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domingo, 29 de dezembro de 2013

Plasma - o quarto estado da matéria.

Plasma o Quarto Estado da Matéria – A matéria do universo



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Plasma - quarto estado da matéria é a forma de matéria mais abundante no universo, mas uma boa parte das pessoas jamais ouviu falar ou sabe o que ele é. Desde cedo na escola aprendemos que a matéria possui três estados básicos sendo eles sólido, liquido e gasoso, tais estados variam conforme a densidade da substância, distância entre as partículas e agitação das moléculas, porém na verdade a matéria possui 5 estados principais sendo eles:
 Condensado de Bose-Einstein → Sólido → Líquido → Gasoso → Plasma
Além de outros 2 que possuem menor relevância, o Superfluido de Polaritons e o Condensado Fermiônico.


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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Principais Parasitoses Humanas


Parasitoses


O que são parasitoses humanas, as mais comuns, doenças causadas por parasitas


O que é são parasitoses 
Giardia lamblia: causadora da parasitose conhecida como Giardíase
Parasitoses são doenças causadas por organismos parasitas. Após entrar e se instalar no corpo humano ou de outro animal, estes parasitas desenvolvem doenças, podendo provocar uma série de danos ao organismo e até mesmo a morte, caso não haja o tratamento devido. Estes parasitas podem 
ser vermes, bactérias, vírus ou protozoários.




Principais Parasitoses Humanas (doenças provocadas por parasitas) e agentes causadores:

- Amebíase (parasita causador: protozoário Entamoeba histolytica)

- Leishmaniose (parasita causador: protozoário Leishmania brasiliensis)

- Giardíase (parasita causador: Giardia lamblia)

- Tricomoníase (parasita causador: protozoário Trichomonas vaginalis)

- Malária  - também conhecida como impaludismo ou maleita (parasita causador: Plasmodium falciparum)

- Toxoplasmose (parasita causador: protozoário Toxoplasma gondii)

- Esquistossomose (parasita causador: verme Schistosoma mansoni)

- Teniase (parasita causador: vermes Taenia saginata e Taenia solium)

- Cisticercose (parasita causador: verme Taenia solium)

- Enterobiose ou Oxiurose (parasita causador: verme Enterobius vermicularis)

- Filariose - também conhecida como Elefantíase (parasita causador: verme Wuchereria bancrofti)

- Ancilostomose (parasita causador: verme Necator americanus)

- Ascaridíase (parasita causador: verme Ascaris lumbricoides)

- Tripanossomíase Americana - Doença de Chagas (parasita causador: protozoário Trypanosoma cruzi).


