta.
A secretária de Saúde e Serviços Humanos, Sylvia Mathews Burwell, disse que sem o fundo de emergência solicitado, rejeitado por alguns importantes parlamentares republicanos, os EUA arriscam sua habilidade de responder ao Zika vírus.
Burwell disse que o controle do mosquito e vigilância pode ter que ser atrasado ou paralisado, desenvolvimento de vacinas podem ser prejudicados e o desenvolvimento de testes de diagnósticos mais rápidos pode ser comprometido.
"Não iremos brincar com fogo aqui", disse Donovan a repórteres em teleconferência.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Sobe para sete o número de mortes por chikungunya no Recife

20/04/2016 06h15 - Atualizado em 20/04/2016 06h25

Informação está no boletim divulgado pelo município na terça-feira (19).
Exames confirmaram os dois novos óbitos, de um idoso e de uma menina.

O mais novo boletim sobre arboviroses, divulgado na terça-feira (19) pela Secretaria Municipal de Saúde, revelou o aumento do número de mortes provocadas pela chikungunya no Recife.  Agora, são sete casos confirmados. No relatório anterior, lançado há duas semanas, cinco óbitos tinham sido apontados.
O boletim revelou que um homem de 94 anos, residente em Cajueiro, na Zona Norte, e uma garotinha de 1 ano, de Caxangá, na Zona Oeste, são as duas vítimas mais recentes.  O idoso faleceu em 5 de fevereiro deste ano, tendo a morte confirmada por meio de teste de sorologia. A menina faleceu em 13 de março.
O boletim informou, ainda, que outros 40 óbitos por de arbovisroses em investigação na cidade. Em relação aos  dados de registros de pessoas doentes, a Secretaria Municipal de Saúde revelou: entre 3 de janeiro e 2 de abril,  houve 5.570 notificações de dengue (2.218 confirmadas), 4.625 de chikungunya (610 confirmadas) e 2.772 de zika (uma confirmada) na Capital.
A soma é 8,1% maior que o total de casos de arboviroses no mesmo período de 2015. Entre os bairros com maior risco de adoecimento por dez mil habitantes aparecem Santo Antônio, Recife, Mangabeira, Pau Ferro, Cidade Universitária, Paissandu, Totó, Bomba do Hemetério, Alto do Mandu e Vasco da Gama.
Microcefalia
Até o último dia 9, foram notificados 1.849 casos de microcefalia relacionada à infecção pelo zika em Pernambuco, sendo 316 em recém-nascidos residentes do Recife. Destes, 116 são considerados prováveis. Até agora, 56 foram confirmados por exame de neuroimagem, 105 foram descartados e 155 seguem em investigação.


terça-feira, 29 de março de 2016

Como se prevenir da gripe A (H1N1)?


Perguntas e respostas sobre Influenza A (H1N1) - atualizadas em 16/07/2009



1. Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil?
Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o surgimento da nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da Influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho. Esse caso nos dá a primeira evidência de que o novo vírus está em circulação em território nacional. Todas as estratégias que o MS deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A atualização constante de nossas ações contra a nova gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde esteja integrada para manter e reforçar as medidas de atenção à população.

2. Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas, procure seu médico ou vá a um posto de saúde. É importante frisar que, na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%.

3. Quando eu devo procurar um médico?
Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como já se faz com a gripe comum.

4. O que fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento adequado. Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência.

5. Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos suspeitos?
Essa mudança ocorreu porque um percentual significativo — mais de 70% — das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes.

6. Se o exame não é realizado em todas as pessoas, isso significa que o número de casos registrados será subnotificado?
É importante ficar claro que vários países estão adotando a mesma prática, por recomendação da Organização Mundial da Saúde. Vamos continuar a registrar o número de casos. Como já ocorre com surtos de gripe comum, vamos confirmar uma amostra de casos e todos os outros que tiverem os mesmos sintomas e no mesmo ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho, na igreja ou no clube, serão confirmados por vínculo epidemiológico. Além disso, temos no Brasil 62 unidades de “Rede Sentinela” em todos os estados, com a função de monitorar a circulação do vírus influenza e ocorrência de surtos. Essa rede permite que as autoridades sanitárias monitorem a ocorrência de surtos devido ao vírus da gripe comum — e, agora, do novo vírus — por meio da coleta sistemática de amostras e envio aos laboratórios de referência. É importante ficar claro que, a partir de agora, o objetivo não é saber se todos os que têm gripe foram infectados por vírus da influenza sazonal ou pelo novo vírus. Com o aumento no número de casos, passamos agora a trabalhar com o diagnóstico coletivo, exceto para aqueles que podem desenvolver a forma grave da doença, seja gripe comum ou gripe A.

