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domingo, 29 de novembro de 2015

Zika é oficialmente ligado à microcefalia

Brasília - O Ministério da Saúde confirmou oficialmente a relação entre a epidemia de microcefalia identificada no Nordeste e a infecção pelo zika. O Instituto Evandro Chagas, do Pará, identificou a presença do vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, em exames feitos em uma criança do Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas. Além da ligação com microcefalia, o ministério confirmou a segunda morte associada ao zika. Trata-se de uma garota de 16 anos, da cidade de Benevides, no Pará. Ela morreu no mês passado, com a suspeita de dengue.

Este achado é, a exemplo da microcefalia, considerado de extrema importância por técnicos do ministério. Desde que chegou ao Brasil, no início do ano, o zika vírus era considerado como um problema de menor gravidade. Não havia registro na literatura internacional de mortes ligadas à doença, que até agora era chamada de "prima fraca" da dengue.


Com a segunda morte confirmada, o ministério decidiu mudar o protocolo de tratamento do paciente. A recomendação agora é que serviços de saúde passem a dispensar atendimento para possíveis casos de agravamento da zika semelhante ao que é realizado nos casos de dengue.

Na sexta-feira (27), o Instituto Evandro Chagas já havia confirmado a morte de um paciente com zika. O achado, embora relevante, foi analisado com cuidado pelos especialistas, por causa das condições do paciente: ele apresentava lúpus, uma doença autoimune que pode ter graves consequências quando o organismo é afetado por bactérias ou vírus, como é o caso do zika. "Era um paciente mais vulnerável", afirmou um integrante da equipe de pesquisa. O segundo caso, no entanto, acendeu o alerta vermelho. A menina apresentou como primeiros sintomas dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele e nas mucosas em setembro. Ela morreu no fim de outubro.





O ministério diz estar estudando as razões tanto do caso do surto de microcefalia nos bebês quanto das mortes de pacientes brasileiros, ambos provocados pelo zika. A microcefalia, embora seja um achado de grande impacto para saúde pública, já era de certa forma esperado. Há duas semanas, conforme antecipou o Estado, a presença do zika já havia sido identificada em exames do líquido amniótico de dois fetos da Paraíba com microcefalia.

Como se trata de um assunto inédito na literatura, o ministério optou por continuar investigando antes de fazer uma afirmação categórica. Diante do terceiro caso de bebê nascido com má-formação, os técnicos do ministério afastaram qualquer dúvida. O mesmo, no entanto, não pode ser afirmado sobre as mortes provocadas pela infecção do vírus. Esse achado pegou de surpresa a comunidade científica nacional.



Primeiro trimestre - Com a constatação, outras pesquisas deverão ser realizadas para tentar decifrar a atuação do zika no organismo, como ele ataca o sistema nervoso em formação dos fetos e o período de maior vulnerabilidade para gestantes. A tese mais provável avaliada pelos pesquisadores é que o maior risco para o feto ocorreria ainda no primeiro trimestre da gestação, período em que o sistema neurológico do feto está em formação. O governo notificou a Organização Mundial da Saúde sobre os dois achados. Nesta semana, técnicos do Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos, desembarcam no Brasil para participar das investigações, a convite do Ministério da Saúde.

Ao mesmo tempo em que procura respostas para dois problemas até então nunca vistos em associação com o zika, o governo deve reforçar as medidas para combate e controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor tanto da dengue quanto do chikungunya e do zika. Levantamento feito pelo ministério mostra que 854 municípios, o equivalente a quase 50% da mostra -, estavam em situação de risco ou de alerta para as doenças, em razão do alto número de criadouros do mosquito.

O pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Cunha, em entrevista ao Estado, alertou que o Pais está diante da ameaça de uma "tríplice epidemia" que, se não for evitada, poderá resultar em uma "tragédia sanitária". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Epidemia de microcefalia: qual a causa.

O Brasil está passando por um momento muito crítico do ponto de vista da saúde do seu povo. Nunca na história da medicina se viu uma situação como a que está acontecendo no Nordeste brasileiro, em relação ao aumento do número de casos de Microcefalia na região.
Não bastasse os quatro tipos da Dengue, a Chikungunya e a Zika, surge a Síndrome de Guillain-Barré e agora, a Epidemia de Microcefalia. 
Diante do quadro crítico que se desenvolve com tamanha rapidez, cientistas de todo o país se mobilizam em busca de uma explicação para a causa do problema mais prioritário no momento: a microcefalia.
Vejam que mapa assustador






"Doutor, e a cabeça?" Com o surto de microcefalia que atinge o Nordeste, essa tem sido a primeira pergunta das gestantes quando chegam para os ultrassons de rotina.

O pânico de que o bebê desenvolva a "má formação" do cérebro que pode trazer sequelas graves ao desenvolvimento tem levado grávidas com planos de saúde a repetirem exames sem necessidade e até pedirem ao obstetra a antecipação do parto.

Neste sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou a relação da microcefalia com o vírus zika, transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue.

O país soma 739 casos da má formação neste ano (contra uma média de cem em anos anteriores).

Em Salvador (BA), Luana, 32 anos e na 27ª semana de gestação, conta que fez três ultrassons só neste mês para se certificar de que o bebê está bem. "Minha médica é contra, mas estou em pânico."

Segundo a obstetra e ultrassonografista Denise Matias, há pacientes agendando ultrassons só para medir a cabeça do feto, já que a microcefalia tem sido associada ao crânio menor que 33 cm.

"Há muita desinformação. As pessoas acham que toda cabeça inferior a 33 cm pode ser microcefalia, mas essa medida é para um bebê que nasce a termo. Prematuros, claro, têm um crânio menor."

O ginecologista Sergio Matos, também ultrassonografista e especialista em medicina fetal, vive situação semelhante. "Todas só querem saber o tamanho da cabeça."

Talita França, 32, relata que não para de pensar nos casos de microcefalia. Grávida de 22 semanas, ela só anda de calça comprida, camisas de manga longa e com muito repelente no corpo.

Na última terça, ao fazer o ultrassom morfológico, chorou ao ouvir da médica que estava tudo bem. "Estou aliviada, mas não despreocupada. Até o final da gestação vai ser essa tortura."

Luciane Brito, 38, vive angústia semelhante. "Não estou dormindo direito. Liguei para a minha médica pedindo para antecipar o parto. Estou na 37ª semana, acho que está bom, mas ela discorda."

Catarina Menezes, 33, grávida de oito semanas, esperava, aflita, o seu primeiro ultrassom. "Se eu soubesse desse zika, não engravidaria agora. Na TV, eles dizem: 'Evitem engravidar, evitem o Nordeste'. E o que fazemos, nós, grávidas que vivemos aqui?"








sábado, 7 de novembro de 2015

NASA abre processo seletivo para novos astronautas




Após passar quatro anos sem recrutar novos astronautas, a Nasa anunciou hoje que voltará a aceitar inscrições de candidatos àquele que é um dos empregos mais cobiçados por jovens no país.

O programa de candidatos a astronautas havia congelado a abertura de novas turmas em 2011, após a aposentadoria dos ônibus espaciais. Sem veículo próprio para missões tripuladas, os EUA passaram a depender das espaçonaves russas Soyuz pare levar suas equipes à ISS (Estação Espacial Internacional).


A Rússia continuará incumbida de fazer o leva-e-traz na ISS, mas como os EUA possuem projetos de espaçonaves tripuladas para outras finalidades, a Nasa decidiu ampliar seu quadro de astronautas reabrindo as inscrições.