As Principais Parasitoses Humanas


ParasitoseParasitaPatogeniaTransmissãoProfilaxia
Aids
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
HIV
(vírus)
O vírus invade e destrói os linfócitos, causando deficiências no sistema imunológico. O organismo do afetado fica vulnerável a infecções oportunistas, como a pneumonia, tuberculose e outras. Desenvolvimento do sarcoma de Kaposi, uma neoplasia.Relações sexuais; agulhas, seringas e material cirúrgico contaminados com sangue e secreções; transfusões de sangue; de mãe para filho, através da placenta.Uso de camisinha nas relações sexuais; emprego de seringas descartáveis; completa esterilização do material cirúrgico; controle adequado nas transfusões de sangue.
AmebíaseEntamoeba histolytica
(protozoário amebiano)
Na amebíase intestinal, ocorre a disenteria amebiana com ou sem sangue. Na extra-intestinal, a ameba invade outros órgãos, principalmente o fígado, os pulmões e a pele, determinando processos inflamatórios e necróticos.Feita pela ingestão de alimento contaminado com cistos da ameba.Saneamento básico, com a cloração da água; educação sanitária.
Ancilostomíase,
Amarelão, Opilação ou mal-da-terra
Ancylostoma duodenale
e Necator americanus
(vermes nematelmintes)
Produz no homem anemia intensa, variando a gravidade conforme o grau de infestação,
palpitações cardíacas, vertigens e distúrbios gástricos.
Penetração ativa das larvas através da pele humana.Saneamento básico e educação sanitária; uso de calçados, dado que as larvas penetram principalmente através dos pés.
AscaridíaseAscaris lumbricoides
(verme nematelminte)
A migração das larvas através do pulmão determina processos inflamatórios com sintomas de irritação brônquica. Já os vermes adultos, localizados no intestino, produzem cólicas abdominais, náuseas e irritação do sistema nervoso.Ingestão de água ou alimento contaminados com os ovos do parasita.Saneamento básico e educação sanitária, impedindo a contaminação com os ovos provenientes das fezes do indivíduo infectado.
BotulismoClostridium botulinum
(bactéria)
Distúrbios visuais, incapacidade de deglutir e dificuldades para falar. Provoca a morte por paralisia respiratória ou parada cardíaca.Ingestão de alimentos condimentados, defumados, embalados a vácuo, ou enlatados, contaminados por esporos da bactéria.Ferver alimentos enlatados ou em conserva, durante 20 minutos, antes do consumo.
Caxumba ou
Parotidite
(vírus)Caracteriza-se por febre e tumefação de uma ou mais glândulas salivares, em geral as parótidas.Gotículas de saliva eliminadas pelo infectado.Vacina tríplice.
CisticercoseTaenia solium
(verme platielminte)
É determinada pela localização da larva, chamada cisticerco, no organismo humano.
No tecido subcutâneo e na musculatura, produz dores e fraqueza muscular; nos olhos acarreta cegueira e no cérebro causa epilepsia e até loucura.
A auto-infestação acontece quando há ruptura de anéis da tênia, no intestino humano, libertando o embrião. A hetero-infestação se dá pela ingestão de água, hortaliças ou frutos contaminados por ovos.Saneamento básico e educação sanitária;
ingestão de carne de porco bem cozida.
Coqueluche
ou tosse comprida
Bordetella pertussis
(bactéria)
(bactéria) Tosse irritante que dura de 1 a 2 meses, cujos acessos são sucessivos e violentos.Contato com as secreções das mucosas da laringe ou dos brônquios do indivíduo infectado.Vacina tríplice.
Dengue
ou febre quebra-ossos
(vírus)Febre, dores musculares e erupção cutânea.O agente transmissor é o mosquito Aedes aegypti.Extermínio do mosquito transmissor.
Difteria ou CrupeCorynebacterium diphteriae
ou
bacilo de Klebs-loeffler
(bactéria)
A doença se manifesta com febre alta, pontos brancos nas amígdalas, mal-estar, rouquidão e dificuldades para engolir. Pode ocorrer obstrução respiratória, que chega a ser aliviada por intubação eFeita pelo doente, por secreções do nariz e da garganta ou objetos contaminados.Vacina tríplice.
Doença de Chagas
ou Tripanossomíase Americana
Trypanosoma cruzi
(protozoário flagelado)
O tripanossomo localiza-se principalmente no tecido conjuntivo e nas fibras musculares, em especial as cardíacas (miocárdio). Ocorre lesão do miocárdio, com crescimento do coração e alteração do ritmo cardíaco, podendo ser fatal.Os vetores são os insetos vulgarmente chamados de barbeiros (por picarem o rosto), pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrogylus, e à ordem dosExtermínio dos vetores.
Elefantíase
ou Filariose
Wuchereria bancrofti
(verme nematelminte)
Produz a filariose, caracterizada por perturbações do sistema linfático, sendo mais típica a elefantíase, isto é, a hipertrofia de certos órgãos. A elefantíase localiza-se mais comumente nos membros inferiores. No homem, pode atingir o escroto e, na mulher, os seios.Quando os mosquitos infectados picam o homem, transmitem as larvas infestantes que atingem os vasos linfáticos, onde se tornam sexualmente maduros.
São transmissores numerosos mosquitos do gêneros Culex, Aedes, Anopheles e Stegomyia.
No Brasil, o principal transmissor é o Culex fatigaus.
Eliminação dos transmissores.
Esquistossomose
ou Barriga-D'água
Schistosoma mansoni
(verme platielminte)
mansoni
(verme platielminte) A penetração das larvas na pele pode provocar dermatite e urticária. Durante a migração pelo organismo, a larva pode lesar o pulmão, acarretando bronquite e pneumonia.
O verme adulto vive nos vasos do sistema porta-hepático, provocando flebite e obstrução de pequenos vasos. Os produtos da excreção produzem lesões no fígado, intestino e baço.
Feita pela penetração ativa de larvas, denominadas cercárias, eliminadas pelo vetor, o caramujo de água doce pertencente aos gêneros Planorbis e Australorbis.Eliminação do caramujo transmissor. É fundamental o saneamento básico e a educação sanitária para evitar a contaminação da água pelos ovos do parasita.
Febre amarela(vírus)Provoca febre, cefaléia e calafrios seguidos por náuseas e vômitos.
Nos casos graves e até fatais, surgem proteinúria (proteínas na urina), icterícia e vômitos-negros (devido à hemorragia).
Transmitida pela picada dos mosquitos da espécie AedesVacinação e eliminação dos mosquitos transmissores.
Gonorréia
ou Blenorragia
Neisseria gonorrhoeae
(bactéria)
Nos homens, provoca uretrite com micção dolorosa e eliminação de pus. Nas mulheres, afeta uretra e vagina, originando um corrimento purulento.
A mulher infectada pode dar à luz crianças que tenham os olhos afetados, podendo até ficar cegas.
Ocorre pelo contato sexual (doença sexualmente transmissível).Educação sexual, uso de camisinha e tratamento dos infectados.
Gripe(vírus)Calafrios, cefaléia, febre alta, mialgia, tosse seca, mal-estar e anorexia.Propagação de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva levadas pelo ar ou contato com mãos e superfícies contaminadas.Atualmente existem vacinas.
Hanseníase
ou lepra
Mycobacterium leprae
(bactéria conhecida como bacilo de Hansen)
Existem dois tipos de lepra: lepromatose e tuberculóide.
Na primeira, aparecem lesões cutâneas difusas e invasão das mucosas, que podem ulcerar-se. Na tuberculóide, as lesões cutâneas são delimitadas e há comprometimento dos nervos.
Penetração da bactéria através da pele ou de mucosas, principalmente a nasal.Tratamento dos infectados.
Hepatite Infecciosa(vírus)O vírus ataca o fígado e, inicialmente, produz febre, mal-estar, inapetência, náuseas e dores abdominais. O mau funcionamento do fígado provoca icterícia (pele e olhos amarelados).Contato com infectados e por alimentos e objetos contaminados.Educação sanitária e saneamento básico; esterilização adequada de seringas e uso de agulhas descartáveis.
Leishmaniose
tegumentar
ou
Ú lcera de bauru
Leishmania brasiliensis
(protozoário flagelado)
Formação de lesões ulcerosas no rosto, braços e pernas. Necrose de tecidos.Picada do mosquito-palha (Phlebotomus)Combate ao agente transmissor.
Malária,
maleita ou
impaludismo
Plasmodium sp
(protozoário esporozoário)
Os principais sintomas são os acessos febris periódicos que coincidem com a ruptura das hemácias parasitadas. Na forma maligna, aparecem calafrios, icterícia, insuficiência renal, alterações na coagulação e coma.Picada da fêmea infectada do mosquito-prego (Anopheles).Eliminação do mosquito transmissor.
MeningiteNeisseria meningitides
(bactéria)
Inflamação das meninges, o que acarreta febre alta, dor de cabeça, rigidez na nuca, vômitos em jato, além de pequenas manchas vermelhas na pele.Feita pelas vias respiratórias, quando o infectado fala, tosse ou beija.Existem vacinas específicas.
Poliomielite
ou
paralisia infantil
(vírus)Febre, distúrbios gastrintestinais, mal-estar e rigidez cervical, podendo ocorrer ou não paralisia.Contato direto com secreções faríngeas dos infectados.Vacinas Salk e Sabin.
Raiva
ou hidrofobia
(vírus)O vírus ataca o sistema nervoso. O espasmo dos músculos da deglutição faz com que o afetado tenha medo de água (hidrofobia). A seguir, ocorrem o delírio e as convulsões; a morte é provocada pela paralisia dos músculos respiratórios.Introdução da saliva de animal raivoso (cão e gato) através de mordedura ou pequenos ferimentos.Vacinação.
Sarampo(vírus)Começa com febre, tosse seca e secreção catarral. Depois surge o exantema, caracterizado por manchas vermelhas na pele. Pode matar, devido a complicações como a pneumonia.Gotículas de saliva ou muco dos infectados.Vacinação.
SífilisTreponema pallidum
(bactéria)
No local da penetração da bactéria, aparece o cancro duro, pequena ulceração com endurecimento em torno. Após alguns meses, surgem manchas avermelhadas no corpo e lesões na boca.Ato sexual ou secreções eliminadas das lesões do infectado.Uso de camisinha e educação sexual, evitando principalmente a promiscuidade.
Teníase
ou solitária
Taenia saginata
e
Taenia solium
(vermes platielmintes)
A presença do verme adulto no intestino produz bulimia (fome exagerada), anorexia (falta de apetite), náuseas, vômitos, fadiga, insônia, irritação e fraqueza.Ingestão de carne de boi (Taenia saginata) e de porco (Taenia solium) contendo larvas de tênia.Saneamento básico e educação sanitária.
Ingestão de carnes de boi e porco bem cozidas.
TétanoClostridium tetani
(bactéria)
A doença se manifesta por contrações musculares dolorosas que se estendem pelo corpo. Pode ser letal.Vacina tríplice.A bactéria produz esporos que penetram na pele através de ferimentos.
Tifo
ou
febre tifóide
Salmonella Typhi
(bactéria)
Febre contínua, mal-estar, pulsação lenta, dores musculares e inapetência.
Provoca manchas vermelhas na pele e diarréia.
Contato direto ou indireto com urina ou fezes do paciente infectado.Purificação e cloração da água, além do saneamento básico.
Existe vacina.
TuberculoseMycobacterium tuberculosis
ou bacilo de Koch
(bactéria)
Tosse, cansaço, inapetência, perda de peso, febre, dores no tórax, sudorese e eliminação de sangue pelas vias aéreas respiratórias.Eliminação de bacilos pelo infectado.Vacina BCG (Bacilo Calmette - Guérin).
Varíola(vírus)Começa com febre, mal-estar, dores de cabeça e do abdômen. Com a queda da temperatura, surgem erupções generalizadas. Formam-se pústulas, que depois secam e se destacam.Secreções das vias respiratórias e lesões da pele dos infectados.Vacinação.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Sexualidade na Adolescencia