7. Quais os critérios de utilização para o Tamiflu?
Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicados com o Tamiflu. Os demais terão os sintomas tratados, de acordo com indicação médica. O objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, assim como já foi registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar, também, que todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com o Tamiflu. Esse grupo de risco é composto por: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para AIDS), e também pessoas com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme.

8. O medicamento está em falta?
Não. O Ministério da Saúde possui estoque suficiente de medicamento para tratamento dos casos indicados. Além de comprimidos para uso imediato, temos matéria-prima para produzir mais nove milhões de tratamentos.

9. Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a Influenza A (H1N1)?
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus. Nestas unidades, existem 900 leitos com isolamento adequado para atender aos casos que necessitem de internação. Todos os outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de gripe.

10. Como eu posso me prevenir da doença?
Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

Fonte: Ministério da Saúde

Mapa de países infectados pela epidemia da gripe A (H1N1) de 2009.    mortes confirmadas    infecções confirmadas    infecções não confirmadas Este mapa pode mudar muito rapidamente, pois trata-se dum acontecimento atual.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OMS defende teste com mosquito modificado e bactéria contra zika

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou apoio nesta terça-feira (16) a testes com mosquitos geneticamente modificados e uma bactéria que infecta insetos como possíveis armas importantes para combater o vírus da zika.

"Diante da magnitude da crise de zika, a OMS encoraja os países afetados e seus parceiros a aumentar o uso tanto de antigas como de novas formas de controle de mosquito como a mais imediata linha de defesa", disse a OMS em comunicado.

A entidade também destacou o potencial da liberação no ambiente de mosquitos machos estéreis por irradiação.

Uma das técnicas incentivadas pela OMS já testada no Brasil é a introdução da bactéria Wolbachia (lê-se voubáquia) em ovos do Aedes aegypti. Essa bactéria torna o mosquito incapaz de transmitir os vírus da dengue, da febre amarela, da chikungunya e da zika.

Outra técnica com experiências efetuadas no país utiliza o mosquito transgênico, um variação genética do Aedes aegypti produzida pela empresa britânica Oxitec. O mosquito é modificado para, solto no meio ambiente, levar à redução drástica da população local do inseto. Depois de fecundar fêmeas Aedes aegypti selvagens, a maior parte das suas crias morre.

O uso de radiação nuclear para combater o Aedes aegypti está em estudo pelo Brasil. A técnica consiste em expor mosquitos machos à radiação nuclear, tornando-os inférteis. Uma vez de volta no meio ambiente, esses mosquitos não conseguiriam se reproduzir e a população geral teria queda.
Bactéria é principal aposta brasileira

A inoculação da bactéria no mosquito transmissor da zika é uma das principais apostas científica do Brasil no controle dos surtos para os próximos anos, porque, ao contrário do polêmico mosquito transgênico infértil da Oxitec usado em algumas cidades brasileiras, este é capaz de substituir a população existente sem nenhum prejuízo ao equilíbrio do meio ambiente.

A técnica também não envolve modificação genética ou procedimento com produtos tóxicos --a Wolbachia já existe em mais da metade dos insetos do mundo, inclusive no pernilongo, e não causa danos à saúde humana. "É uma bactéria restrita a animais invertebrados", explica a Fiocruz.

O procedimento, desenvolvida na Austrália, usa microinjeção para inserir a bactéria, originária da mosca-das-frutas (a Drosophila melanogaster), nos mosquitos. A bactéria bloqueia o vírus e impede a transmissão de doenças, além de reduzir a longevidade do Aedes.

Os estudos nacionais são aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

'Melhor prevenção à microcefalia é evitar engravidar', afirma obstetra

'Melhor prevenção à microcefalia é evitar engravidar', afirma obstetra.



A melhor forma de prevenir os casos de microcefalia associados ao vírus zika é evitar que as mulheres engravidem neste momento.
É o que defende o ginecologista e obstetra Thomaz Gollop, 68, professor livre-docente de genética da USP e especialista em medicina fetal.
"A melhor forma de prevenir a microcefalia é não ter feto na barriga", afirma. "É radical? Pode ser. Mas pode evitar um desastre maior."
Mas isso não vai criar um pânico na população? "Pânico é dizer que tem alguém do Estado Islâmico na portaria do seu prédio", diz ele.
A seguir trechos da entrevista concedida à Folha.


Folha - O que o sr. recomenda para as mulheres que estão pensando em engravidar?

Thomaz Gollop - Que não engravidem. A infecção por zika pode afetar o feto em qualquer período da gravidez [a hipótese é que o maior perigo seja no primeiro trimestre de gestação, mas não há estudos que garantam segurança no restante da gravidez].
Estamos entrando no verão, não temos controle adequado do mosquito Aedes aegypti. É melhor esperar até que tenhamos uma dimensão real dessa epidemia.