Vagas disputadas

Quem quiser se candidatar a astronauta precisa ter cidadania americana, graduação nas áreas de engenharia, matemática ou ciências, além de mil horas de experiência em pilotagem de aviões a jato.

É preciso possuir altura mínima de 1,68 cm e máxima de 1,90, além de vista perfeita (20/20) e bons índices de saúde. Outros requisitos estão listados no site do programa.

As inscrições vão de 14 de dezembro até o meio de fevereiro, e o processo de seleção vai durar até meados de 2017, quando os nomes dos escolhidos serão anunciados.

A Nasa possui hoje um corpo de 47 astronautas na ativa, aptos a participar de novas missões. Desde o primeiro recrutamento, em 1959, pouco mais de 300 pessoas passaram pelo programa.

Emprego empolgante

"Essa é uma época empolgante para estar no programa de voos tripulados dos EUA, afirmou em comunicado à imprensa Brian Kelly, diretor do Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston. "Astronautas americanos estarão na linha de frente de missões espaciais novas e desafiadoras."

Os novos astronautas deverão estar entre aqueles que voarão na Orion, um módulo de exploração de grandes distâncias. Também deverão pilotar duas espaçonaves que farão o traslado até a ISS -- o CST-100 Starliner, da Boeing, e a Crew Dragon, da SpaceX.

"Este novo grupo de americanos exploradores do espaço vai inspirar a geração de Marte a tingir novas alturas, e nos ajudar a atingir a meta de colocar os pés no planeta vermelho", afirmou Charles Bolden, chefe geral da Nasa, em um vídeo que a agência criou para promover o recrutamento. 
Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/11/nasa-reabre-inscricao-para-candidatos-astronautas-apos-quatro-anos.html

Três homens e uma mulher testarão novas naves que servirão a agência espacial americana. Previsão é que voos comerciais rumo à Estação Espacial iniciem já em 2017.




Três homens e uma mulher foram nomeados nesta quinta-feira (9) pela agência espacial americana, a Nasa, como os primeiros quatro astronautas que irão voar a bordo de naves espaciais construídas pelas empresas privadas Boeing e SpaceX nos próximos anos.

Voos espaciais comerciais que transportam os astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) estão marcados para começar em 2017, e irão restaurar o acesso dos EUA ao espaço depois de um hiato de seis anos após a aposentadoria do programa de ônibus espaciais em 2011.

“Estes astronautas veteranos ilustres estão abrindo uma nova trilha – uma trilha que um dia vai colocá-los nos livros de história e os americanos com os pés em Marte”, disse o administrador da Nasa Charles Bolden.

Mulher é a mais experiente

A astronauta mais experiente do quarteto é Sunita Williams, de 49 anos. Ela é um capitã e piloto de helicóptero da Marinha que já passou quase um ano (322 dias) no espaço. Sunita detém o recorde de tempo total cumulativo de caminhada espacial para uma astronauta, em 50 horas e 40 minutos, segundo a Nasa.

Doug Hurley, de 48 anos, é um coronel fuzileiro naval aposentado, que pilotou duas missões do ônibus espacial, incluindo a final, STS-135, em julho de 2011. Os outros, Eric Boe, 50, e Robert Behnken, 44, são os dois coronéis da Força Aérea que voaram em duas missões de ônibus espacial.

“Estamos muito animados em termos um grupo tão experiente de astronautas trabalhando com o Programa de Tripulação Comercial da Boeing e SpaceX, que voarão em missões de teste de voo das empresas”, explicou a gerente dos programas de Tripulação Comercial da Nasa, Kathy Lueders.

Nova safra de naves


A Boeing deve ser a primeira empresa comercial a transportar um astronauta da Nasa para o espaço a bordo da nave CST-100 no final de 2017. A SpaceX ainda não anunciou uma data para seu primeiro voo com tripulação da espaçonave Dragon.

A empresa com sede na Califórnia dirigida pelo empresário Elon Musk sofreu um grande revés no mês passado quando seu foguete Falcon 9 explodiu logo após o lançamento, destruindo a nave de carga que ia para a Estação Espacial Internacional.

Uma causa ainda não foi determinada para a explosão, que foi o terceiro acidente em oito meses envolvendo cargas que iam para o espaço.

O foguete Antares da Orbital explodiu após a decolagem em outubro, e Rússia perdeu o controle de uma nave de abastecimento Progress em abril.

A Nasa investiu US$ 4,2 bilhões na Boeing e US$ 2,6 bilhões na SpaceX para ajudar as empresas a construir um sucessor para o ônibus espacial e de incentivar a concorrência na indústria aeroespacial.

Enquanto isso, os astronautas do mundo voam para a ISS a bordo de naves espaciais Soyuz russas a um custo de US$ 70 milhões por assento.

Fonte: http://www.norteverdadeiro.com/nasa-seleciona-quatro-astronautas-para-voos-comerciais/

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz acaba de anunciar que desenvolveu um bioinseticida batizado de Dengue Tech

Enquanto a vacina contra a dengue não é lançada oficialmente no Brasil, a Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz acaba de anunciar que desenvolveu um bioinseticida batizado de Dengue Tech e totalmente eficaz contra a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, responsável pela dengue.


O Dengue Tech, produzido com tecnologia totalmente nacional, foi lançando pela Fundação Oswaldo Cruz na terça-feira, 3, durante um seminário no Rio de Janeiro.

De acordo com os pesquisadores, a grande vantagem do larvicida é que ele é sustentável, não causa riscos ao meio ambiente e nem à saúde humana e consegue matar em até 24 horas as larvas do mosquito Aedes Aegypti, vetor da dengue.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, já são quase 1,5 milhão os casos de dengue em 2015 em todo o Brasil – o maior número da história, superando o total de casos registrados em todo o ano de 2013, quando houve a maior incidência da doença, que foi de 1.452.489 casos.



De acordo com Hayne da Silva, diretor da Farmanguinhos, unidade da Fiocruz que desenvolveu a tecnologia, esse pesticida é um importante avanço no combate ao mosquito, para controlar a atual epidemia da doença.



“Ele é aplicado onde se possa concentrar água parada, em jarros de plantas, em pneus, locais onde se possa ter concentração e formação de larvas do mosquito a partir de água não potável”, diz Hayne da Silva. “É uma importante estratégia para evitar que a gente continue com a epidemia em larga escala como a gente tem vivido em nosso país.”

Além da dengue, o pesticida também vai impedir novos casos das febres chikungunya e zika, doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.
O pesquisador da Fiocruz-MS Rivaldo Venâncio ressaltou que desde que o primeiro caso de chikungunya foi divulgado, em setembro do ano passado, e que casos da virose zika começaram a se espalhar principalmente pelo Nordeste, combater essas doenças também se tornou um desafio para os pesquisadores e autoridades de saúde.

“As três doenças são extremamente graves e preocupantes”, afirma Venâncio. “Dengue, porque pode matar, e tem matado em um percentual elevado, diga-se de passagem. Chikungunya, porque pode tornar-se crônica. E a Zika, porque pode causar algumas complicações decorrentes da infecção por esse vírus, complicações igualmente preocupantes.”