Programa Ligado em Saúde - FIOCRUZ - Sexualidade Adolescente


Os tabus da sexualidade

No Brasil, censura e liberdade se alternam quando o assunto é sexo. Na pauta do Biblioteca Fazendo História deste mês, as influências do tempo nos prazeres da carne

Janine Justen
19/6/2013
Especialistas mostram que nem sempre amor e sexo andaram juntos / Fotos: Gilson Rodrigues
Especialistas mostram que nem sempre amor e sexo andaram juntos / Fotos: Gilson Rodrigues
Apesar de sermos conhecidos como o ‘país da libertinagem’, símbolo da sensualidade feminina no carnaval, das belas praias com suas moças de biquininho, do clima quente e inibidor de muitas roupas, a sexualidade foi, e ainda é, um tabu no Brasil. Para discutir a trajetória desses paradigmas sociais ao longo dos séculos, o Biblioteca Fazendo História (BFH) deste mês convidou o historiador Yllan de Mattos, especialista nos tempos do Santo Ofício e das colônias ibéricas, e a professora Cristiana Facchinetti, da Fiocruz, que aborda a postura moralizante da medicina do início dos anos 1900.  

“Para contrariar um ideal romântico, o amor e o sexo não andavam tão juntos nessa época”, afirma Yllan de Mattos, referindo-se ao período que vai do medievo à colonização das Américas. “Aliás, a violência sexual foi um marco dessas sociedades. É fundamental compreender este aspecto, principalmente, para perceber as relações de poder entre senhores e subalternos, padres e fiéis, sem contar as discriminações por raça e gênero”, aponta o historiador.

