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sábado, 7 de março de 2015

Fiocruz isola vírus chikungunya em amostras humanas

Células de amostras humanas infectadas pelo vírus chikungunya em imunoflorescência produzida durante o isolamento do vírus na Fiocruz Paraná Fonte: Fiocruz


Iniciativa vai impulsionar desenvolvimento de kits de diagnóstico e permitir que detecção do vírus seja realizada sem utilização de animais.

O Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) realizou, em fevereiro, o isolamento do arbovírus causador da febre chikungunya em amostras humanas.

O feito vai impulsionar de forma significativa o desenvolvimento de kits de diagnóstico para a doença e permitir que a detecção do vírus seja realizada sem a utilização de animais.

Desenvolvido pelo Laboratório de Virologia Molecular do ICC, o trabalho isolou o vírus em sete amostras de pacientes, obtidas por meio de um convênio com a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana, na Bahia.

De acordo com dados mais recentes do Ministério da Saúde, foram registrados 771 casos autóctones suspeitos no País, sendo 82 confirmados, 687 em investigação e dois descartados no período de 4 de janeiro a 7 de fevereiro de 2015.

Os estados do Amapá, Mato Grosso do Sul, de Goiás, da Bahia, e Distrito Federal são os afetados. “O diagnóstico e a notificação de casos de chikungunya é fundamental para que possamos ter uma vigilância epidemiológica eficaz”, ressalta a virologista Claudia Nunes Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC.

“Com o isolamento do vírus em células humanas, além de não utilizarmos mais animais para a detecção, essas partículas contribuirão para os avanços nos kits diagnósticos, incluindo o teste rápido que está sendo desenvolvido pelo ICC em parceria com Bio-Manguinhos”, complementou a pesquisadora.

Após a chegada das amostras, o isolamento foi confirmado em um curto espaço de tempo, reforçando a expertise da Fiocruz Paraná na área. “Este tipo de trabalho é uma rotina para nós do Laboratório de Virologia Molecular. Recebemos as amostras de pacientes em fase aguda da doença e, em apenas 10 dias, já tínhamos o vírus isolado, utilizando anticorpos monoclonais produzidos por nossa equipe”, explicou Claudia.

As etapas do isolamento incluíram testes com imunoflorescência indireta, que permite a visualização de antígenos nos tecidos ou em suspensões celulares utilizando corantes fluorescentes, e com a técnica de Transcriptase Reversa e Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR, na sigla em inglês), método de amplificação do RNA viral.

Os próximos passos incluem a amplificação desses vírus e uma produção escalonada, pela Fiocruz Paraná, de um lote dessas partículas, que serão utilizadas como reativos para diagnóstico.

Fonte:

Agência Fiocruz de Notícias

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