A ideia da Fiocruz, segundo o diretor da Farmanguinhos, Hayne da Silva, é vender o pesticida inicialmente só para órgãos públicos, como as Secretarias de Saúde que atuam no combate ao mosquito.
“Num primeiro momento seria a venda direta às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, para depois um lançamento para varejo, e aí, sim, utilização pela população em seus espaços domésticos”, informou Hayne da Silva.
Segundo Rodrigo Pérez, diretor da BR3, empresa que ganhou a licitação e vai produzir e vender o larvicida no Brasil, a expectativa é de que num prazo de três meses o produto já esteja disponível para a população. O pote de Dengue Tech com 10 tabletes deve chegar aos mercados no início de 2016 e custará em média R$ 35,00.
Rodrigo Pérez explica que a ação do Dengue Tech dura até 60 dias, e o seu manuseio é bem simples:
“Basta colocar um tablete onde a água já está acumulada, onde o criadouro já está estabelecido, ou mesmo onde a água se acumulará, como num prato de flores ainda seco, evitando que em uma chuva acumule água e forme ali um criadouro.”
O novo pesticida foi desenvolvido à base do bacilo Bti, não deixando que o inseto se torne resistente ao produto, principal vantagem em relação aos pesticidas disponíveis atualmente no mercado.





segunda-feira, 26 de outubro de 2015

NASA afirma: Vida alienígena aparecerá em 20 anos


De acordo com um cálculo elaborado por especialistas da NASA, existem 100 milhões de planetas em nossa galáxia que poderiam abrigar alguma forma de vida inteligente. É bem possível, portanto, que, daqui a duas décadas, a humanidade descubra a existência de seres extraterrestres. Durante a última conferência na sede de Washington, representantes da NASA revelaram um plano para procurar vida extraterrestre com a ajuda da última tecnologia em telescópios.
A previsão é que, em 2017, seja lançado o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), que vai trabalhar em conjunto com o telescópio espacial James Webb, a ser lançado um ano depois. Ambos vão atuar para descobrir se, em algum dos milhões de planetas potencialmente aptos para a vida inteligente, existe alguma impressão química que a comprove. “O que não sabíamos há cinco anos é que, em, aproximadamente, 10% a 20% dos casos, há planetas do tamanho da Terra que orbitam estrelas e que se encontram na zona habitável”, declarou Matt Mountain, um dos cientistas que preparam o lançamento do telescópio James Webb.
“Está no nosso alcance chegar a uma descoberta que vai mudar o mundo para sempre”. “Penso que, dentro de 20 anos, descobriremos que não estamos sozinhos no universo”, afirmou o astronauta Kevin Hand, que acredita que Europa, um dos satélites de Júpiter, pode abrigar vida.

Vida Extraterrestre

Publicado em 25 de mar de 2014

Programa exibido em 23/03/2014, com a presença de Douglas Galante, doutor em astronomia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, e do professor emérito da USP, Sylvio Ferraz Mello - doutor em ciências matemáticas pela Academia de Paris e recebeu o título de Doutor Honoris Causa do Observatório de Paris. 
A apresentação foi de Boris Casoy e como entrevistadores estavam na bancada os jornalistas Fernando Mitre e Ulisses Capozzoli.


Aguardem... teremos muito mais informações sobre esse assunto...

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Eclípse Lunar Total 2015

  



Astrônomos profissionais e amadores de diversas regiões do planeta vieram passar o primeiro fim de semana a primavera no Brasil por um motivo muito especial. Um evento raro ocorre na noite de 27 de setembro de 2015: um eclipse total lunar de uma super lua.



Por que esta noite é tão especial?

São dois eventos astronômicos especiais numa mesma noite: o eclipse e a super lua. Segundo a NASA, o eclipse total lunar de uma super lua ocorreu apenas 5 vezes nos anos 1900: 1910, 1928, 1946, 1964 e em 1982. O próximo eclipse total lunar vai ocorrer em 31 de janeiro de 2018 e não será visível no Brasil. A próxima vez que teremos ao mesmo tempo um eclipse total lunar e uma super lua será só em 8 de outubro de 2033! Portanto, o que o evento de 27/28 de setembro de 2015 é realmente raro. 

O que é a super lua?


Uma super lua é nome popular que se dá uma lua cheia que acontece muito próxima do horário do perigeu lunar, que é o ponto de maior aproximação da Lua com a Terra. O apogeu é o momento quando a Terra e a Lua estão mais distantes. Por estar no ponto mais próximo da Terra, a Lua cheia de 27 de setembro de 2015 parecerá 12% maior para um observador que está na Terra.
Só o fato de termos uma super lua já é um ótimo motivo para você olhar para o céu e clicá-la! Esta Lua enorme já estará visível a partir da 18 horas de 27 de setembro.



Brasil tem visibilidade privilegiada

No mapa de visibilidade no fenômeno em todo o planeta, vemos que toda a América do Sul poderá apreciar o eclipse total lunar de 2015 na sua totalidade, em todas as fases, do começo ao fim. Porém, o Brasil tem uma posição privilegiada, pois quanto mais ao leste, mais próximo oceano Atlântico, maior é o tempo de observação.
Fonte: http://www.climatempo.com.br/noticia/2015/09/27/previsao-para-o-eclipse-total-lunar-27-28-setembro-7600











sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Jogos Olímpicos Rio 2016: vergonha mais uma vez para o Brasil.

Poluição da Baía de Guanabara assusta pesquisadores e atletas para a Rio 2016.

De longe é linda: cercada de formações espetaculares como o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, de Mata Atlântica, ilhas e belas praias que deveriam fazer a alegria de banhistas. Essa é a Baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro. De perto, sobram muitas garrafas e sacos plásticos, esgoto e muita, muita poluição.
Isso porque deságuam na baía os resíduos domésticos sem qualquer tratamento prévio e toneladas de lixo, produzidos pelos oito milhões de habitantes de sua bacia hidrográfica. Centenas de indústrias e refinarias de petróleo também colaboram para reduzir drasticamente a qualidade do mar. O impacto pode ser notado, por exemplo, pela população de golfinhos. Em 1980, estima-se, eram cerca de 400 na baía, hoje restam apenas 40.
Ainda assim, é na Baía de Guanabara que se darão as competições aquáticas durante as Olimpíadas de 2016. Por isso, o Estado e a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro investem cerca de R$1,3 bilhões em saneamento básico na região. Novas estações de tratamento foram instaladas e outras tiveram a capacidade aumentada. Até os jogos, a meta é que 80% do esgoto passe por tratamento.

Lixo na Baía

Em um esforço para limpar as águas da Guanabara, o Estado do Rio de Janeiro possui ações complementares: 11 barreiras estão em rios e canais que deságuam na baía para tentar conter o lixo flutuante e três barcos trabalham para recolher parte dos resíduos que não foram evitados. Até dezembro de 2014, a meta é ter 19 barreiras e 10 barcos em operação.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Zica Vírus vs Síndrome de Guillain - Barré: quem vem primeiro?


Olá pessoal!

Estamos de volta com mais essa postagem bem interessante para todas as pessoas interessadas no assunto que mais chamou atenção nas redes sociais e, principalmente, aqui no meu blog. Tivemos um acesso de mais de 5000 visitantes em apenas 20 dias da postagem do tema que aborda sobre o Zika vírus e, pensando nisso e muito preocupado com as falas de algumas pessoas que, carinhosamente deixaram os seus comentários no blog, pesquisei vários vídeos de especialistas no assunto e organizei de forma que você, leitor do meu blog, possa esclarecer todas as suas dúvidas sobre esses temas tão relevantes.


1. Zika vírus: o que é, sintomas e tratamento


2. Pacientes contraem nova doença após serem infectados pelo Zika Vírus






3. Síndrome Guillain Barré vs. Zika Vírus: uma aula do professor Romulo Passos




quinta-feira, 23 de julho de 2015

Guillain-Barré, chikungunya e zika são temas de palestra no MP-BA

Guillain-Barré, chikungunya e zika são temas de palestra no MP-BA


Em ascendência na Bahia, doenças como chikungunya, zika virus e síndrome de Guillain-Barré serão temas de um bate-papo no auditório do Ministério Público do Estado (MP-BA), que fica no Centro Administrativo da Bahia (CAB), na terça-terça-feira (21). O evento será aberto ao público e irá ocorrer das 9h30 às 12h.