Professora da Fiocruz, Cristiana Facchinetti falou sobre a relação entre medicina e sexualidade
Professora da Fiocruz, Cristiana Facchinetti falou sobre a relação entre medicina e sexualidade
De acordo com o especialista, é possível reviver essas tensões através de documentos oficiais, como as cartas enviadas pelos navegantes à Coroa. Um exemplo emblemático é a de Pero Vaz de Caminha, que faz  referência constante à nudez dos índios, chamando-a de 'suas vergonhas'. Além desses registros, há documentos de órgãos censores, que reprimiam as práticas sexuais, como os inquisidores e os dogmas religiosos mais ortodoxos.
Professora  da Fiocruz, Cristiana Facchinetti concorda e defende que essas tensões ainda existem, mesmo que veladas. “O machismo de hoje tem raízes fortes na medicina secular. Teorias mostravam, por exemplo, que as características de diferenciação entre homens e mulheres eram calor e humidade. Quanto mais quente e mais seco, e, portanto, mais forte, mais próximo estaria o indivíduo da perfeição, ou seja, do homem”, explica.
Para Facchinetti, também merecem destaque as influências da psicanálise sobre a sexualidade, quer para reprimí-la ainda mais ou para libertá-la de certos estigmas e imaginários sociais. “Acreditava-se que os desvios sexuais seriam capazes de produzir desvios graves de conduta. A masturbação, a pederastia e a homossexualidade eram dos mais perturbadores, sem esquecer dos adultérios e da miscigenação”, lembra a professora, que completa: “Por volta de 1920, instituíram-se programas de educação sexual para que o povo pudesse se regenerar”.
Para Yllan de Mattos, a homossexualidade é um tabu que persiste na sociedade contemporânea
Para Yllan de Mattos, a homossexualidade é um tabu que persiste na sociedade contemporânea
Segundo a especialista da Fiocruz, a principal contribuição à liberdade sexual veio do Movimento Modernista. Encabeçada por Oswald de Andrade, a vanguarda se utilizou da mesma ideia da psicanálise conservadora para fazer a revolução. “O Brasil tinha sido reprimido, recalcado pelas sociedades francesa e ibéricas, que eram sinônimos de uma civilização superior. O inconsciente escondido por detrás dessa roupagem ocidental trouxe questionamentos inéditos acerca desse modelo cultural imposto pelas elites”, explica Cristiana Facchinetti.
Outro ponto importante, que aproxima os tempos remotos dos atuais, é o preconceito contra gays, criticado por Yllan de Mattos: “A sodomia era um delito gravíssimo. Homossexuais poderiam ser condenados à fogueira na Inquisição. Eram apontados como hereges imperdoáveis”. A questão levantada pelo pesquisador no debate provocou manifestações dos internautas que acompanhavam o BFH pelo Twitter @RHBN. O público traçou um paralelo direto com as recentes ações do deputado pastor Marco Feliciano (PSC/SP). Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias Etnicas da Câmara, ele aprovou nesta terça-feira (18/06) o projeto da 'cura gay', que determina o fim da proibição de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade. 
“Hoje temos novas formas de expressão e protesto, mas as razões de insatisfação são cíclicas. Os discursos convivem num misto de repressão e liberalismo. Sempre”, demonstra Mattos, referindo-se à permanência de tabus históricos na nossa sociedade. Para concluir a exposição do tema, o professor recitou um poema de La Fontaine, do século XVII, intitulado “Epigrama”:
“Amar, foder: uma união / De prazeres que não separo. / A volúpia e os prazeres são / O que a alma possui de mais raro. / Caralho, cona e corações / Juntam-se em doces efusões / Que os crentes censuram, os loucos. / Reflete nisso, oh minha amada: / Amar sem foder é bem pouco, / Foder sem amar não é nada”.
Para quem se espantou com os termos grosseiros, Yllan esclarece: “É engraçado perceber como essas palavras eram corriqueiramente usadas e hoje, quando estamos, teoricamente, em uma sociedade mais avançada e liberal, provocam estranhamento. Uma aluna minha uma vez até saiu de sala depois de ouvir os versos do poeta”, diverte-se o historiador. Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/os-tabus-da-sexualidade

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Vida Marinha



Vida marinha



O fundo do mar

“A melhor maneira de observar um peixe é sendo um peixe”, declarou Jacques Cousteau, pioneiro na exploração subaquática. Antes dele, enormes extensões dos vastos oceanos da Terra eram completamente desconhecidas. A National Geographic concedeu muitos recursos e milhares de páginas às tentativas de desenvolvimento de tecnologias que nos permitam ficar “mais parecidos” com os peixes e conhecer melhor o mar.
Após os relatos de Cousteau das explorações com equipamento de mergulho começarem a aparecer na revista, o tenente da Marinha americana Don Walsh e Jacques Piccard desceram 12 quilômetros a bordo do batiscafo Trieste até o ponto mais profundo do oceano – a fossa das Marianas. Piccard descreveu o mergulho mais profundo do homem na edição de agosto de 1960. A década registrou um dos maiores avanços na oceanografia.
Além de Cousteau, a NGS também deu apoio a Edwin Link, que liderou uma série de experimentos para testar a capa- cidade humana de viver e trabalhar no fundo do oceano.
A topografia do fundo do mar era praticamente desconhecida até que Bruce Heezen e Marie Tharp concluíram, na década de 1960, um mapa detalhado das elevações e dos contornos tão escarpados quanto os da superfície da Terra. A NGS participou dos experimentos em grandes profundidades do Projeto Famous, que pro- moveu as primeiras descidas tripuladas à dorsal Meso- Atlântica. Um jovem oceanógrafo chamado Robert Ballard participou dessa expedição e depois veio a liderar outra, em 1977, até a falha das Galápagos, onde descobriu as primeiras formas de vida não baseadas na fotossíntese, mas na quimiossíntese. Convencido de que submarinos por controle remoto poderiam visualizar as profundezas do mar, Ballard começou a desenvolver tecnologias que levariam à descoberta do Titanic, em 1985. Desde então, ele já encontrou numerosos destroços de naufrágios e vestígios de uma antiga enchente cataclísmica no mar Negro.
Com a mesma rapidez que são explorados, os oceanos do mundo também estão sendo destruídos. Sylvia Earle, bióloga marinha e exploradora residente da NGS, lançou o programa Mares Sustentáveis, em 1990, para chamar atenção aos parques marinhos dos Estados Unidos. Ela e outros profissionais continuam lutando para preservar o reino dos oceanos.

Adaptação dos animais aquáticos


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Origem da Água no Planeta Terra

Água da Terra veio do Cinturão de Asteroides, indica estudo. 

