EVOLUÇÃO ESTELAR I
Uma estrela é uma imensa
esfera de gás que gera energia em seu centro através de reações de fusão
nuclear. Ela difere de um planeta exatamente pelo fato de este não ter fonte
interna de energia nuclear.
As estrelas, sem exceção, nascem, vivem e ...
morrem!
Embora o nascimento de todas as estrelas ocorra de
forma semelhante, sua vida e sua morte dependem de diversos parâmetros, entre
eles a composição química e, principalmente, a massa. Em ordem de massas
crescentes, vamos classificar as estrelas em “pesos” pena, leve, médio e
pesado. O Sol seria uma estrela “peso” leve!
Em cada fase de suas vidas, as
estrelas apresentam comportamentos diferentes.
Como a massa é o parâmetro mais importante na evolução
estelar, vamos estudar a:
-
Vida e morte de “estrelas” “peso” pena (corpo com massa menor que 0,08 massas solares)
-
Vida e morte de estrelas “peso” leve (estrela com massa entre 0,08 e 4 massas solares)
-
Vida e morte de estrelas “peso” médio (estrela com massa entre 4 e 8 massas solares)
-
Vida e morte de estrelas “peso” pesado (estrela com massa acima de 8 massas solares)
0…………0,08……………………………..4………………………….8………………Massas solares
Pena Leve Médio Pesado
Também se deve notar que o
tempo de vida de uma estrela depende desses mesmos parâmetros: verifica-se que
quanto maior a massa de uma estrela, tanto mais curta costuma ser sua vida.
Outro aspecto importante a se notar é que a duração
da vida de uma estrela é muito longa quando comparada aos padrões humanos.
Dessa forma, não foi possível, ainda, monitorar-se a vida toda de uma estrela,
e tudo o que se disser aqui se baseará em modelos matemáticos e físicos
elaborados em bases científicas.
EVOLUÇÃO DE ESTRELAS JOVENS
Tentando
fazer uma comparação na evolução de uma estrela com o passar do tempo,
podemos dizer que as estrelas nascem, vivem e morrem.
O nascimento das estrelas parece ser um mecanismo
comum para todas as estrelas.
A vida de cada estrela pode ser dividida em três
fases: juventude, idade madura e velhice. A forma como cada uma dispende essa
parte de sua vida depende fundamentalmente de sua massa.
A morte de uma estrela pode ocorrer de diferentes
formas, geralmente associadas com o seu tipo de vida.
Como regra geral, podemos
dividir as estrelas quanto à sua massa em 3 tipos:
-
estrelas de massa entre 0,08 e 4 massas solares (chamaremos de estrelas “peso” leve apesar de a expressão “peso” não ter valor real nesse caso)
-
estrelas com massa entre 4 e 8 massas solares (chamaremos de estrelas “peso” médio)
-
estrelas com massa superior a 8 massas solares (estrelas “peso” pesado)
0…………0,08……………………..4………………….8………………Massas solares
Pena Leve Médio Pesado
Formação de uma Proto-estrela
Os modelos que atualmente
estudam a origem e a evolução de estrelas sugerem que as estrelas nasçam da
concentração de matéria existente em grandes nuvens de gás e poeira. Essa concentração ocorre por
causa de forças gravitacionais atuantes entre cada uma das partículas dessa
nuvem ou por influências externas (outras nuvens, estrelas etc.). Durante o processo de contração,
as partículas da nuvem vão sendo atraídas para o centro de gravidade dessa
nuvem. Com essa queda, elas se aceleram, aumentando gradativamente suas
velocidades.
Começa a crescer o número e
a intensidade dos choques entre essas partículas. Esses choques aquecem a
nuvem, que começa a emitir luz e energia. As partículas da nuvem
procuram atingir sua distribuição de menor energia. Demonstra-se que a forma
de menor energia nesse caso é a forma esférica. Assim, a nuvem procura se
reformatar na forma esférica. Muitas vezes, uma mesma nuvem
se fragmenta formando diversas configurações esféricas.
A essa massa concentrante
disposta na forma esférica chamamos de Proto-estrela. Notar que nesse estágio,
a estrela ainda não nasceu. Podemos dizer que a proto-estrela é um feto de
estrela.
Nascimento de uma estrela
Depois que a proto-estrela se
forma, ela continua a se concentrar e diminuir de tamanho. Nessa contração a
temperaura interna aumenta bastante, a ponto de ionizar os átomos aí
existentes, retirando os elétrons que giram em torno do núcleo atômico. O
interior da proto-estrela passa a ser constituído não mais de átomos, mas sim
de uma mistura de prótons e elétrons, basicamente. A essa mistura dá-se o
nome de plasma, conhecido como sendo o quarto estado físico da matéria.
Devido à alta temperatura, os
prótons apresentam um movimento muito intenso. Alguns deles podem se chocar, e
apesar das forças de repulsão eletrostática que procuram repelir cargas elétricas
de mesmos nomes, a velocidade desses prótons pode ser tão grande que eles
conseguem suplantar essa repulsão e se unirem entre si. Quando ocorre a fusão desses
prótons, diz-se que foi feita uma fusão nuclear. É quando começam as reações
de fusão nuclear no interior da proto-estrela que dizemos que nasceu uma
estrela.