Conforme o MP, o público que comparecer ao evento poderá acompanhar uma palestra da médica infectologista Adielma Nizarala. Além de abordar as causas e sintomas das doenças, a médica irá falar sobre cuidados necessários para a prevenção dos problemas.

O bate papo é promovido pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau), do MP-BA.

Balanço

Até a sexta-feira (17), segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), foram notificados 101 casos da síndrome Guillain-Barré na Bahia. Uma mulher de 26 anos já morreu vítima da doença no estado. Segundo a Sesab, dentre os 49 casos confirmados, 47 têm histórico de dengue, zika ou chikungunya.

Dos notificados, em 23 pacientes a síndrome foi descartada, 24 continuam em investigação e cinco casos são de outros eventos neurológicos. Salvador tem o maior número de pacientes com a síndrome - 38 dos 49 confirmados. O próximo boletim será divulgado nesta terça-feira (21) pelo governo.

O número de leitos reservados na Bahia só para receber pacientes com a síndrome saiu de 18 para 36, segundo o governo estadual. Além disso, o governo informou que pediu ao governo federal um aporte de R$ 15 milhões para enfrentamento das epidemias. O projeto de combate e contingência foi submetido há 60 dias.

Doenças

A Síndrome Guillain-Barré é uma doença neurológica rara, que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais. Ela causa fraquezas ascendentes e paralisias flácidas, que costumam começar pelos membros inferiores e podem atingir as vias respiratórias.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem 35 procedimentos para tratamento da síndrome, entre diagnósticos, clínicos, cirúrgicos, de reabilitação e medicamentos.

De acordo com a Sesab, a Bahia vive epidemia de dengue, chikungunya e zika. A dengue tem 45.538 notificações, a chikungunya 11.351 e, além disso, já são 32.873 de doença exantemática indeterminada, tipo a zika.

A zika foi identificada a partir de fevereiro de 2015 após diversas ocorrências de casos de uma doença com sinais e sintomas que se assemelham a dengue, mas com características clínicas diferentes como manchas na pele e febre de baixa intensidade. No dia 21 de maio, o Ministério da Saúde informou a validação da metodologia utilizada pelos pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que identificaram a doença como Zika Vírus.

O número de leitos reservados na Bahia só para receber pacientes com a síndrome saiu de 18 para 36, segundo o governo estadual. Além disso, o governo informou que pediu ao governo federal um aporte de R$ 15 milhões para enfrentamento das epidemias. O projeto de combate e contingência foi submetido há 60 dias.

Doenças

A Síndrome Guillain-Barré é uma doença neurológica rara, que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais. Ela causa fraquezas ascendentes e paralisias flácidas, que costumam começar pelos membros inferiores e podem atingir as vias respiratórias.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem 35 procedimentos para tratamento da síndrome, entre diagnósticos, clínicos, cirúrgicos, de reabilitação e medicamentos.

De acordo com a Sesab, a Bahia vive epidemia de dengue, chikungunya e zika. A dengue tem 45.538 notificações, a chikungunya 11.351 e, além disso, já são 32.873 de doença exantemática indeterminada, tipo a zika.

A zika foi identificada a partir de fevereiro de 2015 após diversas ocorrências de casos de uma doença com sinais e sintomas que se assemelham a dengue, mas com características clínicas diferentes como manchas na pele e febre de baixa intensidade. No dia 21 de maio, o Ministério da Saúde informou a validação da metodologia utilizada pelos pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que identificaram a doença como Zika Vírus.

Veja também

Em quatro dias, número de pessoas com Guillain-Barré sobe de 42 para 49
Boletim atualizado foi divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
Do total de confirmações, 47 têm histórico de dengue, zika ou chikungunya.

Em quatro dias, o número de paciente que contraíram a síndrome Guillain-Barré subiu de 42 para 49 na Bahia e a quantidade de casos notificados passou de 76 para 101, de acordo com balanço da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), divulgado na noite desta sexta-feira (17), com base nas informações da Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde (Suvisa).
Uma mulher de 26 anos já morreu vítima da doença no estado. Segundo a Sesab, dentre os 49 casos confirmados, 47 têm histórico de dengue, zika ou chikungunya. Dos notificados, em 23 pacientes a síndrome foi descartada, 24 continuam em investigação e cinco casos são de outros eventos neurológicos. Salvador tem o maior número de pacientes com a síndrome - 38 dos 49 confirmados. O próximo boletim será divulgado na terça-feira (21) pelo governo.

sábado, 18 de julho de 2015

A Síndrome de Guillain-Barré: é rara, mas pode afetar qualquer pessoa.

Médica Explica a Síndrome de Guillain Barré; pacientes tiveram manchas

Os dois pacientes internados no Hospital Couto Maia, em Salvador, com a Síndrome Guillain-Barré, deram entrada na unidade com sintomas como manchas na pele, porém ainda não há confirmação de que tenham sido decorrentes do Zika Vírus. Exames já foram encaminhados para análise de laboratório. Segundo a médica infectologista Ceuci Nunes, a doença é ainda mais rara se ocasionada em decorrência de vírus como Zika. Dos dois casos, um tem quadro de saúde estável e outro requer cuidados especiais.
A Bahia tem mais de 28 mil casos notificados de Zika Vírus, de acordo com a diretora do Couto Maia. A doença foi descoberta por pesquisadores do estado. "Eles tiveram doença exantemática [infecciona sistêmica], que dá manchas na pele muito sugestivas à Zika. Os exames foram colhidos e encaminhados. Ainda não temos o resultado confirmando que é Zika", informou.
Sobre a Síndrome Guillain-Barré, a médica informou que ela é rara e pode ter relação com doenças virais. "É uma doença neurológica que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais, como o Zika. É uma síndrome rara e, causada após a Zika, é mais rara ainda. Já são mais de 28 mil casos notificados de Zika e dois da Síndrome Guillain-Barré", explicou Nunes. A doença pode causar paralisia. "A síndrome causa fraquezas ascendentes, uma paralisia flácida, mas a doença pode agravar até causar paralisia na musculatura respiratória e, com isso, o paciente necessita de suporte ventilatório para auxiliar na respiração", disse a médica.
Segundo dados do Ministério da Saúde, não existem dados epidemiológicos específicos da síndrome no Brasil, mas é a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo.
A maior parte dos pacientes percebe a doença através de sensação de parestesias, que são sensações cutâneas como frio, calor e formigamento, nas extremidades dos membros inferiores e, em seguida, superiores.
De acordo com a especialista, a paralisia flácida é caracterizada por fraqueza ascendente ou paralisia na redução do tônus muscular - contração miníma de músculo em repouso. A médica Ceuci Nunes afirmou que, com o tratamento, a maior parte dos pacientes apresenta melhoras. "Mais de 80% melhoram com o tratamento. Tem medicação para a síndrome, que é utilizada na fase aguda. O medicamento pode evitar a progressão", explicou.
O diagnóstico inicialmente é clínico. Depois, o paciente passa pelo exame do líquor, quando o líquido da medula é retirado. O exame é semelhante ao utilizado para diagnóstico da meningite, mas a médica enfatiza que não há qualquer relação entre as doenças. "O exame é semelhante, mas a síndrome não é meningite".
Os pacientes com sintomas devem procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e os postos de saúde. Nesses locais, será realizado o diagnóstico inicial e, em caso de suspeita da síndrome, o paciente será encaminhado para o Hospital Couto Maia.