Muitos cientistas acreditam que a água que veio parar na Terra foi formada nos confins do Sistema Solar, além de Netuno. Contudo, um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã na Science indica que a substância veio de um região muito mais próxima - o Cinturão de Asteroides (entre Marte e Júpiter) - através de meteoritos e asteroides, o que contradiz algumas das principais teorias sobre a evolução do Sistema Solar.
Pesquisadores afirmam que nosso planeta era quente demais nos seus primórdios para ter água (temperatura seria tão alta que as moléculas teriam sido "expulsas para o espaço") e, portanto, a substância deve ter vindo de fora. Uma das hipóteses afirma que ela se formou na região transneptuniana (que fica além de Netuno, o último planeta conhecido do sistema) e depois se moveu para mais perto do Sol, junto com cometas, meteoritos e asteroides. Contudo, é possível saber a distância em que as moléculas de água se formaram em relação ao Sol ao analisar os isótopos de hidrogênio presentes. Quanto mais longe da estrela, haverá menos radiação e, portanto, mais deutério (o átomo de hidrogênio "pesado", que tem um próton, um nêutron e um elétron, ao contrário do mais comum, que tem apenas um próton e um elétron).

O novo estudo comparou a presença de deutério no gelo trazido por condritos (um tipo de meteorito) e indicou que ela foi formada muito mais próxima de nós, no Cinturão de Asteroides (esses meteoritos não contêm mais água, mas a substância fica registrada através de um tipo de mineral chamado de silicato hidratado, e é o hidrogênio presente nele que é investigado). Além disso, comparando com os isótopos de cometas, a pesquisa indica que esses corpos se formaram em regiões diferentes dos asteroides e meteoritos e, portanto, não atuaram na origem da água no nosso planeta.

"Dois modelos dinâmicos têm os cometas e os meteoritos condritos se formando na mesma região, e alguns destes objetos devem ter sido injetados na região em que a Terra se formava. Contudo, a composição da água de cometa é inconsistente com nossos dados de meteoritos condritos. O que realmente deixa apenas os asteroides como fonte da água na Terra", diz aoTerra Conel Alexander, do Instituto Carnegie, líder do estudo.
Debate reacendido

Em 2011, a hipótese de que os cometas tiveram pouca importância na origem da água na Terra já estava com pouca força. Mas um estudo divulgado na revista Nature usou o telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), para descobrir que a composição do cometa Hartley 2 tem uma quantidade de deutérios similar à encontrada no oceano. Foi o primeiro cometa com essa composição, já que outros seis analisados anteriormente tinham uma quantidade de deutério muito diferente dos mares da Terra.

Contudo, o novo estudo também refuta essa possibilidade. Segundo os pesquisadores, o cometa não traz apenas água, mas também outras substâncias (inclusive orgânicas) que contêm hidrogênio. E a quantidade de deutério presente nos cometas ainda fica acima daquela observada no nosso planeta, o que impede que esses corpos sejam considerados como uma importante fonte de água.
"A recente medição do cometa Hartley 2 tem uma composição isotópica de hidrogênio parecida com a da Terra, mas nós argumentamos que todo o cometa, incluindo a matéria orgânica, é provavelmente rica demais em deutério para ser uma fonte da água da Terra", diz Alexander.
Sobram duas possíveis fontes, que devem ter atuado juntas: rochas do Cinturão de Asteroides e gases (hidrogênio e o oxigênio) que existiam na nebulosa na qual o Sistema Solar se formou. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Carnegie (EUA), Universidade da Cidade de Nova York, Museu de História Natural de Londres e da Universidade de Alberta, no Canadá. 









segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sistema Solar

Sol
























  • O Sol é a estrela central do Sistema Solar. Todos os outros corpos do Sistema Solar, como planetas, planetas anões, asteroides, cometas e poeira, bem como todos os satélites associados a estes corpos, giram ao seu redor. Wikipédia
    Distância da Terra149.600.000 km
    Raio695.500 km (1 R☉)
    Massa1,989E30 kg
    Magnitude-26,74
    coordenadasAscensão Reta 286,13°, Declinação 63,87°



    Mercúrio é o menor e mais interno planeta do Sistema Solarorbitando o Sol a cada 87,969 dias terrestres. Sua órbita tem a maior excentricidade e seu eixo apresenta a menor inclinação em relação ao plano da órbita dentre todos os planetas do Sistema Solar. Mercúrio completa três rotações em torno de seu eixo a cada duas órbitas. O periélio da órbita de Mercúrio apresenta uma precessão de 43 segundos de arco por século, um fenômeno explicado somente no século XXpela Teoria da Relatividade Geral formulada por Albert Einstein5 Sua aparência é brilhosa quando observado da Terra, tendo uma magnitude aparente que varia de −2,6 a 5,7, embora não seja facilmente observado pois sua separação angulardo Sol é de apenas 28,3º. Uma vez que Mercúrio normalmente se perde no intenso brilho solar, exceto em eclipses solares, só pode ser observado a olho nu durante o crepúsculo matutino ou vespertino.

    Comparado a outros planetas, pouco se sabe a respeito de Mercúrio, pois telescópios em solo terrestre revelam apenas um crescente iluminado com detalhes limitados. As duas primeiras espaçonaves a explorar o planeta foram a Mariner 10, que mapeou aproximadamente 45% da superfície do planeta entre 1974 e 1975, e a MESSENGER, que mapeou outros 30% da superfície durante um sobrevoo em 14 de janeiro de 2008. O último sobrevoo ocorreu em setembro de 2009 e a nave entrou em órbita do planeta em 18 de março de 2011, quando começou a mapear o restante do planeta, numa missão com duração nominal de um ano terrestre.
    Mercúrio tem uma aparência similar à da Lua com crateras de impacto e planícies lisas, não possuindo satélites naturaisnem uma atmosfera substancial. Entretanto, diferentemente da Lua, possui uma grande quantidade de ferro no núcleo que gera um campo magnético, cuja intensidade é cerca de 1% da intensidade do campo magnético da Terra.6 É um planeta excepcionalmente denso devido ao tamanho relativo de seu núcleo. A temperatura em sua superfície varia de 90 a 700 K(−183 °C a 427 °C).7 O ponto subsolar é a região mais quente e o fundo das crateras perto dos polos as regiões mais frias.
    As primeiras observações registradas de Mercúrio datam pelo menos do primeiro milênio antes de Cristo. Antes do século IV a.C., astrônomos gregos acreditavam que se tratasse de dois objetos distintos: um visível no nascer do sol, ao qual chamavam Apolo, e outro visível ao pôr do Sol, chamado de Hermes.8 O nome em português para o planeta provém daRoma Antiga, onde o astro recebeu o nome do deus romano Mercúrio, que tinha na mitologia grega o nome de Hermes(Ἑρμῆς). O símbolo astronômico de Mercúrio é uma versão estilizada do caduceu de Hermes.9








