O Brasil está passando por um momento muito crítico do ponto de vista da saúde do seu povo. Nunca na história da medicina se viu uma situação como a que está acontecendo no Nordeste brasileiro, em relação ao aumento do número de casos de Microcefalia na região.
Não bastasse os quatro tipos da Dengue, a Chikungunya e a Zika, surge a Síndrome de Guillain-Barré e agora, a Epidemia de Microcefalia.
Diante do quadro crítico que se desenvolve com tamanha rapidez, cientistas de todo o país se mobilizam em busca de uma explicação para a causa do problema mais prioritário no momento: a microcefalia.
Vejam que mapa assustador
"Doutor, e a cabeça?" Com o surto de microcefalia que atinge o Nordeste, essa tem sido a primeira pergunta das gestantes quando chegam para os ultrassons de rotina.
O pânico de que o bebê desenvolva a "má formação" do cérebro que pode trazer sequelas graves ao desenvolvimento tem levado grávidas com planos de saúde a repetirem exames sem necessidade e até pedirem ao obstetra a antecipação do parto.
Neste sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou a relação da microcefalia com o vírus zika, transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue.
O país soma 739 casos da má formação neste ano (contra uma média de cem em anos anteriores).
Em Salvador (BA), Luana, 32 anos e na 27ª semana de gestação, conta que fez três ultrassons só neste mês para se certificar de que o bebê está bem. "Minha médica é contra, mas estou em pânico."
Segundo a obstetra e ultrassonografista Denise Matias, há pacientes agendando ultrassons só para medir a cabeça do feto, já que a microcefalia tem sido associada ao crânio menor que 33 cm.
"Há muita desinformação. As pessoas acham que toda cabeça inferior a 33 cm pode ser microcefalia, mas essa medida é para um bebê que nasce a termo. Prematuros, claro, têm um crânio menor."
O ginecologista Sergio Matos, também ultrassonografista e especialista em medicina fetal, vive situação semelhante. "Todas só querem saber o tamanho da cabeça."
Talita França, 32, relata que não para de pensar nos casos de microcefalia. Grávida de 22 semanas, ela só anda de calça comprida, camisas de manga longa e com muito repelente no corpo.
Na última terça, ao fazer o ultrassom morfológico, chorou ao ouvir da médica que estava tudo bem. "Estou aliviada, mas não despreocupada. Até o final da gestação vai ser essa tortura."
Luciane Brito, 38, vive angústia semelhante. "Não estou dormindo direito. Liguei para a minha médica pedindo para antecipar o parto. Estou na 37ª semana, acho que está bom, mas ela discorda."
Catarina Menezes, 33, grávida de oito semanas, esperava, aflita, o seu primeiro ultrassom. "Se eu soubesse desse zika, não engravidaria agora. Na TV, eles dizem: 'Evitem engravidar, evitem o Nordeste'. E o que fazemos, nós, grávidas que vivemos aqui?"
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