Governo Confirma Dois Casos de Síndrome de Guillain-Barré na Bahia

Secretaria de Saúde informa que 2 pacientes estão internados em Salvador.

Segundo o governo, a doença pode ser causada por vírus como o Zika. 

A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) confirmou dois casos de Síndrome Guillain-Barré na Bahia. Os pacientes estão internados no Hospital Couto Maia, em Salvador, um com quadro de saúde estável e outro que requer cuidados especiais.
De acordo com a Sesab, a síndrome pode ser causada por diversos vírus, entre eles, o Zika e o Epstein Barr. Os detalhes do quadro dos pacientes ou da doença ainda não foram informados.
Uma portaria do Ministério da Saúde afirma que a síndrome é a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo. A doença tem caráter autoimune e acomete os nervos periféricos de forma aguda e subaguda, segundo o Ministério.
Fonte: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/06/governo-confirma-dois-casos-de-sindrome-guillain-barre-na-bahia.html

Entenda Melhor

Dr. Drauzio Varella

A Síndrome de Guillain-Barré, também conhecida por polirradiculoneuropatia idiopática aguda ou polirradiculopatia aguda imunomediada, é uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de caráter autoimune, marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda desses nervos e, às vezes, das raízes nervosas.

O processo inflamatório e desmielizante interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos e, em parte dos casos, no sentido contrário, isto é, na condução dos estímulos sensoriais até o cérebro.

Emgeral, a moléstia evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar.

Causas

Não se conhece a causa específica da síndrome. No entanto, na maioria dos casos, duas ou três semanas antes, os portadores da síndrome manifestaram uma doença aguda provocada por vírus (citomegalovírus, Epstein Barr, da gripe e da hepatite, por exemplo) ou bactérias (especialmente Campylobacter jejuni ). A hipótese é que essa infecção aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra os micro-organismos invasores. No entanto, a resposta imunológica é mais intensa do que seria necessário e, além do agente infeccioso, ataca também a bainha de mielina dos nervos periféricos.

Cirurgias, vacinação, traumas, gravidez, linfomas, gastrenterite aguda e infecção das vias respiratórias altas podem ser consideradas outras causas possíveis da polirradiculoneuropatia aguda.

Sintomas

O sintoma preponderante da Síndrome de Guillain-Barré é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, acompanhada ou não de parestesias (alterações da sensibilidade, como coceira, queimação, dormência, etc.), que se manifesta inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flácida. Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da face, da orofaringe, da respiração e da deglutição.

Em número menor de casos, o comprometimento dos nervos periféricos pode produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autônomo, como taquicardia, oscilações na pressão arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos intestinos e da bexiga, no controle dos esfíncteres e disfunção pulmonar.

Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo.

Diagnóstico

O diagnóstico tem como base a avaliação clínica e neurológica, a análise laboratorial do líquido cefalorraquiano (LCR) que envolve o sistema nervoso central, e a eletroneuromiografia.

É muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças autoimunes e neuropatias, como a poliomielite e o botulismo, que também podem provocar déficit motor.


Tratamento

O tratamento da síndrome conta com dois recursos: a plasmaférese (técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e a administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação deletéria dos anticorpos agressores. Exercícios fisioterápicos devem ser introduzidos precocemente para manter a funcionalidade dos movimentos.

Medicamentos imunosupressores podem ser úteis, nos quadros crônicos da doença.

Importante: A síndrome de Guillain-Barré deve ser considerada uma emergência médica que exige internação hospitalar já na fase inicial da evolução. Quando os músculos da respiração e da face são afetados, o que pode acontecer rapidamente, os pacientes necessitam de ventilação mecânica para o tratamento da insuficiência respiratória.

Recomendações

Esteja atento às seguintes considerações:

* Em grande parte dos casos, a síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autolimitado. No entanto, o paciente deve ser levado imediatamente para o hospital assim que apresentar sintomas que possam sugerir a doença, porque pode precisar de atendimento de urgência;

* Como ainda não foram determinadas as causas da doença, não foi possível também estabelecer as formas de preveni-la;

* O processo de recuperação da síndrome, em geral, é vagaroso, mas o restabelecimento costuma ser completo;

* É muito pequeno o número de casos da síndrome em que a causa pode ser atribuída à vacinação, em geral, contra gripe e meningite. Por isso, as pessoas devem continuar tomando essas vacinas normalmente;

* A fisioterapia é um recurso fundamental especialmente para o controle e reversão do déficit motor que a síndrome pode provocar.

Publicado em 18/08/2011

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Acha mesmo que estamos sozinhos no universo?







Eu pessoalmente não acredito que estamos sozinhos neste universo imensurável. Acho que é muito mais assustador pensar que estamos sós do que o contrário pois, pela lógica universal e matemática, se tem vida na Terra por conta das condições proporcionada pela distancia entre ela e o nosso astro rei Sol, porque não pensar na possibilidade de existir as mesmas ou semelhantes condições em outros bilhões de Sistemas Solares?

Veja essa matéria:


Pedro Burgos

Você mora na periferia de uma cidade do interior. Em termos cósmicos, pelo menos. Sua casa é uma rocha cheia d’água que gira num cantinho da galáxia, bem longe do movimentado centro. O Sol, esse reator nuclear com diâmetro de 1,4 milhão de quilômetros, é só uma entre os 300 bilhões de estrelas da Via Láctea. Uma galáxia bem pacata, por sinal. A verdadeira megalópole deste pedaço do Universo é Andrômeda, nossa galáxia vizinha, com 1 trilhão de sóis.

Não, não estamos nada sozinhos no Cosmos. Além de Andrômeda, há pelo menos outros 125 bilhões de galáxias no Universo visível. E, se respeitarmos a lógica, o que não falta em cada uma delas são planetas, muitos planetas. Como disse o astrônomo Carl Sagan sobre a vida lá fora: “Deve haver bilhões de trilhões de mundos. Então por que só nós, jogados aqui num canto esquecido do Universo, seríamos afortunados?”
A descoberta de que estamos no meio de um Universo tão vasto e rico é relativamente recente: começou na 2a metade do século 20. E as provas de que, sim, existem mesmo planetas em outras estrelas se trata de algo mais novo ainda. Isso tudo deu uma guinada na ciência, a ponto de a exobiologia, que estuda a possibilidade de vida fora da Terra, ter subido de status. “Quando cunharam o termo exobiologia, [nos anos 60] ele foi ridicularizado como uma ‘ciência sem objeto de estudo’.? Mas a maré científica mudou e hoje há um entusiasmo crescente em tentar achar vida em outros lugares do Universo”, diz a astrônoma Jill Tarter, da Universidade da Califórnia, no livro The Search for Life in the Universe, (“A Busca da Vida no Universo”), inédito em português.
Outros vão mais longe e apostam que não só a vida é inevitável lá fora mas civilizações tão ou mais avançadas que a nossa também. Como já disse o físico de Harvard Paul Horowitz: “Vida inteligente no Universo? Garantido. Na nossa galáxia? Extremamente provável”.

De onde vem tanta empolgação?