  • Vénus
    Planeta








  • Vénus ou Vênus é o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a partir do Sol, orbitando-o a cada 224,7 dias. Recebeu seu nome em homenagem à deusa romana do amor e da beleza Vénus, equivalente a Afrodite. Wikipédia
    Raio6.052 km
    Área da superfície460.234.317 km²
    Duração do dia116d 18h 0m
    Distância do Sol108.200.000 km
    Gravidade8,87 m/s²
       Vênus (em português europeu) ou Vênus (em português brasileiro) é o segundo planeta do Sistema Solar contando a partir do Sol. Recebeu o seu nome em honra da deusa romana do amor Vénus, equivalente a Afrodite. Trata-se de um planeta do tipo terrestre ou telúrico, chamado com frequência de planeta irmão da Terra, já que ambos são similares quanto ao tamanho, massa e composição. A órbita de Vénus é uma elipse praticamente circular, com uma excentricidade menor que 1%.   Vénus encontra-se mais próximo do Sol do que a Terra, podendo ser encontrado aproximadamente na mesma direção do Sol (a sua maior inclinação é de 47,8°). Da Terra pode ser visto somente algumas horas antes da alvorada ou depois do ocaso. Apesar disso, quando Vénus está mais brilhante pode ser visto durante o dia, sendo um dos dois únicos corpos celestes que podem ser vistos tanto de dia como de noite (sendo o outro a Lua). Vénus é normalmente conhecido como a estrela da manhã (Estrela d'Alva) ou estrela da tarde (Vésper) ou ainda Estrela do Pastor. Quando visível no céu noturno, é o objeto mais brilhante do firmamento, além da Lua, devido ao seu grande brilho, cuja magnitude pode chegar a -4,4 (costuma-se ser da magnitude de -3,8)
       Por este motivo, Vénus era conhecido como uma estrela desde os tempos pré-históricos. Os seus movimentos no céu eram conhecidos pela maioria das antigas civilizações, adquirindo importância em quase todas as interpretações astrológicas do movimento planetário. Em particular, a civilização maia elaborou um calendário religioso baseado nos ciclos de Vénus. O símbolo do planeta Vénus é uma representação estilizada do símbolo da deusa Vénus: um círculo com uma pequena cruz abaixo, utilizado também para representar o sexo feminino.






  • Terra

















  • A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Wikipédia
    Raio6.371 km
    Idade4,54 bilhões de anos
    Distância do Sol149.600.000 km
    Massa5,972E24 kg
    Satélite Natural: Lua

    planeta Terra é o terceiro planeta da Via Láctea, nosso sistema solar. Tomando o Sol como referência, essa distância, de aproximadamente 150.000.000 km, representou uma série de conjunturas favoráveis para a formação de vida no planeta. Neste caso, a quantidade de radiação solar que chega até a atmosfera e à superfície do planeta acabou permanecendo em níveis satisfatórios, sendo regulados também pela camada de gases que envolvem a Terra conhecida como atmosfera.

    atmosfera é formada principalmente por nitrogênio (78%) e oxigênio (21%), possuindo uma extensão de até 1.000 km em relação à superfície. Nessa camada acontecem reações entre a radiação eletromagnética e os gases em questão, e dessas interações resulta o calor que realmente alcança a superfície dos continentes e dos mares e oceanos. O equilíbrio térmico também é fornecido pela atmosfera, que impede que o planeta tenha uma temperatura absurdamente quente durante o dia e resfriamento acentuado durante a noite. O vapor d’água e os gases-estufa, como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2), ozônio (O3), clorofluorcarbonos (CFCs) e hidrofluorcarbonetos (HFCs), são capazes de manter na baixa troposfera parte do calor irradiado pela superfície. É o efeito estufa natural, que atualmente divide opiniões quando se trata das alterações climáticas promovidas pela humanidade, que poderiam potencializar esse fenômeno natural.