Assim, uma estrela é um corpo
gasoso no interior do qual estão ocorrendo reações de fusão nuclear que
transformam elementos químicos de peso atômico menor em elementos de peso atômico
maior. Resumidamente costuma-se dizer que está havendo a passagem de elementos
leves para elementos mais pesados. Sabe-se hoje que a fusão de
elementos químicos mais leves para mais pesados, especificamente dos mais
leves, se dá com a liberação de energia. A fusão nuclear é a fonte de
energia das estrelas. Enquanto houver combustível nuclear no interior da
estrela que possa ser convertido num elemento mais pesado com a liberação de
energia, a estrela permanecerá viva.
Estrelas jovens
Durante as fases iniciais da
vida de uma estrela, ela ainda continua contraindo e emitindo luz e podendo
perder parte de sua massa. Um estágio pelo qual passa
grande parte das estrelas jovens é chamado de estágio T Tauri, que antecede o
ingresso da estrela na sua idade adulta. Esse nome vem da primeira estrela em
que tal fato foi descoberto: estrela T da constelação do Touro. É uma fase na qual ela ainda
está parcialmente imersa na nuvem de gás que lhe deu origem. Parte dessa camada de gás é
ejetada da estrela, ocorrendo uma espécie de “vento estelar” ou seja partículas
parecem estar sendo “assopradas” embora da estrela.
O Sol deve ter passado por
essa fase, na qual havia um “vento solar” muito mais intenso do que aquele
que se observa atualmente no Sol.
Estrelas na Seqüência Principal
Quando a estrela entra numa
fase de equilíbrio, na qual seu diâmetro fica praticamente constante, podemos
dizer que a estrela entrou na fase adulta de sua vida. Tecnicamente esse período
é conhecido como Seqüência Principal. É nesse estágio que a estrela vai
passar a maior parte de sua vida adulta, e só vai sair dessa fase quando não
houver mais reação de fusão nuclear transformando hidrogênio em hélio no
seu interior. O tempo durante o qual uma
estrela fica na Seqüência Principal depende fundamentalmente da massa da
estrela: quanto menor for a massa, menos tempo a estrela fica nessa fase.
Estrelas de pequena massa ficam na Seqüência principal por períodos de tempo
muito longos, podendo ultrapassar 20 bilhões de anos.
Os modelos atuais de evolução
estelar sugerem que o Sol já está na Seqüência Prinipal a cerca de 4,5 bilhões
de anos e que aí vai permanecer por mais tanto tempo. A idade estimada do Sol,
obtida por meio dos modelos evolutivos de estrelas, coincide com estimativas de
sua idade obtidas por outros meios de geocronologia.
EVOLUÇÃO DE ESTRELAS MADURAS
Depois de extinguirem o hidrogênio
de seu interior, as estrelas começam a dar sinais de que seu tempo de vida está
terminando. Mas, mesmo sem hidrogênio, em
determinados casos novos combustíveis nucleares podem ser usados pela estrela
para se manterem vivas. Vejamos como cada estrela,
dependendo de sua massa, vive os estágios finais de sua vida madura.
Fim do combustível nuclear
Durante a fase de Seqüência
Principal no interior da estrela ocorre a transformação de hidrogênio em hélio
com a liberação de energia. É
a fusão nuclear que fornece energia para que o interior estelar se mantenha com
uma pressão térmica capaz de contrabalançar a pressão gravitacional
causada pela massa da estrela. Se houver uma diminuição na
taxa de geração de energia, a estrela tende a esfriar, diminui a pressão térmica
e a estrela se contrai graças à pressão gravitacional. Com a contração,
ocorre um aquecimento no interior da estrela, favorecendo o aumento de
temperatura, o aumento da pressão térmica com a conseqüente expansão da
estrela.
É esse quase balanço entre
pressão gravitacional para “dentro” da estrela e da pressão térmica para
“fora” da estrela que mantém o quase equilíbrio da estrela. Quando acaba o hidrogênio na
região central da estrela, as reações de fusão nuclear começam a ocorrer em
camadas cada vez mais externas da estrela, visando a manutenção do equilíbrio
da estrela. Caso essas reações de fusão
nuclear ocorram muito próximo da superfície externa da estrela, a pressão térmica
pode ser tão grande a ponto de suplantar bastante a pressão gravitacion
al,
ocasionando uma expansão pronunciada da estrela. Ao mesmo tempo, essa expansão
diminui a temperatura dos gases das camadas mais externas.
Assim, a estrela se torna um
estrela gigante e fria. Uma estrela fria tem coloração superficial
avermelhada. Então, essa estrela recebe o nome de Gigante Vermelha.
Estrelas Gigantes Vermelhas
São estrelas muito grandes e
não muito quentes na sua superfície. Elas resultam da expansão de
estrelas quando as reações nucleares começam a ocorrer mais próximo à
superfície dessas estrelas.
Nebulosa Planetária
É o resultado da evolução
de uma estrela gigante vermelha. Depois da expansão da estrela, ela esfria um
pouco e por causa disso diminuem as reações de fusão nuclear no seu interior.
A estrela começa a contrair, mas faz isso de modo que a região central se
contrai mais rapidamente que a parte periférica. Em conseqüência, forma-se um
núcleo central parecendo um caroço e em volta fica uma nuvem de gás.
Com o tempo o caroço se torna
uma estrela anã branca e o gás da periferia se expande e espalha-se pelo meio
interestelar.
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