Condições para a vida
As apostas de que, sim, há muita vida lá fora começam com duas novas certezas. Primeiro, a de que não faltam planetas fora do sistema solar.
Até anteontem não havia prova de que outras estrelas, fora o Sol, tivessem mesmo planetas. A astronomia dizia que sim: estudos sobre a formação de estrelas mostram que elas costumam nascer carregando um séquito de pequenos astros. Mas o ponto final na questão só veio em 1995, quando astrônomos da Universidade de Genebra detectaram um planeta gigante feito de gás, como Júpiter, em volta de uma estrela parecida com o Sol, a 51 Pegasi.
De lá para cá a década de 1990 teve uma média de 3,4 planetas extra-solares descobertos por ano. E agora, com instrumentos mais precisos, o ritmo explodiu. No ano passado, foram mais 61. Em 2008, só até julho, outros 36. Total: 307. E a conta não pára de crescer.
A segunda certeza é ainda mais determinante: a de que dois ingredientes fundamentais para a vida, água e moléculas orgânicas, são comuns no Universo. Essas moléculas são fáceis de achar no espaço sideral – elas ajudam a formar as nuvens de gás e poeira que dão à luz qualquer estrela (e conseqüentemente qualquer planeta) no Universo. Quanto ao H20, ele também é arroz-de- festa no Cosmos: a própria água que enche os oceanos da Terra chegou aqui na forma de bolas de gelo que caíram do céu (os cometas) durante a formação do sistema solar. E isso pode ter acontecido em qualquer outro ponto do Universo.
Para completar, em 2007 o telescópio Hubble detectou pela primeira vez a existência de água num planeta extra-solar, ainda que em forma de vapor. E neste ano encontrou água e moléculas orgânicas em mais outro. Isso não indica que algum desses dois tenha vida. Ambos são gigantes feitos de gás, como Júpiter – um tipo de planeta pouco amigável a seres vivos. Mas, se houver um planeta parecido com a Terra na região, aquilo que aconteceu aqui pode ter acontecido lá.
“Estamos tão, tão perto de encontrar vida em outros planetas que é só uma questão de continuar procurando. Parece que é só uma questão de tempo”, diz o astrônomo Marc Kuchner, do Laboratório de Exoplanetas da Nasa. Mas como Kuchner e seus colegas estão procurando?

Guia do caçador de planetas


Buscar um astro em volta de uma estrela é como tentar achar um pernilongo ao lado de um prédio em chamas. A olho nu. Simplesmente não dá para ver. O que os astrônomos fazem, então, é detectá-los de formas indiretas. Por exemplo: se o brilho de uma estrela diminui um pouco num ponto da superfície dela, em intervalos regulares, significa que tem um planeta girando ali. Outro jeito de procurar é observar o “balanço” de uma estrela. A gravidade de um planeta é forte o bastante para chacoalhá-la um pouco. Se os observadores apontarem seus equipamentos por muito tempo para ela dá para analisar essas balançadas e deduzir que há um planeta passando por ali. Mais: pelo movimento, dá para calcular a massa do planeta e sua órbita.
Muito bom, mas tem um problema: desse jeito os mundos mais fáceis de detectar acabam sendo os muito grandes e próximos das estrelas. Só que planetas grandes são sempre bolas de gás como Júpiter, um monstro de hidrogênio com massa igual à de 317 Terras. E isso é um tanto frustrante na busca pelo que interessa, que é a vida fora da Terra: a atmosfera desses gigantes gasosos é tão maciça que a pressão lá dentro fica insuportável – seres complexos simplesmente estourariam em ambientes assim. E pior ainda se o planeta recém-descoberto estiver perto de sua estrela. Assim as temperaturas lá dentro ultrapassam 100 ºC, e a água só tem como existir na forma de vapor. Aí não adianta.
Procurar por planetas com vida significa buscar por um que tenha água líquida. Isso não é egocentrismo de cientista terráqueo, achando que a vida em outros planetas tem que ser igual à daqui. É respeito pelas leis da química, que valem para o Universo inteiro. Funciona assim: para ter algo que dê para chamar de vivo, precisamos de moléculas que se juntem para formar coisas complexas. As que melhor fazem isso são as moléculas orgânicas, estruturas que têm átomos de carbono como pilares e que, por sinal, formam o seu corpo. Só que moléculas não andam. Elas precisam de um solvente, de um meio fluido para se locomover e encontrar umas às outras. E a água líquida é a melhor coisa que tem para isso no Universo – não é à toa que a vida por aqui começou nos oceanos.
Isso não quer dizer que ausência de água seja evidência de planeta morto. “A vida como conhecemos é feita de carbono. Mas eu facilmente acreditaria que um ser fosse formado por outro elemento básico, como silício, ou que tivesse amônia como solvente em vez de água. Tenho certeza de que a vida no Universo é bastante diversificada”, diz a astrobióloga mexicana Graciela Matrajt, da Universidade de Washington.
Mesmo assim, os cientistas preferem o certo ao duvidoso, e vão atrás de planetas parecidos com o nosso – relativamente pequenos e com uma temperatura amena, que deixe a água correr.
Só que achar planetas assim por aí é difícil, justamente por causa do tamanho. A própria Terra, em pessoa, seria invisível para os instrumentos que os astrônomos usam hoje. Mas existe um alento: as “super-Terras”, mundos com a cara deste aqui, só que grandes o suficiente para entrar na mira dos equipamentos mais modernos.
A precisão desses instrumentos deu um salto nos últimos anos. A “sintonia fina” na hora de detectar as balançadas nas estrelas, por exemplo, melhorou. Já dá para perceber oscilações mais sutis, causadas por planetas menores. E isso abriu as portas para encontrarmos mundos com massa 10 vezes menor que a de Júpiter – planetas Terra muito, muito grandes. Mas ainda assim amigáveis para a vida.

Já encontraram 11 desses, de 2006 para cá. E a grande notícia veio no ano passado: dois gêmeos da Terra com possibilidades reais de terem água líquida. São os planetas Gliese 581 c e Gliese 581 d (não, os nomes não são nada poéticos: sempre colocam a denominação da estrela que eles orbitam – no caso, a Gliese 581 – seguida de uma letra). O que esses dois têm de mais especial em relação aos outros 9 planetas terrestres é a localização. O 581 c, por exemplo. Ele é o primeiro planeta pequeno, com “apenas” 5 vezes a massa da Terra, dentro daquilo que os astrônomos chamam de “zona habitável”: uma distância em relação à estrela que não deixa o astro nem frio nem quente demais. Ele fica mais perto de Gliese que Mercúrio fica do Sol. Se fosse no nosso sistema solar, isso significaria temperaturas de quase 500 ºC, só que a estrela Gliese é pequena e fria, com 10% da luminosidade do Sol. Então o planeta pode ter um clima equivalente ao da Terra. E só isso já é um indício de que existe água líquida por lá.

Quando o 581 c apareceu, foi uma festa. No mundo da astronomia a sensação era que, se existisse vida em algum lugar, seria ali. Mas então alguns astrônomos teorizaram que, se a atmosfera do planeta for grossa demais, os “raios de sol” de Gliese podem ficar presos no planeta. É o efeito estufa, que pode elevar demais o termômetro e acabar com a idéia de água líquida. A desconfiança ainda perdura entre os especialistas. E, se for isso mesmo, o grande candidato a abrigar seres vivos automaticamente passa a ser o 581 d. Ele fica um pouco mais distante de Gliese, numa região mais fria que a da zona habitável, com temperaturas sempre abaixo de zero. Mas aí o efeito estufa por lá seria um bom negócio. Ele poderia deixar a temperatura tão amena quanto a daqui.