    As plantas utilizam esse calor para realizar a fotossíntese e durante o processo de evapotranspiração as espécies vegetais convertem a radiação solar em calor latente. O calor ativa o ciclo hidrológico, promovendo o escoamento da água dos rios em direção aos mares e oceanos, formando as chuvas e fornecendo umidade. O ciclo da água é o que diferencia a Terra dos outros planetas do sistema solar. Qualquer indício de água em outros planetas, nem que esteja congelada e em pequenas quantidades, é o primeiro indicador para comprovar que nesse planeta ocorre ou ocorreram condições favoráveis à vida como nós conhecemos. A água é um dos principais elementos responsáveis para o efeito estufa, além de ser, evidentemente, essencial para todas as formas de vida. Além de todas essas qualidades, a água é um poderoso agente erosivo, contribuindo para esculpir o relevo terrestre.
    A formação do planeta tem a data aproximada de 4,5 bilhões de anos, quando a sua massa incandescente começou a resfriar-se, criando as primeiras rochas. Em sua estrutura geológica, podemos dizer que a superfície da Terra é relativamente jovem, com pouco mais de 500 milhões de anos de consolidação e alguns poucos fragmentos, chamados crátons, que datam de períodos anteriores. Podemos dividir o planeta em três camadas: núcleo, manto e litosfera. O núcleo é composto basicamente por ferro e níquel, por isso é conhecido como NIFE, sendo dividido em núcleo interno, sólido; e núcleo externo, fluido. O ferro e o níquel em formato pastoso se movimentam ao redor do núcleo interno, produzindo descargas elétricas que determinam o campo eletromagnético da Terra, que protege o planeta da entrada direta da radiação cósmica emitida pelo Sol.  As temperaturas do núcleo podem alcançar temperaturas próximas a 5.000° C, propagando-se pelo manto e fazendo com que todo o material pastoso, conhecido como magma, ative o movimento das placas tectônicas no limite entre o manto e a litosfera, conhecida como astenosfera.
    A litosfera ou crosta terrestre é a camada mais superficial da Terra, onde está localizada a superfície do planeta Terra. A movimentação das placas tectônicas provoca dobras e falhas na superfície das regiões que estão localizadas nos contatos entre as placas tectônicas. Esse relevo permanece instável e tem como tendência o soerguimento. Já as formas de relevo que estão estáveis e distantes dos contatos entre as placas estão sujeitas ao desgaste pelos processos de intemperismo e erosão.
    A Terra possui apenas um satélite natural, a Lua. Devido aos efeitos gravitacionais entre a Terra e a Lua, as marés possuem ciclos de movimentação, que podem ser previstos e utilizados para atividades como pesca e navegação. Outra influência dos efeitos gravitacionais é o sincronismo entre a rotação da Terra e da Lua, e é por isso que quando observamos a Lua, sempre olhamos para a mesma face. O lado oculto da Lua é chamado de “Lado negro da Lua”, mas não é a maneira correta de denominá-lo, pois não significa que essa face não receba luz solar. Na verdade, o tempo da rotação em torno do seu próprio eixo e da órbita da Lua em relação à Terra é igual e, portanto, em qualquer horário do dia, a face voltada para a Terra é a mesma.

    Júlio César Lázaro da Silva
    Colaborador Brasil Escola
    Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
    Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP



    Marte

    MarteDados de Marte
    Marte, depois da Terra, é o planeta mais fácil de estudar.
    Visto da Terra parece um planeta vermelho, embora na verdade seja mais acastanhado. O seu eixo de rotação tem uma inclinação muito semelhante à do nosso planeta, 25.19º, o que significa que tem estações do ano. Ao contrário de Mercúrio, que está demasiado perto do Sol para que seja facilmente observado, e de Vénus, cujas densa atmosfera e cobertura de nuvens bloqueiam a observação da sua superfície, Marte está relativamente próximo da Terra sem estar muito próximo do Sol, e tem uma atmosfera muito rarefeita, o que nos permite observar a sua superfície com relativa facilidade. A melhor altura para observar Marte é quando este se encontra na sua oposição, isto é, quando a Terra está entre Marte e o Sol. Quando assim é Marte está próximo da Terra e bem alto no céu nocturno. Esta configuração acontece aproximadamente cada 780 dias.
    Paisagem marciana.
    Paisagem marciana.

    Além das características da sua órbita, com um período de 686.98 dias, os primeiros dados de Marte a serem obtidos através de observações feitas na Terra datam de 1659, quando Christiaan Huygens, observando com um telescópio o movimento de uma grande mancha negra no planeta chamada Syrtis Major concluiu que o seu período de rotação era aproximadamente 24h, muito parecido com o da Terra. Mais tarde, em 1666, o astrónomo italiano Gian Domenico Cassini não só refinou a medida do período de rotação de Marte como terá sido o primeiro a observar os seus pólos, caracterizados, tal como na Terra, por duas manchas brancas. Até ao séc. XX, subsequentes observações chegaram a criar grande especulação sobre a existência de vida inteligente no planeta, embora posteriormente se tenha reconhecido que as imagens obtidas com os telescópios de então tenham induzido em erro os astrónomos.
    Posteriormente, na era moderna da exploração espacial, entre 1964 e 1969, as Mariner 4, Mariner 6 eMariner 7 fizeram os primeiros voos próximos ao planeta e obtiveram as primeiras imagens da sua superfície. Estas mostraram um planeta nalguns aspectos semelhante à Lua, sem nenhuma evidência de vida, e com várias crateras, antigos vulcões e desfiladeiros, o que significa que pelo menos parte da sua superfície é bastante antiga, datando dos primeiros tempos do sistema solar, quando os planetas estavam sujeitos às colisões frequentes de meteoritos. Esta evidência indica também que as forças de erosão em Marte não são tão fortes como as que observamos na Terra, e que a actividade vulcânica no planeta está extinta. Além disso, medições efectuadas pela Mars Global Surveyor mostram que Marte não tem campo magnético, o que significa que o seu interior já não é suficientemente quente para que fluxos de lava possam dar origem a um campo magnético global. No entanto, a missão espacial encontrou nas zonas mais antigas, no hemisfério Sul, rochas magnetizadas em diferentes direcções, o que mostra que Marte teve um campo magnético em tempos e que este, tal como o campo da Terra, invertia o seu sentido de tempos a tempos.

    Terá havido água líquida em Marte?

    Canais em Marte, evidência de correntes de água que terão existido no planeta.
    Canais em Marte, evidência de correntes de água que terão existido no planeta.
    Actualmente não há qualquer evidência de que exista água líquida à superfície de Marte. No entanto, missões recentes revelam que terá existido água no estado líquido: canais à superfície com padrões muito semelhantes aos rios na Terra, figura da direita, zonas aparentemente talhadas pela erosão provocada por fortes correntes e, até, pedras lisas com a textura típica de pedras encontradas no leito de rios na Terra. Hoje em dia, contudo, Marte não exibe condições que permitam água no estado líquido à sua superfície. Por um lado, a pressão da atmosfera actual do planeta à superfície é muito baixa: 0.0063 vezes a pressão da atmosfera à superfície da Terra, e como já dissemos, quanto menor é a pressão, mais baixa é a temperatura necessária para a água passar do estado líquido para o gasoso. Por outro, a sua atmosfera muito rarefeita não fornece um mecanismo eficaz de efeito de estufa e a temperatura média em Marte é de -53ºC, oscilando entre máximos de 20ºC e mínimos de -140ºC. Feitas as contas, as combinações possíveis de temperatura e pressão à superfície de Marte não permitem água no estado líquido, apenas no estado sólido ou no gasoso.