Mas todas as mulheres do país, inclusive as paulistas?
Todas elas. É radical? Pode ser. Mas pode evitar um desastre maior. Se eu tivesse uma filha, seria o conselho que daria. Não é o momento para engravidar, independentemente do lugar onde mora no país. Há risco em potencial em toda a gravidez.
Não temos vacina para prevenir, não existe tratamento para essas crianças, só terapias de suporte. Depois, não adianta ficar fazendo um monte de ultrassom. Isso não muda nada. As sequelas nas crianças são para a vida toda.


E as mulheres que têm urgência em engravidar devido à idade, por exemplo?
Não existe gravidez de urgência. A mulher que está tentando engravidar agora pode muito bem esperar até abril para ter uma noção mais clara da situação. Adiar uma gestação não é uma tragédia.


Medidas preventivas como repelente, camisas com manga comprida e calças não funcionam nesses casos?

É muito difícil. Repelente, para ser eficaz, precisa ser passado a cada quatro horas. Quem faz isso todos os dias? Estamos entrando no verão. Como dizer para as pessoas do Norte, do Nordeste e até aqui do Sudeste para usarem roupas com mangas compridas? Acreditar na eficácia dessas medidas é o mesmo que acreditar em Papai Noel.


E as mulheres que já estão grávidas. O que devem fazer?
Eliminar todos os criadouros do mosquito, e, sim, usar repelente e cobrir todo o corpo. E, principalmente, evitar viajar para as zonas de maior risco. É o que dá para fazer.


Isso não vai criar pânico na população?
Pânico é dizer que tem alguém do Estado Islâmico na portaria do seu prédio, não isso. A melhor forma de prevenir a microcefalia é não ter feto na barriga.


O senhor. acha possível que se autorize o aborto nessas situações, a exemplo do que existe hoje na anencefalia?
Não pode. Normalmente, as anomalias na microcefalia são bem graves, mas não incompatíveis com a vida, como no caso da anencefalia [Em 2012, o Supremo Tribunal Federal autorizou o aborto de fetos anencéfalos].
Ainda mais nesse momento em que direitos já garantidos de interrupção de gravidez [estupro e risco à vida da mãe] estão sob risco. Governo nenhum vai assumir isso num momento de crise política como esse que estamos vivendo hoje.


Teremos uma geração de crianças com microcefalia?
É o que tudo indica, infelizmente. E não é só o tamanho do crânio que importa nesses casos. O vírus zika provoca um processo inflamatório que leva a calcificações no sistema nervoso da criança, causando danos como retardo neuropsicomotor. Não sabemos ainda a real extensão dessas anomalias, isso precisa ser estudado.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1713277-melhor-prevencao-a-microcefalia-e-evitar-engravidar-afirma-obstetra.shtml

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O 1º caso de chikungunya em Pernambuco

PE tem 1º caso de doença que paralisa os músculos associada a chikungunya




O Hospital da Restauração, no Recife, divulgou o primeiro caso de miosite aguda causado pelo vírus da chikungunya. Segundo a equipe médica da unidade, apenas na Índia, entre 2013 e 2014, há registro de quatro pacientes que tiveram a doença provocada pela arbovirose transmitida pelo Aedes aegypti.

A miosite acomete os músculos do paciente e pode causar além de fortes dores, convulsões, paralisia de partes do corpo como o rosto, braços e pernas, por exemplo, e do aparelho respiratório, provocando infecção grave.

A enfermidade pode ser provocada por outras infecções, como a vasculite, que é a inflamação dos vasos sanguíneos, e também por doenças musculares. Se não for tratada no início, a doença pode levar à morte.

Segundo a equipe médica, Danielle Marques de Santana, 17, de Pesqueira (PE), morreu no último dia 6 de janeiro em decorrência da miosite. Em todo o mundo, agora são três os casos de óbito.

"Fizemos todos os exames e foi confirmado que a chikungunya levou ao quadro de miosite, que por sua vez provocou uma infecção generalizada, levando Danielle a óbito. É um caso inédito no país que acende mais uma luz vermelha", afirmou Lúcia Brito, chefe do setor de Neurologia do Hospital da Restauração.

Com sintomas semelhantes à síndrome de Guillain-Barré, que pode ser causada pelo vírus da zika, a miosite se diferencia pela alta taxa de enzimas nos músculos. "Não podemos falar ainda em grupos de riscos. Mas, acredita-se em uma predisposição genética e uma baixa imunidade do paciente", disse Lúcia Brito.

Segundo a médica, o caso foi comunicado à Vigilância Epidemiológica de Pernambuco e deve ser notificado ao Ministério da Saúde. "Exigirá dos profissionais de saúde mais atenção aos sintomas dessas arboviroses. São complicações sérias que podem ser curadas, mas, mesmo assim, deixar sequelas", afirmou a neurologista.