Tudo isso é hipótese, claro. Quando você encontra um planeta pelo efeito que ele causa em sua estrela, como aconteceu com os dois de Gliese, o astro não “aparece na foto”. Então não dá para deduzir como ele é de fato, muito menos cravar que pode existir vida lá ou não. Mas essa limitação está para acabar. Quer dizer: acabou.

Como desvendar as novas Terras


Em fevereiro do ano que vem a Nasa lançará a missão Kepler, um telescópio em órbita que se dedicará exclusivamente a buscar planetas na nossa vizinhança galática. Ele tem duas grandes melhoras em relação ao Hubble. Primeiro, consegue observar mais estrelas em detalhes. Enquanto o telescópio veterano só tem foco para analisar uma de cada vez, o Kepler foi projetado para fazer isso com dezenas ao mesmo tempo. Segundo, fará imagens mais nítidas. Suas lentes ganharam uma espécie de máscara para filtrar o brilho das estrelas. Isso diminui as interferências de luz e permite detectar pelo menos algumas cores dos exoplanetas.

E isso pode dizer mais sobre eles do que parece. Cada elemento químico reflete a luz de um jeito diferente. É graças a isso que sabemos o que tem na atmosfera dos planetas mais distantes do sistema solar sem nunca termos pousado uma nave naquelas bandas.
Mas fazer isso com planetas a anos-luz de distância é outra coisa. O Hubble até fez aquela detecção de água e de moléculas orgânicas, mas só porque se tratavam de planetas gigantes. Agora, com o Kepler, o objetivo é desvendar a atmosfera dos exoplanetas menores. Se encontrarmos bastante oxigênio em algum, por exemplo, teremos um bom indício de vida. Quem encheu a Terra de oxigênio, afinal, foram coisas bem vivas: as algas.

Só com o Kepler, esperam achar e analisar a atmosfera de pelo menos 50 planetas do tamanho da Terra em zonas habitáveis. E vem mais por aí: a Agência Espacial Européia (ESA) prepara 3 telescópios espaciais que trabalharão juntos para encontrar lugares habitáveis, com lançamento agendado para 2015. E a Nasa planeja o sucessor do Hubble, também para a próxima década. Ele será 4 vezes maior e 10 vezes mais preciso. A esperança é que, com ele, consigamos fotos detalhadas de planetas extra-solares.

Mas e aí? E se encontrarmos um planeta com uma atmosfera recheada de oxigênio, sinais de moléculas orgânicas, temperatura amena, oceanos e o escambau? Vamos mandar uma sonda espacial nos moldes dos jipinhos marcianos para ver se existem aliens mesmo no lugar?

Vida no sistema solar


Enviar sondas espaciais é o melhor jeito de entender o que acontece fora da Terra. Que o diga a nave Phoenix. Ela chegou a Marte em junho, ainda está coletando e analisando informações do solo marciano e de cara confirmou que existe água em forma de gelo no pólo norte de lá. A temperatura marciana é muito fria (chega a -140 °C), mas, se essas calotas fossem derretidas, seriam capazes de formar uma camada de 11 metros de profundidade no planeta inteiro, pelos cálculos da Nasa. Outra análise da Phoenix mostrou que o solo do planeta não é tão morto assim: nutrientes importantes para a vida, como magnésio, sódio e potássio, estão presentes nas amostras. É muito difícil haver vida lá? Hoje, é. Mas ontem, nem tanto: fotos aéreas mostram erosões que, ao que tudo indica, são leitos secos de rios que corriam numa época em que o planeta era mais quente. A probabilidade de que Marte tenha tido água líquida é real. Por isso estamos longe de desistir de achar indícios de que já houve pelo menos micróbios lá – e, em última instância, de que a vida é comum em qualquer lugar que ofereça as condições. Uma nave ainda mais equipada que a Phoenix pousará lá no ano que vem, enquanto a Agência Espacial Européia vai lançar em 2013 o ExoMars, carrinho capaz de perfurar profundamente o solo em busca de vestígios orgânicos. Para fechar, tanto os europeus como a Nasa planejam missões tripuladas com humanos antes de 2040.

Outro alvo na busca pela vida é Europa, uma lua de Júpiter. Ela tem uma fina atmosfera com oxigênio e, ao que tudo indica, uma surpresa embaixo de sua camada de 200 quilômetros de gelo: água líquida. É que a forte gravidade de Júpiter pode ter feito o gelo mexer e remexer tanto que ele acabou esquentado, só pela fricção. E onde há água líquida, há chance de vida.

Para ver se tem mesmo, a Nasa planeja mandar uma sonda para a órbita de Europa na próxima década. E a Agência Espacial Russa (Roscosmos) vai mais longe: quer pousar uma nave (não tripulada) em Europa até 2020. Tudo isso, porém, só dá para fazer porque Marte e a lua de Júpiter são logo ali. Se quisermos mandar uma sonda para algum planeta extra-solar, temos um problema. A estrela mais próxima daqui, Alpha Centauri, fica a 4,3 anos-luz da Terra. Isso significa que um raio de luz demora 4,3 anos para chegar lá. Não parece grande coisa, mas são 40 trilhões de quilômetros de distância. Demais para as nossas sondas.

E olha que elas são até rápidas. A Voyager, que já atravessou o sistema solar inteiro, hoje rasga o espaço a 1,4 milhão de quilômetros por hora, 1 000 vezes mais rápido que o som. Só que isso não é nada em termos espaciais: representa apenas 0,000058 da velocidade da luz.
Nesse pique ela demoraria 80 mil anos para chegar a um eventual planeta na órbita de Alpha Centauri. Dureza: nem se os neandertais tivessem lançado uma sonda espacial ela teria chegado...

Se é tão difícil mandar algo ou alguém para conversar, o que poderíamos fazer, então? “Telefonar” para eles é claro! Ou, pelo menos, ficar a postos para uma ligação interplanetária, ouvindo se chega alguma mensagem alienígena aos nossos radiotelescópios, as antenas que captam ondas de rádio vindas do espaço. Só que aí entramos em outro terreno.

Em busca da vida inteligente


Até agora estávamos falando da busca por seres vivos. Aí qualquer bactéria está valendo. Mas, se já é difícil encontrar sinais de vida pura e simples, como uma atmosfera cheia de oxigênio, topar com seres capazes de criar tecnologia é mais ainda. Se a história da vida na Terra, da primeira célula até hoje, fosse um jogo de futebol, o homem só teria entrado em campo faltando 3 segundos para o apito final. Quer dizer, se alguma civilização nos últimos bilhões de anos mandou mensagens para cá para ver se achava algum ser inteligente do outro lado da linha, pode ter cansado de esperar.

E, se a vida inteligente é só uma piscada na história deste planeta, o mais provável é que ela também seja extremamente rara lá fora. Mesmo assim, quem espera pelas chamadas de outros planetas mantém as esperanças.

Quem faz isso é o Seti, sigla em inglês para Procura por Inteligência Extraterrestre. Eles jogam todas as fichas na espera de receber sinais de rádio dos alienígenas. Mesmo com a possibilidade de que haja pouca vida inteligente lá fora, faz sentido: ondas de rádio viajam à velocidade da luz (1,08 bilhão de quilômetros por hora, a maior possível pelas leis da física). Não é o ideal para tentar falar com Andrômeda, a galáxia mais próxima, já que o sinal demoraria 2 milhões de anos para fazer a viagem. Mas dá para tentar aqui pela Via Láctea. Se uma mensagem partisse de um planeta na órbita da estrela Alpha Crucis, a base do Cruzeiro do Sul, levaria 321 anos para chegar aqui. Caso eles tenham mandado uma quando a Terra estava no ano de 1687, o sinal estaria chegando agora. E consideremos: captar um sinal assim nos colocaria em contato com uma civilização extraterrestre de um jeito até mais eficiente do que se tivéssemos mandado sondas.