    Marte começou muito parecido com a Terra, mas evoluiu de maneira diferente.

    Quando comparamos o passado de Vénus, Terra e Marte, constatamos que os três planetas apresentaram condições iniciais no tempo da sua formação muito semelhantes: todos eles se formaram a partir do mesmo material da nébula solar e a sua distância ao Sol é da mesma ordem de grandeza. No entanto, Vénus evoluíu para um planeta quente com um forte efeito de estufa, Terra para um planeta moderado onde surgiu vida, e Marte para um planeta frio e quase sem atmosfera. Quando tentamos perceber a razão pela qual tiveram evoluções distintas, chegamos à conclusão que foram os pormenores que os distinguem que levaram a que os mecanismos geológicos e climáticos de cada um deles dessem origem a planetas tão diferentes. Vimos que Vénus tem praticamente o tamanho da Terra, mas a sua maior proximidade ao Sol terá levado a que se desencadeasse um efeito de estufa irreversível que actualmente domina o planeta. Na Terra, ligeiramente mais longe, emergiu um clima equilibrado, onde o efeito de estufa é travado pelos oceanos e pelos mecanismos da vida, que entretanto mudaram a atmosfera. Marte, pelo facto de estar mais longe do Sol, e por ser mais pequeno que a Terra e Vénus, não conseguiu suportar uma atmosfera densa que conseguisse equilibrar a temperatura no planeta.

    A atmosfera actual de Marte é consequência do seu pequeno tamanho.

    Nuvens em Marte.
    Foto tirada pelo Opportunity, veículo de exploração de Marte. Credito: NASA/JPL/CalTech.
    Temos visto a importância do efeito de estufa na evolução da atmosfera dos planetas terrestres. Dissemos que em Vénus este efeito se descontrolou, fazendo subir muito a temperatura do planeta. Dissemos também que na Terra o efeito de estufa atingiu um equilíbrio essencial à vida. É curioso observar que no caso de Marte este efeito quase desapareceu.
    Desde o séc. XIX que os astrónomos observam nuvens em Marte. Na verdade estas nuvens, figura da direita, fazem parte de uma fina atmosfera composta por 95.3% de dióxido de carbono, 2.7% de azoto e pequenas quantidades de árgon, oxigénio, monóxido de carbono e vapor de água. As nuvens são compostas por pequenos cristais de gelo de água e de dióxido de carbono. Porque é que Marte evoluiu de maneira tão diferente da Terra?
    • No início Marte teria oceanos e uma atmosfera mais densa, e seria mais quente devido à presença de CO2 na atmosfera. Tal como na Terra, o ciclo da água deveria existir: evaporação, condensação, nuvens e chuva. No entanto, o CO2 dissolve-se na chuva e deposita-se no fundo dos oceanos, ligando-se quimicamente a outros materiais e, desta maneira, é retirado da atmosfera. O mecanismo que a Terra tem, e Marte tinha, para devolver o CO2 necessário à atmosfera e manter o efeito de estufa estável envolve erupções vulcânicas.
    • Em Marte, no entanto, por ser mais pequeno, o interior arrefeceu mais rapidamente e a dada altura as erupções cessaram. Sem vulcões, a chuva continuou a remover CO2 da atmosfera sem reposição.
    • Cada vez com menos dióxido de carbono, o efeito de estufa diminuiu e as temperaturas baixaram, o que fez com que ainda mais vapor de água condensasse e chovesse, limpando ainda mais a atmosfera de CO2.
    • À medida que a atmosfera foi ficando mais fina, os raios ultra violeta provenientes do Sol, muito energéticos, começaram a penetrar na atmosfera, rompendo moléculas de N2, CO2 e H2O. Estas, reduzidas às suas partes mais leves escaparam do fraco campo gravítico de Marte. Alguns átomos de oxigénio que ficaram podem ter-se ligado a minerais de ferro à superfície. Estes compostos, que têm uma cor avermelhada, podem ser os responsáveis pela actual cor que vemos em Marte.
    • Ficou assim uma atmosfera fina, onde a pressão à superfície é muito baixa: 0.0063 vezes a pressão da atmosfera à superfície da Terra.
    • Com a descida da temperatura, a água que restava acumulou-se gelada nos pólos que hoje conseguimos ver, juntamente com algum gelo de dióxido de carbono.
    Marte: Um planeta desértico.
    Marte: Um planeta desértico
    Desde 1976, com as duas Viking Vanders, as primeiras missões a aterrarem em Marte, que o nosso conhecimento do planeta vermelho tem evoluído muito. Robots equipados com tecnologia de ponta têm aberto as portas para que um dia um ser humano venha a pisar este planeta. Actualmente, a Spirit e a Opportunitysão as duas missões da Nasa a trabalharem no planeta, onde além dos estudos prolongados que fazem ao solo captam imagens espectaculares como a da figura seguinte, obtida pela Spirit. Para mais informações sobre estes projectos clique aqui.
    Marte tem duas luas
    Deimos e phobos, as duas luas de Marte.
    Deimos e Phobos, as duas luas de Marte.
    Marte tem ainda duas luas chamadas Deimos e Phobos, que no entanto têm formas irregulares. Têm um tamanho da ordem dos 10 km e assemelham-se mais a asteróides do que a pequenos planetas. Pensa-se que terão sido capturados da cintura de asteróides. Hoje sabemos que esta captura foi possível devido às órbitas irregulares provocadas pela influência gravitacional de Júpiter nalgumas regiões da cintura de asteróides. Este mecanismo aparece como um dos exemplos mais evidentes do caos no sistema solar.