Em parceria com a Fiocruz Pernambuco, Lúcia coordena uma pesquisa que identifica a relação das arboviroses com complicações neurológicas, em especial, a Síndrome de Guillain-Barré. Em 2015, o Estado confirmou 55 casos da doença, quatro provocados pelo vírus da zika e dez mortes.

Este ano, só nos primeiros 15 dias de janeiro, a Secretaria de Saúde de Pernambuco registrou 701 casos suspeitos de chikungunya, em 69 municípios. Desses, 36 foram confirmados.

Procurado, o Ministério da Saúde disse que ainda não foi notificado e que, por isso, não iria se pronunciar.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/01/1734951-pe-tem-1-caso-de-doenca-que-paralisa-os-musculos-associada-ao-chikungunya.shtml

O que estamos esperando para eliminar o Aedes aegypti

Piracicaba elimina 82% de larvas de Aedes em área experimental





A Prefeitura de Piracicaba (a 160 km de São Paulo) anunciou nesta terça-feira (19) uma redução de 82% na quantidade de larvas do mosquito Aedes aegyptiem área experimental no bairro Cecap/Eldorado, em comparação com setor vizinho reservado para controle.
O resultado foi alcançado com uma versão transgênica do mosquito transmissor dos vírus dadengue, zika, chikungunya e febre amarela. A prefeitura agora planeja estender a experiência a áreas centrais da cidade de 390 mil habitantes 160 km a noroeste da capital paulista.
Segundo a Secretaria da Saúde de Piracicaba, na temporada de dengue 2014/15, o bairro Cecap/Eldorado tinha apresentado 133 casos de infecção, o maior índice da cidade. Na temporada seguinte, 2015/16, houve um único caso.
As fêmeas adultas do Aedes transmitem os vírus ao sugar o sangue de seres humanos. A empresa de origem britânica Oxitec criou uma linhagem de mosquitos machos (batizada OX513A) com um gene que faz todas as suas larvas –machos e fêmeas– morrerem antes de chegar à fase alada.
Soltos em quantidade suficiente numa região, transmosquitos competem com machos selvagens por fêmeas, que não aceitam nova inseminação após a cópula. O sistema, ainda sem licença do governo federal para emprego generalizado, não elimina por completo as fêmeas picadoras, mas reduz muito sua população.
"Fomos atrás da ferramenta que nos parecia mais adequada para ajudar nessa dura batalha contra o transmissor da dengue, do zika e da chikungunya", afirma o prefeito Gabriel Ferrato. Ele decidiu ampliar por um ano o teste experimental e incluir nele uma população entre 35 mil e 60 mil habitantes de área no centro da cidade, ainda por definir.
A soltura dos mosquitos transgênicos no ambiente tem de ser contínua. A demanda resultante por insetos modificados passará a ser atendida por uma fábrica que a Oxitec construirá em Piracicaba. Sua sede original, com produção limitada, fica em Campinas.
"Nos próximos anos faremos um investimento da ordem de milhões de reais nesta nova unidade de Aedes aegypti do Bem", diz Glen Slade, diretor da Oxitec do Brasil, referindo-se ao apelido propagandístico do inseto criado pela empresa. A unidade terá condições de atender mais de 300 mil pessoas.

ANVISA

A linhagem OX513A, no entanto, ainda não conta com licença da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser liberada em escala comercial, ilimitada, no ambiente. A Oxitec só conta com autorização para fazer testes experimentais em áreas restritas. Além do de Piracicaba, houve outro em Juazeiro (BA), que resultou em redução de 95% na população de Aedes.
Por ora, a empresa obteve licença só da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em abril de 2014. Um mês depois, iniciou contatos com a Anvisa, mas até hoje não houve definição sobre o procedimento para autorizar a tecnologia em larga escala, nem mesmo se é da competência da Vigilância Sanitária fazer isso.
"Esta é uma tecnologia inovadora e diferente de todos os demais produtos e atividades regulados até o momento pela Anvisa e por outras agências estrangeiras", responde a agência desde agosto de 2015.
"A Anvisa está analisando o material apresentado pela empresa em caráter prioritário, inclusive com consultas a outras agências reguladoras internacionais que estão tratando de questões semelhantes. A análise envolve aspecto de segurança e, especialmente, eficácia da tecnologia."
A FDA, agência norte-americana de fármacos e alimentos, decidiu no final de 2014 que a linhagem OX513A deverá observar as exigências para registro de medicamentos veterinários, mas o processo ainda se encontra em andamento.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/01/1731048-piracicaba-elimina-82-de-larvas-de-aedes-em-area-experimental.shtml