“Trocar fotos e textos já é suficiente para quem se relaciona via internet, não? Então. Você pode aprender muito sem ter de ir a um planeta extra-solar”, diz o astrônomo americano Seth Shostak, diretor do Seti. O que o instituto faz, então, é alugar radiotelescópios para captar ondas do espaço e ver se aparece alguma que siga algum padrão, que só possa ter sido feita por alguma coisa inteligente. O romance Contato, de Carl Sagan, dá um exemplo prático: lá o Seti detecta uma espécie de código Morse vindo da estrela Vega.

Agora Shostak e sua turma esperam que isso vire realidade logo. É que está em fase final de construção o Allen Telescope Array (Campo de Telescópios Allen), bancado pelo bilionário Paul Allen, co-fundador da Microsoft. É um campo de 350 radiotelescópios todo dedicado ao Seti. “Não que isso seja caro. Manter os telescópios por um ano é menos do que o governo gasta para comprar um helicóptero militar de última geração [US$ 20 milhões]”, diz Seth. Com o batalhão de radiotelescópios de ouvidos abertos, a busca por vida inteligente será pelo menos 100 vezes mais rápida do que hoje. “Simplesmente por podermos usar o negócio o tempo inteiro, 24 horas por dia, nos próximos 20 anos teremos checado 1 milhão de estrelas.” Além disso, o Seti ficará de olho nas pesquisas das agências espaciais. E os planetas exosolares que podem ter vida serão alvos prioritários dos novos telescópios.

A outra maneira de fazer contato é, em vez de esperar por mensagens, mandá-las ao espaço para ver se algum alienígena capta. A humanidade tentou isso 4 vezes. As últimas foram enviadas pelo astrofísico canadense Yvan Dutil. Ele é uma espécie de porta-voz dos terráqueos e, junto com o colega Stephane Dumas, desenvolveu duas mensagens mandadas para os ETs em 1999 e 2003. A linguagem delas é a matemática (afinal, em qualquer lugar do Universo 1+1=2) e lá estão alguns dos últimos algarismos conhecidos de pi e o maior número primo pra mostrar que, se nós ainda não tivemos chance de viajar pela galáxia, pelo menos já temos uma capacidade computacional bem razoável (veja mais na página 68). No final das mensagens, Yvan propõe algumas questões para os aliens: “Nós nos baseamos na idéia de que, se quisermos sobreviver aqui na Terra, temos de gerenciar eficientemente nossos recursos. As civilizações mais avançadas teriam tido o mesmo problema e poderíamos aprender com elas. Os ETs que responderem podem ser um povo que já viveu por muito tempo, ou seja: que soube manejar a sustentabilidade”.

Não é só Yvan que acredita nisso. Existem modelos sérios de “exo-sociologia” que tentam explicar como seria, afinal de contas, uma civilização anos-luz à frente de nós – em ambos os sentidos. A teoria exo-sociológica que ficou mais famosa, e serve para guiar astrônomos até hoje, foi criada pelo astrofísico russo Nikolai Kardashev. Para ele, as civilizações extraterrestres poderiam ser divididas em 3 tipos. O primeiro, que ele chama de K1, seria o nosso: relativamente primitivo, e confinado em termos cósmicos – ou seja, só consegue usar os recursos de seu planeta natal para obter energia.

O segundo estágio seria uma civilização que dominasse a energia de sua estrela – o físico americano Freeman Dyson sugeriu que algum povo avançado poderia usar uma espécie de cobertor sobre as estrelas para absorver energia e, de quebra, controlar melhor a luminosidade de seu sol.

Uma civilização K3 seria mais ou menos como o Império de Darth Vader, de Star Wars: uma potência que reina sobre os recursos de várias estrelas e planetas.

Tudo isso é mais ficção do que teoria científica para valer, mas tem sua lógica. Tanto que um grupo de astrônomos japoneses procura distúrbios na luminosidade de algumas estrelas para verificar a existência de um desses “cobertores” de Dyson. Sem sucesso ainda – como tem sido toda e qualquer tentativa de acabar com a nossa solidão, seja buscando vida em planetas parecidos com a Terra, seja em nossos vizinhos, seja com radiotelescópios. Frustrante? Talvez não.

A verdade, lá fora


Mesmo que seja infrutífera para sempre, a busca por vida e por inteligência extraterrestre não deixa de revelar alguma coisa. Se daqui a centenas de milhares de anos jogarmos a toalha, dizendo “Já vimos tudo. Acabou. Somos únicos na Via Láctea”, vamos saber que somos privilegiados por uma série de eventos fortuitos. Primeiro, o Sol mantém basicamente a mesma luminosidade há 4,5 bilhões de anos, algo raro; vivemos em uma vizinhança tranqüila da nossa galáxia, sem estrelas explodindo o tempo todo, como acontece em outras áreas; temos um planeta grande como Júpiter por perto para atrair cometas e meteoros que, de outra forma, bateriam aqui o tempo todo... Seria sorte demais? Essa é a hipótese da “Terra Rara”, batizada pelos astrônomos americanos Peter Ward e Donald Brownlee.

Outra linha para explicar por que não fizemos contato até agora vai por um caminho oposto. Defende que a vida pode, sim, ser bem comum. Inclusive a inteligente. Mas que talvez as civilizações tecnológicas não sobrevivam por muito tempo: mais hora menos hora acabam se autodestruindo. Foi o que imaginou o astrônomo Frank Drake: o Universo tem 13,8 bilhões de anos; a fase tecnológica da nossa civilização, só 100. E já temos armas nucleares para acabar com essa festa a qualquer momento. Se for assim em outros lugares, outras civilizações já tiveram tempo mais do que suficiente para dar cabo de si mesmas (veja aqui em cima). E não teríamos muita “gente” para conversar na galáxia. Pense nisso quando ouvir o silêncio da noite.

“Na verdade a absoluta falta de certeza sobre o que vamos encontrar em outros planetas é o que faz a procura especialmente interessante”, diz Yvan Dutil, que tem uma citação favorita para explicar o seu interesse. “Cristóvão Colombo viajou para o Novo Mundo disposto a achar especiarias, ouro e diamantes. Voltou com batata, tomate e milho. E isso é 50% de nossa alimentação hoje. O que nos impactou não foi o que procurávamos”, dizia o ex-diretor da Nasa Daniel Goldin sobre por que gastar dinheiro procurando vida extraterrestre. A verdade, seja ela qual for, está lá fora.

Uma lua especial

Distância: 44 anos-luz.

O astro grandão ali atrás é o Cancri 55 f, uma bola de gás inóspita. Mas ele pode ter um satélite com água líquida. E vida.
Planeta “vizinho”

Distância: 4,3 anos-luz.
Simulações de computador indicam que pode haver um planeta com as características da Terra na estrela mais próxima daqui, Alpha Centauri.
Trio de super-terras

Distância: 41,3 anos-luz.
Descobertos em 2008 na estrela HD 40307, estes 3 planetas terrestres são quentes demais para a vida, mas indicam que astros como o nosso são comuns por aí.
Terra gigante

Distância: 20,5 anos-luz.
Um planeta igual a este aqui, só que com 5 vezes mais massa e diâmetro 50% maior. Eis o principal candidato a abrigar alienígenas.
Fonte: http://super.abril.com.br/tecnologia/ets-nao-estamos-sozinhos